O Estado do Rio de Janeiro teve um aumento de 31% no crédito rural da safra 2021/22, segundo os números apresentados pela Gerência de Crédito Agrícola do Banco do Brasil, na reunião do Conselho Empresarial de Agronegócios, Alimentos e Bebidas (CEAAB), da Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan) na semana passada. Mais financiamento para os produtores é uma reivindicação antiga da cadeia produtiva.
“A percepção é que o Estado do Rio contrata pouco crédito rural, quando comparado a outros estados. De tudo o que foi contratado no Brasil na safra passada, correspondeu a 0,48%. Há espaço para um financiamento maior da cadeia agropecuária fluminense”, defendeu o empresário friburguense, Antonio Carlos Celles Cordeiro, presidente do CEAAB.
Para estar mais próximo do produtor do Rio, Fernando Doherty, gerente de Crédito Agrícola do Banco do Brasil, contou que o BB volta a ter uma Superintendência de Crédito Rural no estado. Antes estava vinculada à de Minas Gerais. “Na safra 2021/22, o BB já reservou R$ 391 milhões em mais de cinco mil operações. Para o país, já foram desembolsados R$ 153 bilhões em uma safra recorde. Nosso papel é incentiva o pequeno e o médio produtor. Na carteira do Rio, a maioria é do Pronaf (Programa Nacional da Agricultura Familiar)”, enumerou. “Temos que parabenizar todo esse esforço do BB em favor do agro. Vemos com muito bons olhos, apoiamos e queremos estar perto nessa jornada”, ressaltou Luiz Césio Caetano, presidente em exercício da Firjan.
Para a safra 22/23, o BB tem objetivo de aumentar em 48% o volume de crédito rural no Rio em relação à safra anterior. Será um total de R$ 580 milhões em operações de comercialização, investimento e custeio. Há ainda linhas para aquisição de propriedades rurais e projetos de preservação ligados à sustentabilidade. Das 198 agências do banco no Rio, 92 são vocacionadas ao agro. É possível também pedir financiamento através de correspondentes bancários, como por exemplo a Emater e outras empresas, como as de revenda de máquinas agrícolas.
“A interlocução da Firjan com o BB traz uma relevância ao setor agro e para fomentar o desenvolvimento. A reestruturação do banco já se faz sentir com essa nova posição na Superintendência Agropecuária”, observou Kátia Espírito Santo, produtora da cachaça Quinta, de Carmo.
Segundo Doherty, o BB tem desenvolvido outras ações para levar ao produtor a informação e as orientações para tomada do crédito, como os Circuitos de Negócios Agro no Rio, que em agosto acontecerão em Itaperuna, Valença e Nova Friburgo; e os Circuitos de Treinamento, previstos para vários municípios. “Com a pandemia, muita informação não chegou ao produtor. Agora esses encontros estão sendo um marco, além da volta das feiras agropecuárias”, afirmou. Outro tema da reunião foi o cenário econômico atual e as perspectivas, apresentado por Jonathas Goulart, gerente de Estudos Econômicos da Firjan.
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