Um levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta semana, mostra que a Indústria e Construção foram responsáveis por cerca de 64% dos novos empregos em Nova Friburgo no ano passado. As indústrias contrataram 340 funcionários, enquanto a construção civil, 384 operários. Os dados agregados de todos os setores econômicos (indústria, comércio, serviços e agropecuária) apontam ainda que Nova Friburgo encerrou o ano com 1.127 novas vagas de trabalho.
“Apesar de todas as dificuldades enfrentadas no ano, esses setores continuam sendo pilares para a nossa economia. A Firjan tem apoiado iniciativas que fortaleçam e melhorem ainda mais o ambiente de negócios, através de infraestrutura e atrativos para novas empresas. Além disso, o Senai investe na qualificação da mão de obra especializada e na busca por soluções tecnológicas, criativas e sustentáveis”, afirma a presidente da representação regional da Firjan no Centro-Norte fluminense, Márcia Carestiato Sancho.
Estado criou mais de 145 mil postos de trabalho em 2024
O levantamento da Firjan mostra ainda que o mercado de trabalho fluminense registrou a criação de 145.240 empregos formais em 2024 - o segundo melhor resultado do país. Na comparação com 2023, quando foram abertas mais de 154 mil vagas, houve redução de 5,8% no saldo de postos de trabalho no Estado do Rio de Janeiro.
“Tivemos uma pequena retração, mas ainda assim temos destaques bastante positivos, como é o caso da Indústria de Transformação, que melhorou seu desempenho de forma significativa em relação a 2023”, pontua o gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Jonathas Goulart.
A Indústria abriu 33.159 vagas de emprego em 2024, sendo a Indústria de Transformação (+ 17.660) a principal contratante - com um incremento de 67,2% frente ao saldo de 2023 (+ 10.563). A Construção e a Indústria Extrativa registraram, respectivamente, a criação de 11.936 e 2.968 postos de trabalho em 2024. Já os Serviços Industriais de Utilidade Pública encerraram o ano com saldo positivo de 595 empregos.
O setor de Serviços (+ 87.963) foi o que mais contratou em 2024, com destaque para as atividades de Atenção à Saúde Humana (+ 14.339), Alimentação (+ 11.277) e Transporte Terrestre (+ 7.167). O Comércio abriu 24.542 vagas, sendo o maior saldo positivo dos hipermercados e supermercados (+ 5.408). Já a Agropecuária (- 424) foi o único setor a encerrar o ano com saldo negativo.
A Firjan também aponta que, de forma geral, as contratações foram disseminadas pelo estado, com 72 dos 92 municípios fluminenses abrindo vagas no ano passado. A capital (+ 77.305) foi a principal contratante, seguida de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense (+ 7.835), Niterói (+ 7.696), Macaé (+ 7.097) e Nova Iguaçu, também na Baixada (+ 4.816).
Os dados do mercado de trabalho do Estado do Rio de Janeiro podem ser consultados através da plataforma Retratos Regionais, da Firjan, no site: www.firjan.com.br/retratosregionais.
Para a Firjan, alta da Selic compromete o desenvolvimento sustentável
Em comunicado divulgado na semana passada, a Firjan considera que o novo aumento da taxa básica de juros, de 12,25% para 13,25% ao ano, anunciada pelo Governo Federal, vai intensificar o processo de desaceleração da indústria nacional. Recentemente, a produção industrial teve duas quedas consecutivas e está 15% abaixo do nível máximo da série histórica, alcançado em 2011.
Essas informações são corroboradas pela quarta queda seguida no Índice de Confiança do Empresário Industrial, que iniciou 2025 apontando pessimismo. A alta dos juros não apenas compromete o desenvolvimento sustentável de setores estratégicos, mas também restringe os investimentos necessários para impulsionar a produtividade.
Em um cenário global marcado por incertezas, torna-se essencial reduzir as vulnerabilidades domésticas e elevar a produtividade. Para isso, é indispensável uma reforma fiscal crível e estruturada que alivie o alto comprometimento com despesas obrigatórias e abra espaço para investimentos. Sem isso, o dólar continuará pressionado, as expectativas de inflação deverão permanecer altas e os juros seguirão elevados. Isso prolongará a perda de confiança do setor produtivo e restringirá investimentos em inovação, infraestrutura e tecnologia, pilares essenciais para o crescimento econômico sustentável.
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