A evolução: do livro ao surgimento dos e-books

sexta-feira, 05 de fevereiro de 2021
por Paulo Magno Torres e Carolina Maçã
A evolução: do livro ao surgimento dos e-books

O papiro e o livro antigo. Na Antiguidade já eram feitos livros, em geral com folhas de papiro, material extraído do talo de uma planta egípcia chamada Cyperus papyrvs. O papiro era flexível mas frágil, por isso os livros tinham o formato de um rolo, que era manuseado por meio de hastes, uma em cada ponta.

No século III a.C, a criação da biblioteca de Alexandria — fundada por Ptolomeu II, na qual se reuniram as obras mais importantes da literatura grega — representou um grande impulso na produção de livros desse tipo. Durante o Império Romano, também houve grande apreço pelas obras escritas, incusive eram itens de saque durante as guerras.

A partir do século II d.C, surgiu um novo formato de livro: o códice. A diferença dele para o rolo é que o códice era feito de material mais durável, que permitia escrever de ambos os lados da folha, dobrá-la e costurá-la, formando cadernos. Esse processo, chamado de encadernação, é usado até hoje na produção de livros e só foi possível na época com a evolução da técnica do pergaminho, um suporte de escrita feito de pele curtida de animais.

O pergaminho e  o livro medieval

O códice manuscrito em pergaminho foi a forma preferencial de difusão do livro na Idade Média. Era nos mosteiros medievais que mais se produziam esses livros, cujo objetivo era recuperar e difundir a cultura clássica. Eram chamados de manuscritos porque, como na Antiguidade, eram escritos à mão: os livros eram copiados um a um pelos monges e cada cópia representava um exemplar único.

Os manuscritos foram, até o aparecimento da imprensa no século XV, a principal forma de difusão textual no Ocidente. Destacavam-se pela beleza de seus elementos ornamentais, como as iluminuras, que ilustravam cada uma das folhas da obra.

A partir do século XII, esses livros começaram a circular em âmbitos laicos, como as universidades ou os círculos da nobreza, sendo os exemplares copiados em ateliês de copistas especializados. O livro converteu-se então em um objeto intelectual, com o qual se adquiria prestígio e importância.

O processo de fabricação de um manuscrito era caro, já que, além do trabalho manual da cópia, era necessário fazer pergaminhos com pele tratada de cabra ou cordeiro. A partir do século XIV, por conta da influência árabe na Europa, o pergaminho começou a ser trocado pelo papel.

Aqui entra em ação Gutenberg, cuja invenção, a prensa, representou uma revolução na história do livro, pois propiciou a reprodução rápida e barata de qualquer obra. Saltando mais de 500 anos, já no século XX, surgiram recursos de impressão com tecnologia digital.

O e-book ou livro eletrônico

Os livros eletrônicos supõem um grande avanço na concepção do livro como objeto. Um e-book ou livro eletrônico é uma publicação digitalizada confeccionada para ser comercializada preferencialmente via internet, podendo ser lida em qualquer computador fixo ou portátil e até mesmo em um hardware especial em forma de livro.

Seu tamanho, estrutura e desenho, portanto, devem ser corretamente trabalhados para que a visualização, o tempo para baixar e as possibilidades de utilização sejam eficientes e simples. Os e-books apresentam muitas vantagens, como o acesso fácil em qualquer parte do mundo e a disponibilidade de compra imediata a um preço mais baixo.

Para quem ainda não conhece: esse tipo de leitura, em geral, precisa ter um programa especial para baixar o livro e visualizá-lo. As páginas aparecem na tela como em um livro impresso, e com o mouse pode-se passar uma a uma ou saltar de uma a outra. O e-book permite inserir anotações e colocar marcadores em passagens específicas para que se possa encontrá-las com facilidade. Também é possível sublinhar ou destacar o texto em várias cores.

Da origem aos dias de hoje

O processo de impressão evoluiu muito desde sua invenção para chegar até o ponto que vemos atualmente. Para saber mais sobre a invenção da imprensa, temos que voltar ao ano de 1400 no meio do século XV. Vamos saber mais sobre a história da impressão gráfica?

Já imaginou o que seria a vida hoje sem a imprensa? Não seria possível ter livros, jornais, folhetos, cartazes, propagandas, etc. Tudo teria que ser desenhado à mão! Por estas e muitas outras razões, é que a invenção da imprensa é tão importante. A impressão gráfica modificou drasticamente a vida na sociedade e tem sido a chave na evolução da cultura.

 A vida antes da  invenção da impressão

Antes da impressão, todo tipo de escrita, como os desenhos e as primeiras letras, tinha que ser feita manualmente. Essa escrita era feita em materiais nobres e difíceis de manusear como argila, papiro ou pergaminhos. O antecedente mais antigo conhecido como meio de impressão foram os rolos para selar, que começaram a ser usados ​​na Babilônia.

Mais tarde, os chineses deram os primeiros passos na invenção da imprensa encontrando um procedimento que lhes permitiu obter muitas reproduções iguais de um documento original, sem fazer as cópias manualmente. Este procedimento é chamado de xilografia e consiste em fazer a impressão com a ajuda de tábuas de madeira. Esta placa de madeira é esculpida e para imprimir é necessário passar tinta em cima e depois “carimbar” o conteúdo na superfície desejada.

Ao longo dos anos, esta técnica chega à Europa e assim são impressas folhas soltas, como: selos de santos, calendários, cartas, entre outros. A técnica teve seu auge com o uso de caracteres removíveis de latão, cobre e chumbo. Por volta de 1430, na Holanda e na Alemanha, os primeiros livros xilográficos são impressos.

Um fator determinante para a evolução da imprensa foi a invenção do papel, porque papiro e pergaminho não eram adequados para a impressão.

A evolução por Gutenberg

Famoso por ter inventado a impressão nos moldes mais parecidos com o usado atualmente, por volta de 1455 o ourives, acostumado a moldar metais, inventou a prensa de tipos móveis, também conhecida como a Prensa de Gutenberg. 

O método utilizado — tipos, que eram as letras e símbolos, colocados numa tábua de impressão — já era utilizado na China, mas Gutenberg inovou o processo ao usar metal no lugar da madeira e aprimorar outros pontos, como a tinta usada na impressão. Por conta de todas as evoluções, Gutenberg ficou conhecido por ser o responsável pela invenção da imprensa.

A primeira obra impressa por Gutenberg foi a Bíblia, com tiragem de 150 exemplares em papel e 50 em pergaminho, composto por dois volumes com 42 linhas e 2 colunas em cada página, em letras góticas.

Nos dias  atuais

Durante vários séculos, a técnica de Gutenberg permaneceu praticamente inalterada. Foi só no início do século XX, em 1904, com a técnica da litografia que o mundo da impressão atingiu seu pico com o desenvolvimento da impressão offset, usada até hoje. Embora a impressão offset não seja muito conveniente para pequenos volumes de impressão, o sistema digital torna a impressão de baixo volume acessível e revolucionou a indústria de impressão, que já não exige pranchas específicas para cada projeto.

 

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