Em meio às dificuldades na criação dos filhos na sociedade atual — entre maratonas diárias, controle do uso de eletrônicos, pirraças —, é comum as mães pensarem: “Antigamente era mais fácil! Minha avó teve oito filhos e acho que nunca precisou enfrentar os perrengues de hoje!” Essas aí, claro que não, porque as dificuldades do passado eram outras. Mas, que elas existiam, existiam!
Certamente sua avó nunca passou pela incontrolável birra no shopping, nem pela dificuldade de fazer a criança sentar à mesa sem celular — pelo simples fato de não existir shopping naquela época, muito menos celular, e porque havia regras na educação. Por outro lado, as crianças brincavam nas ruas, livres e seguras, na calçada em frente às suas residências.
“De toda maneira, não é por isso que podemos afirmar de modo categórico que no passado criar filhos exigia menos esforços das mães. Basta imaginar em criar oito filhos, hoje. Impensável, não é mesmo? Podemos dizer que antigamente era diferente, e só”, resume a psicóloga Marcia Belmiro.
“Para começar, nas gerações passadas a infância como um todo era bem diversa da que vemos hoje. Como as mulheres não estavam no mercado de trabalho, as crianças só iam para a escola aos 7 anos, para serem alfabetizadas. A primeira infância era passada em casa, e o máximo de contato externo que uma criança tinha era com vizinhos, primos.
Se a família tinha um aparelho de TV, a criançada pouco aproveitava já que não havia canais de desenhos animados voltados para ela. Por outro lado, se um pequeno manifestava sua opinião sobre assunto considerado inadequado ou discordava da educação rígida, era silenciado, seguindo a máxima de que “criança não tem querer”. O parâmetro de “bom filho” era a obediência, e qualquer questionamento era visto como um caso de indisciplina.
As famílias eram numerosas, e os mais velhos, especialmente do sexo feminino, naturalmente ajudavam a cuidar dos mais novos, de modo que meninas de 10 anos eram vistas praticamente como adultas, com responsabilidades que, sabemos hoje, não são razoáveis para indivíduos dessa idade”, analisa Márcia.
Ficar pensando em como era a vida das mães no tempo da sua avó vai ajudar de alguma forma a resolver seus problemas hoje? O que você pode fazer agora, para ter uma maternidade mais tranquila, sem culpas nem nostalgia?”, incentiva a psicóloga.
Reflita e tente ser a mãe possível, sem se escravizar, nem sentir culpa. Vai ser bom para você e para seus filhos. (Fonte: institutoinfantojuvenil.com.br)
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