Na véspera do Dia das Crianças, nesta sexta-feira, 11, é celebrado o Dia da Prevenção da Obesidade, e na série de reportagens especiais sobre a Semana das Crianças, A VOZ DA SERRA destaca nesta edição a obesidade infantil. O tema é um problema de saúde pública que tem crescido de forma alarmante nas últimas décadas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de crianças com sobrepeso e obesidade triplicou desde 1975. Este cenário gera preocupações não apenas em relação à saúde física das crianças, mas também às implicações emocionais e sociais que a condição pode acarretar.
De acordo com o endocrinologista Gabriel Louback, a origem dessa epidemia pode ser atribuída a uma combinação de fatores, que vão além de hábitos alimentares inadequados e do sedentarismo, que atualmente são os principais responsáveis pelo aumento dos índices de obesidade nas crianças. “Outras condições, como fatores genéticos, privação de sono, distúrbios de saúde mental, como ansiedade e depressão, e, em casos mais raros, endocrinopatias, também podem estar relacionadas ao desenvolvimento dessa comorbidade”, explica o especialista.
A epidemia de obesidade infantil pode carregar uma série de outras doenças como consequência, uma das mais comuns é o diabetes tipo 2. Segundo pesquisa publicada em abril no Journal of the Endocrine Society, crianças obesas têm um risco quatro vezes maior de desenvolver diabetes tipo 2 em comparação com crianças de peso normal.
Ultrapassando sua relação com a obesidade, o diabetes tipo 2 está ligado a causas genéticas e fatores ambientais. Os sinais e sintomas do diabetes mellitus em crianças incluem sede excessiva, aumento da frequência urinária, cansaço e emagrecimento repentino. Além disso, manchas escurecidas na região do pescoço, axilas e virilhas podem indicar alterações no metabolismo da glicose, sinalizando a necessidade de avaliação médica.
Além disso, segundo o endocrinologista Gabriel Louback, a obesidade pode acarretar uma série de consequências psicológicas negativas, incluindo baixa autoestima e distorção da imagem corporal, que podem levar a transtornos alimentares, como anorexia e bulimia, além de transtornos de ansiedade e depressão. O bullying, uma forma de violência psicológica que muitas crianças obesas enfrentam, também é uma preocupação crescente, pois pode acentuar ainda mais os problemas emocionais e sociais.
Dada a gravidade da situação, a prevenção é essencial. Mudanças simples no estilo de vida, como promover uma alimentação saudável e a prática regular de atividade física, podem fazer uma grande diferença. É fundamental que pais, educadores e a comunidade em geral se unam para criar ambientes que favoreçam hábitos saudáveis. Isso inclui:
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Educação Alimentar: Ensinar as crianças sobre nutrição e a importância de uma dieta equilibrada.
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Atividades Físicas: Incentivar a prática de esportes e atividades recreativas ao ar livre.
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Limitação de Tempo de Tela: Estabelecer limites para o uso de dispositivos eletrônicos e promover alternativas de lazer mais ativas.
A prevenção da obesidade e também do diabetes infantil é um desafio que exige a participação ativa da sociedade. Dr. Louback confirma que mudanças de hábitos de vida são essenciais. “É fundamental promover uma alimentação saudável, incentivar a prática de atividades físicas, estabelecer uma rotina adequada de sono e limitar o tempo de uso de telas”, sugere o endocrinologista.
Com a colaboração de pais, educadores e profissionais de saúde, é possível criar um ambiente propício para que as crianças adotem hábitos mais saudáveis e, assim, evitem o desenvolvimento dessas condições que podem comprometer sua saúde e bem-estar a longo prazo.
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