Friburgo perde Paulinho Carvalho, no Dia do Fotógrafo

Notícia de sua morte, por complicações cardíacas, deixa a classe artística friburguense de luto
sábado, 08 de janeiro de 2022
por Jornal A Voz da Serra
Paulinho atrás das lentes (Acervo da família)
Paulinho atrás das lentes (Acervo da família)

No Dia do Fotógrafo, faleceu um dos mais talentosos e conhecidos profissionais das lentes de Nova Friburgo. Paulo Henrique de Carvalho  foi fotógrafo por muitos anos, inclusive com  carreira em publicidade  no Rio. A notícia de sua morte, por complicações cardíacas, deixa a classe artística friburguense de luto.

Paulinho, como era conhecido, transitou por muitas áreas e fez algumas exposições em Friburgo. Tímido e discreto, era avesso a homenagens, mas sua morte deixa saudades em quem o conheceu. Foi casado com a também fotógrafa Regina Lo Bianco, com quem teve um filho,  o design gráfco Alexandre Lo Bianco. Deixa ainda outro filho, Henrique, além de dois netos 

O corpo já está sendo velado e será cremado neste domingo, às 10h, no Cemitério Luterano.

Um artista apaixonado pelas técnicas tradicionais

Em reportagem publicada em 2009, A VOZ DA SERRA descreveu Paulo Henrique de Carvalho como "um entusiasta do filme e da revelação". Tendo dedicado sua vida inteira à fotografia, ele trocou os avanços da tecnologia pelos métodos  tradicionais. A poesia em suas fotos levavam a assinatura do artista que estava  por trás das lentes.

Suas estantes, dividindo espaço entre vinis, cds, livros e filmes, mostram a profunda e seletiva sensibilidade do fotógrafo: edições raras de autores latinos como Julio Cortázar e Manuel Scorza, alguns clássicos espirituais como exemplares da obra de Deepak Chopra, uma boa quantidade de filmes em VHS, onde se destacavam por sua estética esmerilhada e suas cores intensas "O fabuloso destino de Amélie Poulain" e "Réquiem para um sonho".

Ele era apaixonado pela obra do diretor Stanley Kubrick, responsável por clássicos como 2001, "Uma odisseia no espaço", "Laranja mecânica" e  "O iluminado", e que, por sinal, começou a carreira de cineasta como fotógrafo.

O fascínio de Paulinho pelo modo tradicional de se fotografar era tanto que ele se permitia ao experimentalismo: em um de seus  projetos, apenas com o uso de lápis de cor, ele manipulou uma série de fotografias antigas de pontos  conhecidos de Nova Friburgo. As fotos, obtidas através do Pró-Memória, foram trabalhadas uma a uma, com Paulinho colorindo e dando nova vida às imagens. O trabalho, completamente manual, foi reproduzido sobre um fundo específico, dando vida a um cartão postal diferente e estilizado, pautado em uma coloração sóbria, que acentuava as imagens. 

A equipe de A VOZ DA SERRA se solidariza com a família neste momento de luto.

 

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