Desde a última segunda-feira, 4, o Ministério da Saúde iniciou a substituição das duas doses de reforço com vacina oral poliomielite (VOP), conhecida como “gotinha“, por uma dose de vacina inativada poliomielite (VIP), que é injetável. A mudança no esquema vacinal contra a doença foi anunciada em setembro pela pasta. Segundo o Ministério, a decisão foi baseada em critérios epidemiológicos, evidências científicas sobre a vacina e recomendações internacionais para deixar o esquema vacinal ainda mais seguro.
Para o diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI), Eder Gatti, a mudança é significativa e pode ser observada no mundo inteiro. Países como o Estados Unidos e nações europeias já utilizam esquemas vacinais exclusivos com a VIP. “O Ministério da Saúde está seguindo uma tendência mundial e está substituindo as duas doses de reforço com a gotinha por uma dose da vacina injetável, que tem uma plataforma mais segura e protege muito bem as nossas crianças”, explica Gatti.
Atualmente, há cerca de 38 mil salas de vacinação nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) em todo o país. A meta do Ministério da Saúde é que a cobertura vacinal alcance 95% até o fim deste ano. Em 2023, a cobertura da VIP foi de 86,5% e a de VOP 78,2%, segundo as informações contidas na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).
Anteriormente, o esquema vacinal contemplava a administração de três doses da VIP aos 2, 4 e 6 meses e duas doses de reforço com a VOP, aos 15 meses e aos 4 anos de idade. Agora, com a gotinha deixando de ser utilizada, será necessária apenas uma dose de reforço com VIP, aos 15 meses de idade, de modo que novo esquema vacinal será:
-
2 meses – 1ª dose
-
4 meses – 2ª dose
-
6 meses – 3ª dose
-
15 meses – dose de reforço
A VOZ DA SERRA entrou em contato com a prefeitura para saber se o município á recebeu doses da vacina injetável contra a polio, se ainda possui gotinhas em estoque e um balanço da vacinação este ano, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.
Sobre a doença
A poliomielite atinge crianças e adultos, podendo atacar o sistema nervoso e provocar paralisia em um dos membros inferiores. A vacinação é a única forma de prevenção. A doença é contagiosa, aguda, causada pelo poliovírus (sorotipos 1, 2, 3), que pode infectar por via fecal-oral (através do contato direto com as fezes ou com secreções expelidas pela boca das pessoas infectadas).
A multiplicação desse vírus começa na garganta ou nos intestinos, locais por onde penetra no organismo. Depois, alcança a corrente sanguínea e pode atingir o cérebro. Quando a infecção ataca o sistema nervoso, destrói os neurônios motores e pode afetar, inicialmente, os membros inferiores, e se generalizar. A doença pode ser mortal, se forem infectadas as células dos centros nervosos que controlam os músculos respiratórios e da deglutição
Possíveis sequelas
As sequelas da poliomielite, resultantes da infecção da medula e do cérebro, incluem:
- Problemas articulares e dores;
- Pé torto (pé equino), dificultando a locomoção;
- Assimetria no crescimento das pernas, causando escoliose;
- Osteoporose;
- Paralisia de um ou ambos os membros inferiores;
- Paralisia dos músculos da fala e deglutição;
- Atrofia muscular;
- Dificuldade de falar;
- Hipersensibilidade ao toque.
Apesar dos avanços no controle da poliomielite, a vacinação contínua é essencial para prevenir a propagação da doença e suas consequências debilitantes.
Deixe o seu comentário