Friburgo sedia, junto com outras cidades do mundo, sua primeira Jane’s Walk

Passeio inédito de cidadania e urbanismo nesta sexta no Rui Sanglard está sendo organizado pela Estácio para projeto de área de lazer comunitária
quarta-feira, 04 de maio de 2022
por Adriana Oliveira (aoliveira@avozdaserra.com.br)
Uma Jane's Walk em Nova York (Reprodução da web/ Municipal Arts Society)
Uma Jane's Walk em Nova York (Reprodução da web/ Municipal Arts Society)

Nova Friburgo vai ser a única cidade do Estado do Rio, fora a capital, a sediar  nesta sexta-feira, 6, uma Jane’s Walk, e pela primeira vez. A caminhada, que ocorre simultaneamente em várias cidades do mundo desde 2007, sempre no primeiro fim de semana de maio e com transmissão ao vivo pelo Instagram e YouTube,  é um movimento internacional de cidadania e urbanismo inspirado pela ativista e escritora Jane Jacobs, nascida nos EUA mas radicada no Canadá.

No Brasil, serão este ano 23 cidades participantes, incluindo Friburgo. O evento, marcado para as 11h no Rui Sanglard,  está sendo organizado pelo Teia, o Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo da Estácio de Sá (abaixo);  pela Sapiens, agência  experimental dos cursos de publicidade e jornalismo da Estácio; e pela Associação dos Moradores da localidade. 

Durante a Jane´s Walk, as pessoas são incentivadas  a contar histórias sobre seus bairros,  a descobrir aspectos inusitados de suas comunidades e a trocar experiências. 

Segundo Ecléa Morais, mestre em Planejamento Urbano pela UFRGS, revisora do periódico "Direito à Cidade" e coordenadora  do Teia, o Rui Sanglard foi escolhido porque o Escritório Modelo do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estácio de Sá está desenvolvendo um projeto arquitetônico e paisagístico, sem fins lucrativos, que compreende a área de lazer com quadra poliesportiva e academia ao ar livre para os seis mil moradores da comunidade.

“As caminhadas de Jane’s Walk aproximam a universidade da vida cotidiana e urbana das comunidades, inspirando um olhar sobre o que acontece através da alteridade, da escuta e, principalmente, da troca com a comunidade, buscando espaços mais democráticos e afetivos”, disse ela. 

Durante a caminhada, será apresentado o projeto e servidos  no Centro Socialista feijoada e caldo verde, cuja arrecadação  será revertida para a obra.

Mais de 130 cidades em 6 continentes

 Os passeios são conduzidos por voluntários e a participação é aberta ao público e gratuita. O bairro pode ser proposto por qualquer pessoa que more, trabalhe ou frequente.  Em 2014, mais de 40 mil  pessoas participaram em Jane's Walks conduzidos por voluntários de 134 cidades, em seis  continentes.

A professora Alícia Romero, doutora em Urbanismo pelo Prourb da UFRJ, explica a importância dessa experiência in loco para trabalhos de pesquisa: “Ao se fazer um estudo, muitas vezes nos baseamos em fotografias, livros e vídeos. Esses recursos, embora importantes, filtram experiências naturais essenciais como os cheiros, a temperatura, a umidade, a textura do solo, a brisa. Estas informações ficam veladas pela ferramenta de registro.  Para uma apropriação adequada próxima de um coletivo humano, uma comunidade, é fundamental uma observação próxima um contato de pele e de todas essas nuances que as nossas ferramentas supermodernas não conseguem captar”. 

A obra mais conhecida de Jane Jacobs, que morreu em 2006, é o livro “Morte e Vida de Grandes Cidades (The Death and Life of Great American Cities, 1961), na qual ela analisa o espaço público das cidades americanas na década de 50 e identifica  as razões da violência, da sujeira e do abandono de determinados lugares.

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