Para representarmos o espaço geográfico de forma proporcional à realidade, é preciso usar uma relação matemática chamada “escala”: ela indica a relação matemática entre o espaço real e a representação desse espaço no mapa.
A escala aponta, portanto, a quantidade de vezes que uma área teve de ser reduzida para caber no local em que o mapa está representado. Por exemplo: a medida real de um terreno é 100 vezes maior que a medida representada no mapa, então, cada 1 cm do mapa equivale a 100 cm do terreno representado. Feita a introdução, vamos ao assunto em questão.
A cartografia — arte de fazer mapas —, tem uma história antiga, que remonta a milênios antes de Cristo. Nos tempos modernos, a partir de meados do século 15, a elaboração de mapas tornou-se uma atividade de interesse crescente, principalmente devido às grandes navegações, que exigiam mapas cada vez mais confiáveis.
Desde a origem da cartografia, a matemática sempre constituiu a base para a formulação e construção do conteúdo desse campo do conhecimento, da representação gráfica da superfície terrestre e dos objetos geográficos. Escala, proporções, coordenadas geográficas, projeções cartográficas, fuso horário, e muitos outros, são conceitos matemáticos fundamentais para a leitura de mapas.
Mapas do mundo conhecido foram feitos desde tempos bem remotos. De todos esses mapas, o mapa-mundi de Claudio Ptolomeu (83–161 d.C.) teve vida bem longa, servindo a seus contemporâneos ainda no tempo do Império Romano, passando pelos árabes e voltando à Europa ainda na Idade Média.
Esse mapa encontra-se em sua importante obra, Geographia (Geographiké Hyphegesis), que influenciou cartógrafos, navegadores e astrônomos do século 15 e boa parte do século 16.
As navegações foram um grande estímulo para que se intensificassem os esforços na confecção de mapas cada vez mais informativos e confiáveis, dentre os quais o mapa (e a projeção) de Mercator*, que ficou sendo o mais importante e famoso até os dias de hoje. Assim, com o tempo, o mapa de Ptolomeu foi perdendo importância prática.
*Gerhard Kremmer (1512-1594) foi um geógrafo e cartógrafo natural de Flandres (que hoje faz parte da Bélgica), que ficou conhecido pelo seu nome latinizado Gerardus Mercator (Kremmer significa mercador). Seu famoso mapa data de 1569, e revolucionou a matéria.
Sua principal característica era a de ter, em um mapa plano, as linhas de rumo retas fazendo ângulos constantes com os meridianos. Até esse advento, não havia mapas com essas características. Aos poucos os navegadores foram percebendo a vantagem em precisão e facilidade de navegação que ele oferecia.
Durante toda essa época, e até meados do século 18, os cartógrafos procuravam descobrir uma maneira de fazer mapas de grandes regiões, ou mesmo de todo o globo terrestre, de forma a reproduzir as diferentes localidades da Terra preservando, com exatidão e na mesma escala, as várias distâncias entre elas.
Isso perdurou até que o grande matemático Leonard Euler (1707-1783) demonstrou a impossibilidade desse intento…
Bom, o assunto é abrangente, acadêmico, voltado para especialistas. Ou curiosos, como eu mesma. Após esse último parágrafo, por exemplo, vem o seguinte: “Um ramo da matemática, do qual Euler pode ser dito como um dos fundadores, é conhecido por Teoria dos Grafos, uma parte hoje adulta e independente da Topologia”.
Quer dizer, aprofunda os estudos da geografia, que vai se desdobrando e se enriquecendo de outras fontes do conhecimento geral. Que não tem fim. O que é estimulante. Então, se o leitor quiser penetrar no vasto mundo de saberes, acesse aqui.
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