Com o avanço da pandemia provocada pelo coronavírus, muitas cidades em todo o mundo adotaram a quarentena ou campanhas estimulando que as pessoas não circulem pelas ruas sem necessidade. Um cenário complicado, com consequências negativas para toda a população do planeta. Mas, em todos os momentos da vida, sempre haverá um lado positivo. Pesquisadores relatam que através de estudos sobre a poluição do ar obtiveram dados de que a qualidade do ar que respiramos está melhorando.
Com a maioria dos humanos respeitando a quarentena e permanecendo em suas respectivas casas, o meio ambiente começou a reaparecer onde antes estava esquecido. A National Aeronautics and Space Administration ou Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa) divulgou imagens de satélite que mostram uma queda bastante significativa nos níveis de poluição da China devido a interrupção das atividades industriais. Os níveis de dióxido de nitrogênio na atmosfera caíram, melhorando a qualidade do ar.
Aqui no Brasil, os cariocas se depararam com tartarugas nadando no entorno da Baía de Guanabara. Já na Itália, a população de Veneza se deparou com algo as águas dos canais estão mais claras e nítidas, já que estão sem a circulação de barcos. Os moradores estão vendo peixes nos canais e em alguns pontos é possível até ver cisnes. Javalis foram vistos em Barcelona, com a queda brusca das pessoas transitando pelas ruas, os animais selvagens urbanos "têm caminho livre para passear pelas cidades", disse Romain Julliard, diretor de pesquisa do Museu Nacional de História Natural de Paris, à Agence France-Presse (AFP).
Para o cientista, "talvez o fenômeno mais importante seja que nossa maneira de ver a natureza está mudando: pessoas confinadas estão percebendo o quanto sentem falta da natureza". Confinadas em suas casas, as pessoas têm mais tempo para observar a natureza a partir de suas janelas ou jardins, ressalta Julliard.
A queda nos índices de poluição é tão significativa que alguns cientistas se arriscam a dizer que como consequências muitas vidas serão salvas, uma vez que a qualidade do ar é responsável por provocar e agravar quadros de doenças respiratórias em todo o planeta. “O que mais me surpreende é que as medidas que estão sendo tomadas para combater o coronavírus são muito mais severas do que as medidas que estaríamos dispostos a tomar para conter as mudanças climáticas e a poluição atmosférica”, relata François Gemenne, diretora do centro de pesquisas ambientais The Hugo Observatory.
"Estes números podem salvar a vida de cerca de quatro mil crianças abaixo dos 5 anos e de mais de 70 mil adultos, apenas na China. Estes seriam as mortes provocadas pela poluição do ar no país, caso os índices se mantivessem os mesmos", relata o cientista Marshall Burke, que ainda complementa: “Estes cálculos nos lembram das consequências que o nosso modelo de vida tem na saúde das pessoas, o alto custo ambiental, social e humano do nosso modelo de sociedade”, finaliza.
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