Educação ambiental nas escolas

A importância de crianças e jovens estudarem o assunto
sexta-feira, 24 de janeiro de 2025
por Ana Borges
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

A partir de 2025, as escolas brasileiras deverão passar a trabalhar em sala de aula os temas “mudanças do clima e proteção da biodiversidade”. A diretriz é estabelecida pela lei 14.926, sancionada pelo Governo Federal, em 17 de julho de 2024, e publicada no Diário Oficial da União (DOU) no dia seguinte. 

A nova lei modifica a Política Nacional de Educação Ambiental (Pnea-Lei 9.795/1999), acrescentando o estudo desses assuntos entre os objetivos da educação ambiental nacional. Pelo texto, as escolas deverão estimular estudantes a participar de ações de prevenção e diminuição das mudanças climáticas. 

O objetivo da inclusão dos novos temas na lei é garantir que os projetos pedagógicos, na educação básica e no ensino superior, contem com atividades relacionadas aos riscos e emergências socioambientais e a outros aspectos relacionados à questão ambiental e climática.

Formação dos estudantes

A disciplina é voltada ao aprendizado de ações sustentáveis e que auxiliam na conservação do meio ambiente. Aprender sobre a relevância da redução dos danos ambientais é fundamental para o desenvolvimento de cidadãos mais conscientes e responsáveis. Por isso, nos últimos anos, as instituições de ensino têm estimulado o estudo dessa área do conhecimento a fim de oferecer uma formação completa aos estudantes. 

Um dos maiores objetivos da educação ambiental é formar pessoas conscientes e preocupadas com o futuro. Sendo assim, ela incentiva o engajamento e a participação social, a fim de propor soluções sustentáveis aos variados problemas atuais. A educação ambiental nas escolas é regulamentada como uma metodologia educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades de ensino. 

O objetivo é proporcionar um processo de alfabetização mais ecológico que capte a atenção e o envolvimento dos estudantes para estas questões. Por isso, é fundamental ensinar a disciplina desde cedo às crianças, tanto em casa quanto no espaço educacional. Dessa forma, será possível desenvolver maior senso de responsabilidade nos pequenos, fazendo com que priorizem ações de cuidado ambiental, como separar o lixo e reduzir o consumo de água diário. 

O ideal é que as atividades sejam desenvolvidas de maneira que os estudantes consigam conciliar teoria e prática. Aulas em espaços abertos, que proporcionem contato com os recursos naturais, por exemplo, são essenciais para o aperfeiçoamento e a melhora do processo de aprendizagem.

Uma sociedade mais consciente

Um dos maiores intuitos da disciplina é atuar na transformação das pessoas que exercem influência no mundo. A educação ambiental, portanto, direciona a atenção para o papel de cada um no mundo, favorecendo a visão da coletividade, o sentimento de pertencimento e de responsabilidade diante da realidade ao seu redor. Tudo isso ajuda a construir uma sociedade mais consciente de suas ações, focando em atitudes capazes de minimizar ou reduzir significativamente os danos ambientais. Assim, os alunos passam a entender que tudo o que fazem gera consequências diretas no meio, mesmo não apresentando impactos imediatos.

Contato com a natureza

O contato com a natureza está cada vez mais difícil, principalmente devido ao processo de urbanização vivido pelas sociedades. Quando a criança se beneficia de um espaço natural para desenvolver as atividades, ela vivencia a experiência com o meio e tem a oportunidade de compreender sua complexidade. Além de melhorar a qualidade de vida e a saúde, o contato constante com a natureza também facilita o entendimento do indivíduo diante de seu papel na sociedade. Essa percepção permite que os pequenos pensem em longo prazo desde cedo, tendo em mente que as atitudes sustentáveis são fundamentais para a continuidade da vida e das futuras gerações.

Da importância do meio ambiente

Alunos bem informados sobre os problemas ambientais têm mais chances de se tornarem adultos preocupados com as questões naturais, permitindo que sejam transmissores dos conhecimentos adquiridos na escola. Essa visão auxilia a reconhecer a importância do meio no qual vivem, pois os estudantes são direcionados a entender e refletir sobre sua responsabilidade na preservação. Com isso, será mais simples propor soluções que auxiliem o desenvolvimento sustentável e que contribuam para o enfrentamento dos atuais desafios.

Cultura sustentável

A informação teórica e prática obtida na escola é fundamental para o desenvolvimento de uma cultura sustentável. Assim, o ideal é que a instituição de ensino encoraje os estudantes a participarem e realizarem atividades de redução de danos, como separar o lixo, apagar as luzes, plantar árvores, entre outras. Nesse sentido, as feiras e oficinas são ótimas oportunidades a fim de promover a educação ambiental nas escolas. Os educadores podem ainda incentivar a criação de projetos ambientalmente corretos que ofereçam impactos para toda a comunidade escolar, permitindo aos envolvidos entenderem a relevância da situação na melhora do processo de aprendizagem.

Redução dos danos

Sem dúvida, um dos maiores objetivos da educação ambiental é direcionar a atenção para a redução dos danos causados pela ação humana. Isso porque a disciplina provoca reflexões e motiva os alunos a agirem e fazerem algo a partir do que está sendo ensinado. A escola pode propor metas e objetivos de curto, médio e longo prazo, deixando bem claro cada etapa para os estudantes. Com isso, será possível propor atividades que tenham como intuito a conservação dos recursos naturais e que, de certo modo, impactarão positivamente a rotina escolar.

Estímulo à participação 

Talvez um dos pontos mais benéficos de incluir a educação ambiental nas escolas seja, justamente, o estímulo dado à participação das crianças e dos adolescentes na criação de soluções aos problemas ambientais atuais. O envolvimento é essencial para que entendam seu papel na sociedade e no mundo ao seu redor. Assim, será mais simples fazer com que compreendam, desde o início da escolarização, como é importante cuidar e conservar o meio ambiente para viver de maneira sustentável e com qualidade de vida. Sem dúvidas, a instituição de ensino tem um papel fundamental para propor e ajudar com ações que respeitem a vida natural. 

Campanha para incluir matéria nos currículos

Estudos globais da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), de 2021, mostram que, embora 95% dos professores de ensino fundamental e médio entrevistados acreditem que o ensino da mudança climática é importante, menos de 30% têm recursos suficientes para ensiná-lo. Além disso, 70% dos jovens afirmaram ter dificuldades para explicar o que é mudança climática.

A #EducaçãoAmbiental ganha relevância cada vez maior em um mundo que enfrenta desafios ambientais crescentes: secas prolongadas, incêndios florestais, enchentes, temperaturas extremas, e os inúmeros efeitos da tripla crise planetária, que inclui mudança climática, poluição e perda da natureza e da biodiversidade.

Em 2021, a ONU começou uma campanha para que todos os países membros incluíssem a educação climática em seus currículos escolares. Isso aconteceu depois que a Unesco divulgou dados revelando que apenas 53% dos currículos educacionais nacionais do mundo mencionavam mudanças climáticas e mesmo quando o faziam era de modo superficial. Durante a COP26, em Glasgow (Escócia), a Unesco divulgou que os sistemas de educação não lidavam com a gravidade da crise climática.

Portanto, diante de tantos desastres climáticos e geológicos que ocorrem no mundo, neste exato momento, está na hora de incluir a Educação Ambiental como disciplina autônoma e obrigatória na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Oito em cada dez entrevistados (80%) em todo o mundo desejam que as escolas em seus países ensinem mais sobre o tema, enquanto apenas 6% acreditam que as escolas deveriam ensinar menos.

Afinal, os que mais vão sofrer as piores consequências são pessoas que nasceram nos últimos dois a três anos, e as que ainda estão por nascer.

(Fontes: Agência Senado e redeverbita.com.br)

 

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