Funcionários contratados para hospital de campanha mergulham em incertezas

Enquanto estão sem receber, ele aguardam convocação. MP defende realocação provisória no Raul Sertã
sábado, 25 de julho de 2020
por Guilherme Alt (guilherme@avozdaserra.com.br)
A charge do Silvério deste fim de semana resume a situação
A charge do Silvério deste fim de semana resume a situação

Previsto para ter sido inaugurado no último dia 30 de abril, o hospital de campanha de Nova Friburgo, montado no ginásio esportivo Frederico Sichel, do Sesi, no distrito de Conselheiro Paulino, assim como outras unidades dedicadas ao tratamento intesnvio de infectados pela Covid-19 no Estado do Rio, tem se transformado em uma novela, cujo final permanece indefinido.

Não há nenhuma novidade com relação à unidade que teve sua estrutura montada ainda em abril. As últimas informações do governo do Estado dão conta de que o hospital de campanha de Nova Friburgo ficará pronta, mas só funcionará se houver uma segunda onda de contágio de Covid-19. O custo total do hospital é de R$ 60 milhões.

A organização social Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) que, inicialmente, inicialmente foi a responsável pela gestão das unidades de campanha contratou profissionais de saúde para trabalhar em Friburgo. No início de junho, porém, a OS foi descredenciada pelo governador Wilson Witzel após atrasar a entrega das unidades hospitalares, tendo como gota d’água os 500 respiradores adquiridos pelo estado, que na verdade eram equipamentos para anestesia.

Profissionais contratados, mas sem trabalho 

Um desses funcionários contratados para o hospital de campanha de Nova Friburgo, que preferiu não se identificar, informou que está esperando apenas o aval do governo estadual para trabalhar, mas até o momento não houve o contato. “Estou contratado há quase três meses, sendo que não tive nenhum posicionamento em relação ao dia em que começo a trabalhar. A minha carteira é assinada e estou sem receber desde que fui contratado”, revelou o funcionário que continuou: “Sei que é difícil cobrar o recebimento de algo que não teve trabalho presencial, mas assinaram a carteira de todos e estamos com vínculos empregatícios. Nos deram a esperança de um emprego e até agora, nada”, reclamou.

O problema, segundo o funcionário, é que eles ficam impedidos de assinarem contrato com outras empresas para que não haja conflito de horário. “Por conta disso, não corremos atrás de outros empregos porque acabamos ficando presos ao Iabas, mesmo sem horário definido. Se por um acaso conseguirmos um contrato em outro local e o hospital de campanha começar a funcionar poderá haver conflito de horários. Aí teremos que optar por um ou outro”, observou. 

Possível cessão dos profissionais ao Raul Sertã 

O Ministério Público quer que os funcionários contratados para trabalhar no hospital de campanha de Friburgo sejam alocados no Hospital Raul Sertã, enquanto a unidade estadual não comece a operar. A sugestão é vista com bons olhos, desde que haja condições de trabalho.

“Se a pessoa for designada para o cargo em que foi contratada, eu acho uma boa. Até porque o Raul Sertã está muito precário. Só que não adianta absorver vários funcionários no hospital se não tem aparelhagem e condições para trabalhar, além é claro de ter que pagar o salário. Depois que eles assinaram a minha carteira não houve mais nenhum contato do Iabas nem de ninguém do Estado. Até o momento, continuo com contrato em vigor”, disse um profissional de saúde contratado para o Hospital de Campanha. 

No último dia 9, em uma visita ao município de Nova Friburgo, o governador Wilson Witzel ao ser questionado sobre a realocação desses funcionários, falou ao RJ-TV, da Rede InterTV que era preciso checar, primeiramente, se esses contratados para o Hospital de Campanha existiam de fato. “Há a contratação, mas muitos não se apresentaram para poder trabalhar”, disse o governador ao se referir, muito provavelmente às unidades de campanha inauguradas na capital, já que em Nova Friburgo não houve o chamado desses funcionários para trabalhar porque o hospital ainda não ficou pronto.

Sobram dúvidas para os profissionais de saúde  

Um outro funcionário que também entrou em contato com A VOZ DA SERRA na última semana informou que tem contrato com o Governo do Estado e espera ser convocado para trabalhar na rede municipal de saúde. “Minha carteira está presa ao Iabas desde maio, depois que a OS me contratou para prestar serviços no Hospital de Campanha na de Nova Friburgo. Recebi o valor referente ao proporcional ao período de maio, mas agora consultando o site do INSS consta que tenho valor de pagamento e contribuição, porém não tem nada em conta. Estou na expectativa de poder ainda ser realocado para trabalhar no Hospital Raul Sertã, ou onde quer que seja necessário”, disse. 

Ampliação de leitos no Raul Sertã

Nossa equipe de reportagem foi informada que o Palácio Guanabara pretende financiar a abertura de mais dez novos leitos de CTI Covid-19 em Nova Friburgo, no Hospital Municipal Raul Sertã. As informações, apesar de não confirmadas, dão conta de que o Estado arcaria com os custos das contratações dos profissionais de saúde e de que o processo seletivo já teria começado. 

 

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