A partir deste ano, o esquema vacinal contra a poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, deixa de ser via oral e passa a ser aplicada como vacina injetável. Crianças de 2, 4 e 6 meses de idade devem ser vacinadas com o novo método. Desde novembro do ano passado, imunizantes em gotinhas deixaram de fazer parte do calendário de vacinação infantil, devido às novas evidências e recomendações científicas internacionais.
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), não se trata de uma nova vacina, mas de um novo esquema vacinal. Com o aval da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização e as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), a troca do meio oral para o injetável da vacina é baseada nas evidências de que, em condições sanitárias ruins, a vacina oral pode levar a casos da doença derivados do imunizante, isso porque a vacina oral poliomielite (VOP) contém o vírus enfraquecido. A dose oral deve ser utilizada apenas para o controle de surtos, como acontece na Faixa de Gaza.
Desde 1989 não são registrados casos no Brasil, mas o ministério ainda registra um déficit de quase 20% na meta de cobertura vacinal. Nos últimos três anos, muitos pais deixaram de vacinar seus filhos, seguindo mensagens propagadas por grupos antivacinas.
Calendário
O calendário nacional de vacinação contempla 19 vacinas que protegem todos os ciclos de vida, desde o nascimento até a velhice. A lista de doenças imunopreveníveis inclui ainda sarampo, rubéola, tétano e coqueluche.
“Além de prevenir doenças graves, a imunização contribui para reduzir a disseminação desses agentes infecciosos na comunidade, protegendo aqueles que não podem ser vacinados por motivos de saúde”, reforça o MS.
Sobre a doença
A poliomielite, chamada também de paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda, causada por um vírus que pode infectar crianças e adultos. A vacinação é a única forma de prevenção. A contaminação ocorre por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes e, em casos graves, pode acarretar paralisia, principalmente dos membros inferiores.
Fatores como a falta de saneamento, más condições habitacionais e higiene pessoal precária, são os que mais favorecem a transmissão do poliovírus, causador de poliomielite. Embora ocorra com maior frequência em crianças, a doença também pode ocorrer em adultos que não foram imunizados
As sequelas estão relacionadas com a infecção da medula e do cérebro pelo poliovírus, sendo as principais sequelas: problemas e dores nas articulações; pé equino, em que a pessoa não consegue andar porque o calcanhar não encosta no chão; crescimento diferente das pernas; osteoporose; paralisia de uma das pernas; paralisia dos músculos da fala e da deglutição; dificuldade na fala; atrofia muscular e hipersensibilidade ao toque.
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