Globo de Ouro enaltecerá cultura afro com riqueza de detalhes

Carnavalesco mostra confiança para obter o título este ano
sábado, 22 de fevereiro de 2020
por Guilherme Alt (guilherme@avozdaserra.com.br)

 

Os traços fortes da cultura africana podem ser encontrados em variados aspectos da cultura brasileira, como a música popular, a religião, a culinária, o folclore e as festividades populares, como o carnaval. E é essa pegada que a escola de samba Globo de Ouro, da Vila Amélia, a quarta e última a desfilar pelo Grupo A, no sábado, 22, promete apresentar na Avenida Alberto Braune.

Para conquistar o 13º título, a escola trouxe o carnavalesco Paulo Schimidt que fez um trabalho bastante reconhecido na escola do Grupo Especial Alunos do Samba, em 2019, e respira carnaval há 13 anos. Com o enfoque na cultura negra, o ritmo terá destaque no enredo da escola.

“Batuque é o enredo para o Carnaval 2020. É o batuque de origem africana. Vamos trazer a ancestralidade, a originalidade e a cultura afro para o nosso desfile. O batuque  chegou ao Brasil para virar samba, capoeira, pagode, entre outros. É um misto de ritmos”, conta Schimidt.

O carnavalesco elogia a administração da escola e conta que o ambiente proporciona um trabalho sério, focado e aliado a um planejamento competente. “Nós começamos a trabalhar em agosto e está tudo sendo feito com muita coerência. O presidente Cailan Cardoso tem feito um excelente trabalho administrativo e manual. As fantasias estão muito bonitas, as alegorias estão maiores, inéditas. Tem muita coisa bacana que vai encher de orgulho o povo da Vila Amélia, além dos torcedores e integrantes do Globo do Ouro”, planeja.

A novidade é o gigantismo de um desfile compacto e inédito com muitas criações exclusivas. Os carros alegóricos merecem atenção. Serão revestidos com muita modernidade trazendo efeitos e perfeccionismo nas decorações. Todas as fantasias foram feitas dentro da escola e de acordo com Paulo apostar no talento friburguense é valorizar o artista local.

“Para ser campeão tudo tem que ser feito com muita competência, respeitando todas as agremiações que trabalham para abrilhantar ainda mais o carnaval friburguense. São detalhes ricos, luxuosos e criativos. O povo vai ver na avenida fantasias inéditas criadas especificamente para o desfile deste ano, dentro do nosso ateliê e não toda a sucata importada do Rio de Janeiro. Isso não é legal, acaba por tirar todo o brilho dos profissionais e artistas friburguenses”, acredita ele. 

“A ordem do desfile faz diferença, sim. A primeira escola geralmente é prejudicada e a avenida está fria. O público ainda não está empolgado. Sendo a última escola você é avaliado por tudo aquilo que foi apresentado. É com isso que eu estou trabalhando, é em cima disso que eu vou montar o Carnaval 2020”, completa o carnavalesco. 

 

Ficha Técnica

  • Fundação: 30/03/1977
  • Endereço: Rua Adelino Valente, 146, Vila Amélia
  • Cores: azul, royal, amarelo e ouro
  • Símbolo: Globo
  • Presidente: Cailan Cardoso da Silva
  • Vice-presidente: Paulo Mangano
  • Títulos: (12) 1991 – 1992 – 1993 – 1994 – 1996 – 2004 – 2005 – 2007 – 2010 – 2014 - 2015 - 2018
  • Enredo: “Batuque”
  • Carnavalesco : Paulo Schimidit
  • Compositores: Samir Trindade, Serginho Aguiar, Elson Rodrigues, Filipe Araújo e Alexandre Moreira
  • Intérprete: Ciganerey e Edinho Melodia
  • Mestre-sala: João Santos
  • Porta-bandeira: Maria Eduarda
  • Bateria: Kamikaze
  • Alegorias: 3
  • Alas: 12
  • Componentes: 350
  • Comissão de frente: Lurriele
  • Rainha : Paola Muniz
  • Ordem do desfile: 4ª - 1h30

 

Letra do samba

 

Batuque que faz o chão tremer

Emana energia e vibração

Raiz africana no Xirê

É canto, dança e devoção

Toca pra subir, poeira

Chama pra descer o povo de Aruanda

 

Noite de luar clareia

Enfeita de axé meu samba

Saudade que o negro chorou

A cura do corpo no seu tambor

 

Rufa o Alujá pra Xangô

Oxossi na fé, ecoa o Agueré

Firma na palma da mão

Bate Adarrum a Ogum

Chegou Oxalá, Dobre o rum

 

“Preto Véio” mandingueiro rezou...

E pediu ao seu senhor liberdade

De Congo um nobre rei fez

Reluzir felicidade

 

Gira baiana “crioula” deixa girar

Maracatu, marujada, vem brincar

 

No gueto semeando esperança e paz

O sonho inocência que se refaz

No peito um batuque de gente guerreira

Mostrando ao mundo a sua realeza

Ao som da batucada brasileira

Meu azul e ouro é couro de madeira

 

Vai ressoar o atabaque de um bamba

Ao renascer nesse conga

Globo de Ouro no celeiro do samba

 

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TAGS: carnaval