Quem já ficou desempregado sabe a insegurança que é não ter uma renda certa para pagar contas e sobreviver, principalmente quando se tem família. E, nesse período de pandemia da Covid-19, muitos passaram por essa triste experiência. Somente em Nova Friburgo, o ano de 2020, o primeiro da pandemia, fechou com menos 872 postos de trabalho, o mais negativo de todos os anos, com 16.299 demissões e 15.427 admissões, de acordo com dados do Novo Caged, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho e Previdência.
Em 2021, com a chegada da vacina e o início da flexibilização das medidas de isolamento, o cenário melhorou na cidade, que fechou o ano com a criação de 2.449 vagas, resultado de 20.002 admissões e 17.553 desligamentos. Isso representa um aumento de 278% de criação de vagas de trabalho em 2021, em relação a 2020.
O Ministério do Trabalho e Previdência divulgou na última semana o resultado do Novo Caged de março deste ano. No mês, foram criados 239 novos postos de trabalho, com 2.079 admissões e 1.837 desligamentos. O setor que mais gerou empregos foi o de serviços, com 882 admissões e 526 demissões, com saldo de 356 vagas. O comércio ficou em segundo lugar com 61 novos postos de trabalho, com 715 contratações e 654 desligamentos. A indústria admitiu 414 pessoas, mas demitiu 612, com um saldo negativo de 198 vagas.
No primeiro trimestre deste ano, o setor de serviços também foi o que teve maior incremento no número de vagas, com saldo de 548 novas vagas no período, resultado das 2.187 admissões e dos 1.639 desligamentos. A construção civil vem em seguida, com 181 contratações e 114 demissões, com um resultado positivo de 67 novas vagas.
Somando os três primeiros meses, janeiro, fevereiro e março, o setor industrial é o que mais fechou vagas neste ano, com menos 324 postos de trabalho. No total, foram 1.345 contratações e 1.669 demissões nas indústrias de Nova Friburgo. Mas, no ano passado, a indústria foi a que teve maior crescimento dos postos de trabalho, com criação de 976 novas vagas, saldo de 6.867 admissões e 5.891 desligamentos.
Para a presidente da representação regional da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) no Centro-Norte fluminense, Márcia Carestiato Sancho (acima), depois de um período de muitas incertezas, a economia está retomando e os empregos sendo recuperados. “Precisamos unir forças em todas as esferas em busca de caminhos para o desenvolvimento socioeconômico. Sabemos do potencial da indústria para a economia da nossa região, que hoje gera cerca de 25 mil empregos diretos e indiretos. Por isso, a Firjan segue traçando objetivos e buscando soluções em prol da geração de emprego e renda. Além disso, acreditamos que o aprimoramento dos talentos locais é fundamental para gerar oportunidades, por isso, também proporcionamos qualificação profissional, através de dezenas de cursos do Senai”, declarou ela.
Já o comércio também teve resultado negativo, com menos 66 vagas no mercado. Foram 1.874 admissões e 1.940 demissões nos três primeiros meses do ano. Em 2021, o setor registrou 463 novos postos de trabalho, com 6.794 contratações e 6.331 desligamentos.
Qualificação
De acordo com especialistas, o maior problema para o não preenchimento de vagas de trabalho ofertadas é a falta de qualificação da mão de obra. Em Nova Friburgo, a prefeitura mantém o Centro de Formação Profissional e Transferência de Tecnologia para a Indústria do Vestuário (Cevest), que oferece diversos cursos gratuitos para quem quer ingressar no setor, um dos que mais oferece vagas na cidade.
De acordo com a prefeitura, mais de 22 mil profissionais já foram formados pelo Cevest nos seus cursos que atendem à demanda das empresas locais. Na unidade são ofertados os cursos de: corte industrial, costura plana, modelagem plana, modelagem íntima, modelagem fitness, modelagem modinha, controle da qualidade, artesanato com reciclagem, artesanato com aparas, bolsas e ecobags e técnicas indianas.
A prefeitura informou ainda que novos cursos também estão sendo oferecidos, como os de desenho de moda, criação e desenvolvimento de coleção, história do vestuário e ilustração para desenho de moda. Em nota, a prefeitura informou que “todos os cursos do Cevest têm tido uma procura satisfatória, como ocorre historicamente devido a força do setor de moda íntima. Não há parcerias formais com empresas, no entanto, muitas delas buscam, com frequência, mão de obra de profissionais formados pelo Cevest, devido a qualidade dos cursos oferecidos, possibilitando que os alunos ingressem imediatamente no mercado de trabalho.”
O Cevest tem turmas nos horários das 8h às 12h, 13h às 17h e 18h às 22h. Os interessados podem se inscrever comparecendo à Secretaria de Ciência e Tecnologia, que tem sede na Avenida Alberto Braune, 223, no segundo piso da antiga Rodoviária Leopoldina, ao lado da prefeitura. As inscrições também são feitas através do site cevest.pmnf.rj.gov.br ou através do telefone (22) 2525-9145. A idade mínima exigida é de 16 anos.
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