Na tarde desta sexta-feira, 22, um novo desplacamento de pedras assustou os moradores do Loteamento Três Irmãos, no distrito de Conselheiro Paulino. Uma equipe da Secretaria Municipal de Defesa Civil deslocou-se até a localidade para avaliar o incidente. Felizmente ninguém ficou ferido e nenhuma casa foi atingida.
A área em que houve o desplacamento já estava interditada pela Defesa Civil, desde o primeiro incidente em 2012. A área foi isolada de forma preventiva e, em 2019, agentes do Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro fizeram uma avaliação e alertaram através de um laudo sobre a possibilidade de novos desplacamento..
“Não é surpresa porque é uma área que já estava interditada e há um laudo de geólogos e da própria Defesa Civil informando o risco de novos incidentes. A área está interditada, mas ainda existem algumas casas com pessoas morando”, disse Luciana Canella, da Defesa Civil.
Segundo Luciana, mesmo sem chuva a pedra já estava fragilizada por conta de fissuras em seu interior. O calor dos últimos dias provocou dilatação nas pedras e por isso houve o desplacamento. Ainda de acordo com a agente, ainda existe a possibilidade de acontecer novos desplacamentos. “Há uma avaliação recente que apontava o risco e não há a necessidade de ter outra avaliação, mas caso seja preciso, faremos a solicitação”, informou Luciana.
Presente no local, o subsecretário de Defesa Civil, Luiz Antônio Couto informou que as famílias que ainda moram na localidade, deverão ser realocadas para um lugar mais seguro. “Faremos contato com a Secretaria Municipal de Assistência Social para realocar os moradores que estão aqui. As casas já haviam sido interditadas e ainda há o risco. Vamos atuar em conjunto com o setor de geomática do município e o Departamento de Recursos Minerais do Estado para saber quais as providências deverão ser tomadas na localidade”, disse o subsecretário.
Os moradores relataram um estrondo muito forte e dizem ter ficado bastante apreenssivos no momento do desplacamento. “Foi um barulho assustador. Na hora que vi as pedras rolando fiquei com medo. Rapidamente avisei a minha família, aos vizinhos para sairmos correndo. Foi bem tenso”, relatou um morador. “Eu não vou passar a noite aqui, não. Já liguei para o meu irmão e vou lá para a casa dele”, disse outra moradora.
O que dizia o laudo de 2019
O laudo expedido em 2019 pelo Serviço Geológico do Governo do Estado do Rio de Janeiro informou que, além das características geológicas-geotécnicas do rochedo, deve-se levar em consideração a abrupta variação térmica que a localidade suportou durante o verão, com temperaturas altas durante o dia e quedas bruscas durante as madrugadas, o que o relatório classificou como “comuns às áreas serranas”.
As agentes explicam ainda no laudo que essa influência de variações térmicas provoca um efeito de expansão e contração da rocha em um curto intervalo de tempo. “A combinação desses fatores e agentes predisponentes corroboram com a fragilização do material exposto, sendo assim um processo natural de intemperismo físico, comum na evolução geomorfológica do relevo”.
Ainda segundo o laudo, “considerando as visíveis lascas rochosas em ameaça de queda, as obras realizadas e as retiradas de solo e tálus da base da encosta, conclui-se que a área ainda possui alto grau de risco de novos desplacamentos. A rua a oeste teve seu risco minimizado pelas obras de drenagem, restando agora risco médio de escorregamento de solo de rocha”.
O laudo sugere como medida a longo prazo, a continuação das obras já iniciadas na encosta para toda a região rochosa do maciço, complementadas com um sistema de drenagem. “Na parte oeste da rua, onde existe risco de escorregamento, sugere-se a complementação do muro de contenção junto a rua. Ressalta-se ainda a necessidade de controle de novas construções, o que, se acontecer, poderá resultar no agravamento do grau de risco já existente”.
Em suas redes sociais, o prefeito Johnny Maycon disse que foi ao local para tomar conhecimento da real situação junto à equipe da Defesa Civil. "Graças a Deus nenhuma casa foi atingida e ninguém ficou ferido, no entanto, constatamos que diversas famílias estão vivendo de forma irregular em casas que deveriam ter sido demolidas. Sobre isso, já solicitamos a atenção da equipe da Assistência Social, Direitos Humanos, Trabalho e Politicas Públicas para a Juventude para que o problema seja solucionado e as famílias recebam total assistência", afirmou.
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