O distanciamento social devido ao novo coronavírus mudou a maneira dos indivíduos se envolverem uns com os outros. Os solteiros desse mundão precisaram buscar outras formas de prazer e de conhecer gente nova com os famosos brinquedinhos de sex shop, aplicativos de paquera, sexting, videochamadas, entre outros.
Durante a pandemia, o mercado erótico viu suas vendas dispararem com a busca por acessórios que proporcionam prazer para quem está sozinho. Desde o início do isolamento, mais de 1 milhão de vibradores foram vendidos em todo o Brasil, segundo levantamento Abeme (Associação Brasileira de Empresas do Mercado Erótico).
Ainda de acordo com o estudo, quem mais compra são os jovens: 51,4% dos clientes estão na faixa de 25 a 34 anos. As mulheres representam 65% do total, e os homens 21,1%.
Já o índice de satisfação dos brasileiros na compra de produtos eróticos online é de até 81%, de acordo com pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e da Confederação Nacional de Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
Produtos eróticos, por que não?
Apesar de vivermos em uma sociedade sexualizada, com a temática presente em séries, filmes e programas de TV — muitas vezes o tema é abordado de forma muito conservadora e com isso, os produtos eróticos acabam sendo um tabu para uma grande parte da população. Por que ainda não consideramos normal a busca pelo auto-prazer? Apostar em objetos sexuais é uma ótima pedida para se conhecer melhor.
Roberta Benevenuti, uma das sócias do sexshop HotRio, acredita que tabu está na nossa mente, na nossa convivência e educação. “É preciso quebrar esses paradigmas, que nos influenciam desde pequenos, para ter uma vida mais saudável, além do modo sexual”.
E aconselha: “Seja dono(a) do seu próprio prazer! Você tem se tocado? O amor próprio é o nosso primeiro romance”.
Prazer também é negócio
O isolamento social alavancou as vendas de vibradores e outros acessórios, surpreendendo o setor. Danielle Machado, proprietária de um sexshop online, conta que não contava com o volume de negócios, com o lucro na quarentena. “Comecei há cerca de um ano nesse mercado, com o objetivo de completar a minha renda. Logo no início da pandemia, eu fiquei com medo, e pensei: e agora? Acabou o meu negócio. Mas, aconteceu justamente o contrário. As pessoas estão comprando produtos como vibradores, óleos de massagem e fantasias”, revelou.
Brinquedinhos mais vendidos
Segundo a Hot Pepper, a Climaxxx e a Egalité, entre os produtos mais vendidos estão o Satisfyer Pro 2 Next Generation, que é um sugador de clitóris de tecnologia alemã, à prova d'água, podendo ser usado no chuveiro, na banheira ou na piscina; Vibration Power Chiclete, um gel, cujo ativo principal é o jambu, que proporciona o efeito de vibração e uma sensação de aquecimento; Cápsula Vibratória You Vibe Noa, um bullet, recomendado para estimular o clitóris. Por ter esse tamanho pocket, é um modelo discreto, podendo ser guardado até na nécessaire. Tem revestimento aveludado e apresenta 10 estágios de vibração. É recarregável, dispensando o uso de pilhas.
Na lista, também está o Vibratíssimo Little Want, uma opção para quem quer curtir com alguém, mesmo a distância, de qualquer lugar do mundo. Esse vibrador pode ser operado por meio de um aplicativo (disponível para Android e iOS) e tem função de videochamada; Mini Vibro Ondulações Curva, esse modelo é o queridinho de quem quer começar no mundo dos sex toys, possui vibrações que variam de suaves para mediana; e o Vibrador Entice Lealso Bunny, que possui dupla estimulação; e o Lubrificante Lubrisex Morango Hot, que é composto à base de água, incolor, com cheiro de morango. Tem função de aquecer levemente a região íntima.
Sexting
Sexting é a junção das palavras "sex" e “texting”, livremente traduzidas como "sexo por mensagens de texto" - e consiste também na troca de fotos, vídeos e áudios eróticos, tudo pela internet.
Apesar da popularidade - ainda mais neste momento - é importante estar atento sobre os possíveis riscos, como: vazamentos de conteúdos por vingança e invasão por cibercriminosos.
As recomendações para se prevenir contra esse tipo de situação é: manter uma conexão de internet segura (evitando redes públicas); que o remetente seja de extrema confiança; e dar preferência ao uso de aplicativos com sistema de criptografia de ponta a ponta, como o WhatsApp.
Apps de paquera na “carentena”
Em casa e sem companhia no atual momento, muita gente instalou aplicativos de paquera para passar um tempo nessa quarentena, ou melhor, “carentena” (junção das palavras carência e quarentena).
Na plataforma Tinder, aqui no Brasil, entre os que dão match (combinação entre duas pessoas), as conversas aumentaram em média 25% e estão 20% mais longas; no Happn, a troca de mensagens aumentou em 18%; o aplicativo The Inner Circle teve um aumento de 15% nos matches, e 10% nas mensagens enviadas.
Já o site Par perfeito teve aumento de 70% de cadastros entre março e maio deste ano. Um pesquisa feita pela empresa, com 1,2 mil usuários, revelou que 61% deles acreditam que as pessoas estão conversando mais neste período.
A funcionária pública Adrienne Lima, 25 anos, conta que o Tinder era só um passatempo, um aplicativo que costumava abrir quando estava sem nada pra fazer. Agora, sem programas com os amigos, sem festas para frequentar, o período ocioso é maior e ela acaba passando mais tempo no app.
“O Tinder não é um aplicativo com o qual eu super me identifico, mas, quando estou muito entediada, dou uma olhada. Agora, com mais tempo à toa, em busca de preencher esses vazios, acabo indo mais lá”, revelou.
Já a aposentada Fernanda Gonçalves, 67 anos, conta que ‘quebrou a cabeça’ e levou um bom tempo para se adaptar e dominar essas ferramentas, se acostumar a uma nova realidade, “nessa altura da vida!’, cheia de aplicativos.
“Inicialmente eu achei a ideia meio estranha, mas, com a ajuda de uma filha, eu comecei a usar e estou gostando de conversar com novas pessoas, sejam elas de outros bairros ou até mesmo de cidades mais distantes”, revelou.
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