Por conta da falta de testes disponíveis no Estado do Rio, não obstante da realidade do país, milhares de pessoas com suspeitas de coronavírus deixam de ser notificadas e os dados oficiais da doença ficam mascarados. Para diminuir o impacto da subnotificação, o governo estadual informou que já está disponível na plataforma da Fiocruz um questionário digital (acesse aqui) que vai ajudar a estimar e corrigir as distorções de subnotificação da Covid-19 no Estado do Rio de Janeiro.
A partir do preenchimento do formulário, especialistas da nova Comissão RJ Ciência no Combate à Covid-19 (ComRJCovid), também será possível produzir dados, com atualização em tempo real, que poderão ser utilizados pelas secretarias estaduais no combate à pandemia. O formulário pede ao usuário que responda sobre sintomas da Covid-19, a data de início do mal estar, a saúde de familiares e conhecidos, além da idade, sexo e onde mora.
O questionário é a primeira ação da Comissão RJ Ciência no Combate à Covid-19, instalada pela Secretaria estadual de Ciência e Tecnologia e poderá ser usado em qualquer local do território nacional, bastando adaptar o questionário, que é público. “Os dados vão compor um mapa inédito de casos de infectados geoposicionados por CEP, em todo o Estado. As secretarias e outros órgãos estaduais deverão replicar o questionário para alcançar divulgação ampla, multiplicando gratuitamente a adesão da sociedade”, explicou secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Leonardo Rodrigues.
À frente da coordenação das atividades, Maria Isabel de Castro Souza, subsecretária de Ensino Superior, Pesquisa e Inovação, explicou que o paralelo entre o percentual de casos notificados e subnotificados permitirá às autoridades de saúde e de gestão aperfeiçoar as ações preventivas e escolher as melhores práticas para as políticas públicas em prol da sociedade fluminense. “A vanguarda do combate global mostrou que a informação é a melhor arma do gestor público contra o vírus”, ressaltou.
Ciência com agilidade
Para o presidente da Comissão, Gerson Lima, da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj), a maior vantagem da ferramenta é a agilidade na resposta. “Ela é importante para identificar o universo de subnotificação da Covid-19, mas de uma maneira simples, fácil de responder”, afirmou o professor, lembrando que o questionário foi criado a partir da contribuição do professor Luiz Otávio de Azevedo, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica da Fiocruz.
Além da secretaria, da Faperj e da Fiocruz, estarão trabalhando no levantamento as Universidades do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e Federal (UFRJ). “A principal contribuição da ferramenta será conhecer o espectro de acometimento da doença na população, comparando a possível subnotificação com os registros existentes”, afirmou o professor da UFRJ, Roberto Medronho.
A pesquisadora Karla Figueiredo, da Uerj, integrante do projeto, explicou que a ferramenta pode ampliar o que se sabe sobre a expansão da doença no estado. “De qualquer lugar, em menos de dois minutos, será possível não apenas reduzir a subnotificação da Covid-19, mas também aumentar o conhecimento sobre a sua distribuição geográfica”, disse.
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