IBGE: desemprego cai e fica em 10,5% entre fevereiro e abril

Fecomércio: pesquisa revela aumento do medo de perder trabalho entre os consumidores fluminenses
sexta-feira, 03 de junho de 2022
por Jornal A Voz da Serra
Movimento na rua em plena pandemia (Foto: Henrique Pinheiro)
Movimento na rua em plena pandemia (Foto: Henrique Pinheiro)

O desemprego caiu 0,7 ponto percentual no trimestre encerrado em abril, na comparação com o trimestre anterior, e 4,3 pontos percentuais na comparação anual, e fechou o período em 10,5%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta terça-feira, 31 de maio, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o instituto, esta é a menor taxa para um trimestre encerrado em abril desde 2015, quando a desocupação ficou em 8,1%. O número de pessoas ocupadas chegou ao recorde histórico de 96,5 milhões, a maior taxa da série iniciada em 2012, com um aumento de 1,1% na comparação trimestral. A alta foi de 1,1 milhão de pessoas no trimestre e de nove milhões de ocupados no ano.

A população desocupada foi estimada em 11,3 milhões de pessoas, uma queda de 25,3% no ano. De acordo com a coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy, a queda na desocupação vem se mostrando sustentada desde o trimestre encerrado em julho de 2021, com avanços nos setores de transporte, armazenagem e correio, administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais.

“O grupo administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais foi impulsionado pelo crescimento em educação, que inclui tanto a rede pública como a privada. Em outros serviços, destaca-se o aumento nos serviços de embelezamento, como cabeleireiros, manicure e esteticista”.

O nível da ocupação, que representa o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi estimado em 55,8%, uma alta de 0,5 ponto percentual na comparação trimestral e de 4,8 pontos percentuais ante igual trimestre do ano anterior.

Já a força de trabalho, que soma as pessoas ocupadas e as desocupadas, foi estimada em 107,9 milhões de pessoas, um aumento de 0,4% em comparação ao trimestre encerrado em janeiro e de 5,1% frente ao mesmo trimestre de 2021. Este é o maior contingente de pessoas na força de trabalho da série.

O IBGE aponta para o aumento no número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado, chegando a 35,2 milhões de pessoas. Na comparação trimestral o aumento foi de 2% e na anual houve crescimento de 11,6% no emprego formal.

Os setores que mais empregaram no período foram o comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas e informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas.

Os empregados no setor público ficaram estáveis em 11,5 milhões de pessoas. Os setores de ocupação informal se mantiveram estáveis na comparação trimestral. Com isso, a taxa de informalidade caiu 0,3 ponto percentual no trimestre anterior, para 40,1% da população ocupada, totalizando 38,7 milhões de pessoas.

Já na comparação anual, houve aumento de 20,8% no número de empregados sem carteira assinada no setor privado, chegando ao recorde histórico de 12,5 milhões de pessoas. Os trabalhadores por conta própria subiram 7,2% no ano, chegando a 25,5 milhões de pessoas.

A subutilização caiu 1,4 ponto percentual no trimestre e ficou em 22,5%, somando 26,1 milhões de pessoas. A população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas caiu para 6,6 milhões de pessoas, uma redução de 5,3% em relação ao trimestre anterior.

A população desalentada também caiu, ficando em 4,5 milhões de pessoas, uma redução de 6,4% em relação ao trimestre anterior e de 24,6% na comparação anual.

De acordo com a pesquisadora Adriana Beringuy, o aumento da ocupação não se refletiu no rendimento real habitual, que caiu 7,9% na comparação anual, ficando em R$ 2.569 no trimestre encerrado em abril.

“Embora tenha havido crescimento da formalidade, não foi observada expansão do rendimento médio real do emprego com carteira assinada no setor privado. Além disso, houve queda no rendimento do setor público”, disse. A massa de rendimento real habitual somou R$ 242,9 bilhões, ficando estável na comparação anual.

Aumenta medo do desemprego

Um levantamento feito pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFecRJ), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio) com consumidores fluminenses mostra que o receio em perder o emprego aumentou. Dos 434 entrevistados, entre 16 e 19 de maio, 40,3% disseram que tiveram muito medo de ficar desempregados nos últimos três meses, contra 38,9% da pesquisa anterior. A nova pesquisa mostrou que a confiança diminuiu também para os que não tiveram medo de perder o emprego. Em maio, foram 36,2%, contra 40,9% em abril. O mesmo foi verificado para os que tiveram pouco medo do desemprego: 23,5% em maio, contra 20,2% em abril.

Em relação aos próximos três meses, os números revelam a diminuição do temor dos consumidores em relação à pesquisa anterior. Agora em maio, 42,2% não estão com medo de perder o emprego, enquanto 47% tinham a mesma preocupação no levantamento de abril; e 30,9% estão com muito medo de ficar desempregados, contra 30,5% em abril. Estão com pouco medo 27%; no mês anterior, o índice foi de 22,4%.

“No Estado do Rio, o consumidor apresentou queda na confiança no índice geral, mas a situação presente subiu. O que puxou o resultado para baixo foram as expectativas futuras. Isso mostra que podemos estar próximos de um limite da não influência das variáveis macro sobre a tomada de decisão por parte do consumidor, o que deve afetar as expectativas dos empresários nas próximas medições. Ao que parece, estamos iniciando um processo de maior pressão sobre a economia e aquela ‘poupança’ por conta do avanço recente do setor de serviços pode estar acabando”, explicou o diretor executivo do IFecRJ, João Gomes.

Em relação à expectativa da retomada econômica brasileira para os próximos três meses, a pesquisa mostra o aumento da desconfiança dos consumidores: estão muito pessimistas ou pessimistas, 46,8%; em abril, esse número era de 41,4%. Os confiantes ou muito confiantes, em maio, somaram 33,7%, contra 39,6% da pesquisa anterior. Os que acreditam que a situação não irá se alterar são 19,6%.

Sobre a retomada da economia do Estado do Rio nos próximos três meses, o número de pessimistas ou muito pessimistas ficou em 47,5%, contra os 44,1% da pesquisa feita em abril. Além disso, o número de consumidores confiantes ou muito confiantes também caiu em relação à sondagem anterior: 30,2% em maio, contra 32,3% em abril; 22,4% dos entrevistados em maio acreditam que a situação não irá se alterar, enquanto no mês passado, o índice ficou de 23,6%.

A quantidade de consumidores fluminenses que afirmaram ter sofrido diminuição na renda familiar nos últimos três meses apresentou aumento, indo de 53,2% em abril para 53,7% em maio. Os índices mostram que houve crescimento dos que tiveram aumento na renda familiar: 11,1%, (abril) para 13,9% (maio); 32,5% disseram que a renda familiar continuou como está, contra 35,7% do levantamento anterior.

Para os próximos três meses, 42,4% acham que a situação vai continuar como está. Já 23,5% acreditam que vai aumentar ou aumentar muito. Os que acreditam que vai reduzir ou reduzir muito somam 34,1%. Os números mostram pessimismo se comparada à pesquisa anterior, que indicou que 45,6% acreditavam que a situação iria continuar como está, enquanto 25,4% dos entrevistados achavam que iria aumentar ou aumentar muito e 29,1% que reduziria ou reduziria muito a renda familiar.

O número de consumidores não endividados ou pouco endividados nos últimos três meses ficou em 47,5%. O percentual de endividados subiu de 22,7%, em abril, para 29% em maio. O mesmo ocorreu com os muito endividados que em abril eram 19% e no mês seguinte, saltou para 23,5%.

No novo levantamento do IFecRJ, 49,3% disseram não ter ficado inadimplentes nos últimos três meses, enquanto 36,6% afirmaram que tiveram dívidas; e 14,1% ficaram pouco inadimplentes. Entre os que se declararam inadimplentes, o cartão de crédito continua em primeiro lugar, com 69,1% da inadimplência, seguido pelas contas de luz, gás, telefone, água e internet (46,1%), crédito pessoal (35,5%) e IPVA (24,9%).

Perguntados sobre os gastos com bens duráveis, 37,9% afirmaram que irão manter seus gastos nos próximos três meses, enquanto 33,4% diminuirão e 28,7% aumentarão. Nos últimos três meses, 44,3% disseram que os gastos foram menores com os bens duráveis; 35,1% gastaram mais e 20,6% tiveram os gastos iguais.

 

 

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TAGS: Emprego