O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma daquelas provas que tira o sono de qualquer estudante que passa meses se preparando e tentando acertar a estratégia para alcançar a sonhada aprovação. Após o primeiro dia de prova no domingo passado, 3, com as matérias de Linguagens, Ciências Humanas e Redação, neste domingo, 10, os estudantes farão a segunda e última etapa do exame, com as matérias de Matemática e Ciências da Natureza.
Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), 73,4% dos 4,5 milhões de estudantes inscritos fizeram a primeira etapa do Enem, no primeiro dia de prova. A abstenção foi de 26,6%.
Leonam Ker dos Santos, de Nova Friburgo, está nessa corrida atrás do curso de Psicologia em uma faculdade federal. Focado e dedicado, ele tem encarado o desafio de cabeça erguida. Em entrevista, ele falou sobre os perrengues da preparação, como tem lidado com a ansiedade e os planos para o segundo dia, que vem com Matemática e Ciências da Natureza.
Para o estudante, o maior desafio da preparação para o segundo dia de provas é equilibrar as demandas das disciplinas de Matemática e Ciências da Natureza, como Biologia e Química. Enquanto a Matemática exige uma abordagem mais prática e voltada para a resolução de problemas, as de Ciências da Natureza requerem um maior domínio teórico e conceitual. Segundo o estudante, a combinação desses dois enfoques – teoria e prática – exige um esforço redobrado para não deixar nenhuma disciplina de lado.
“Enquanto matemática é mais prática, a área de naturezas é mais conteudista. Então, o equilíbrio no estudo dos conteúdos e a prática de matemática foi o desafio; e, nesse sentido, Biologia e Química são as que mais demandam conteúdo, por isso foquei bem mais nessas”, diz Leonam.
Ao longo da preparação, ele também destaca a importância de revisar conteúdos de provas anteriores, especialmente as questões mais recorrentes. “A matemática no Enem é saber os modelos de questões e estar preparado para lidar com algumas que, possivelmente, já caíram semelhantes anteriormente. Então, tenho feito e corrigido as provas antigas, mas com leveza, sem muita pressão, lidando com os erros, preferindo errar nesses simulados para entender os meus equívocos do que os cometer lá no dia em si”, compartilha.
Lidando com a ansiedade
Nos dias que antecedem o exame, a ansiedade é uma companheira inevitável para muitos estudantes. O vestibulando, no entanto, compartilha como tem lidado com o nervosismo e a pressão que antecedem o segundo dia do Enem. Ele revela que, para se acalmar, tenta focar nas suas estratégias de preparação, eliminando as preocupações em relação ao resultado e, ao invés disso, se concentrando no esforço que fez durante os meses de estudo.
“Na semana antes do Enem, procuro me livrar de qualquer insegurança, dizendo a mim mesmo que me preparei o suficiente. Tento lembrar que o mais importante é dar o meu melhor e que, após as provas, vem o descanso merecido”, explica. Essa mentalidade tem sido essencial para manter o equilíbrio emocional e evitar a pressão excessiva.
Além disso, ele adota uma abordagem prática ao encarar o exame: após o primeiro dia de provas, Leonam evita revisar ou corrigir a prova, preferindo focar no que está por vir, ou seja, no segundo dia. “Quando eu fiz a primeira prova, foi com calma e clareza, mas depois que saí do meu lugar de prova, eu não peguei para corrigir nem revisar, deixei lá mesmo. Estava feito e tinha que focar no que ainda estava por vir. Assim que lidei e deu certo. Pretendo fazer o mesmo no segundo dia”, compartilha.
O impacto emocional do primeiro dia
Embora a preparação seja intensa, o impacto emocional após o primeiro dia de prova é inevitável. Leonam admite que, após a primeira parte do Enem, o sentimento mais forte foi a proximidade do segundo dia, e o foco imediato foi preparar-se para o que viria. A estratégia de não revisar a prova e seguir em frente foi uma forma de evitar sobrecarga emocional e manter a mente focada.
Após o intenso esforço de dois dias de provas, Leonam tem planos bem definidos para o que fará para relaxar e recarregar as energias. “Tenho uma lista enorme de coisas que quero fazer depois do Enem. Vou aproveitar para subir todas as montanhas de Nova Friburgo, colocar em dia os filmes e livros que ficaram para trás e, claro, aproveitar para me encontrar mais com meus amigos”, diz, animado com a perspectiva de missão cumprida.
No entanto, o plano principal é um descanso merecido. “Assim que eu chegar em casa, vou dormir o sono dos justos, o mais longo que já tive!”, finaliza.
A ansiedade, os desafios da preparação e o equilíbrio entre teoria e prática fazem parte da rotina de qualquer estudante que se joga de cabeça no Enem. Leonam, com seus planos no lugar e a cabeça tranquila, é um exemplo de como organização, foco e calma são grandes aliados nessa jornada. E, claro, depois de tanto esforço, o descanso está garantido. Ele sabe que, no final das contas, independente do resultado, todo o empenho vai valer a pena.
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