Friburgo perde o músico Nego Dé, que se recuperava da Covid-19

Cantor e violonista de 41 anos contraiu o coronavírus no fim de março, melhorou e adoeceu de novo
domingo, 03 de maio de 2020
por Jornal A Voz da Serra
Nego Dé: vítima do coronavírus (Arquivo pessoal)
Nego Dé: vítima do coronavírus (Arquivo pessoal)

Morreu neste domingo, 3, o músico André Henrique de Souza, mais conhecido como Nego Dé. Famoso e querido em Nova Friburgo, nos distritos de São Pedro da Serra e Lumiar e em cidades da Região dos Lagos, onde costumava se apresentar, Nego Dé havia recebido diagnóstico de Covid-19, depois um primeiro atendimento no Hospital Municipal Raul Sertã, no final de março, quando, segundo amigos,  apresentou sintomas da doença e recolheu material para exames laboratoriais.

Jovem e forte, como não era de grupo de risco, o músico foi liberado para continuar o tratamento em casa. Voltava ao hospital uma vez por semana, para monitorar seu quadro de saúde. Há postagens dele, numa rede social, contando o sofrimento com a doença e como conseguiu, aos poucos, vencê-la.

Nego Dé conseguiu se recuperar e, em isolamento em casa,  chegou a gravar uma música. Na semana passada, ainda segundo amigos,  chegou a dirigir até Rio das Ostras para resolver detalhes de uma live que iria gravar na sexta-feira,  1º de maio, num bar da cidade. Mas na quinta voltou a se sentir mal. Teve febre e, de novo, dificuldade para respirar. A live foi cancelada. Em vídeo, ainda tossindo muito, ele se disse surpreso com a piora e fala estar lutando contra "água nos pulmões", que o impediu de dormir noites seguidas. 

De volta ao Raul Sertã, internado, enviou mensagem de madrugada a uma amiga dizendo estar com muito medo. "Parece que é a Covid de novo. Não estou acreditando", escreveu.  No início da manhã deste domingo,  parou de mandar notícias. 

Músico autodidata, de raro talento, Nego Dé tocava violão e percussão, além de cantar. Era frequentemente chamado de "Seu Jorge de Nova Friburgo", em alusão ao músico carioca, devido à voz extremamente grave e encorpada. Tinha 41 anos e deixa uma filha. 

A VOZ DA SERRA se solidariza com a família e os amigos neste momento doloroso.

Nota da Redação: Esta reportagem foi atualizada, minutos após ser veiculada, com a retirada da informação, incorreta, que André Henrique foi menino de rua antes de se tornar músico. A  informação, que ficou pouco tempo no ar e somente na versão online desta notícia,  foi passada ao jornal por uma amiga de longa data, que, na verdade, quis dizer que Nego Dé teve uma infância humilde antes de se tornar um músico reconhecido pelo seu talento. A VOZ DA SERRA pede desculpas à família e aos leitores pelo erro.

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