Déficit orçamentário dos estados pode chegar a R$ 29,3 bi neste ano, aponta Firjan

Previsão é de saldo negativo em 22 estados e no Distrito Federal. Rio de Janeiro poderá ter o maior déficit, seguido de Minas Gerais, Ceará, Paraná e Rio Grande do Sul
terça-feira, 30 de abril de 2024
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Pexels)
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Estudo feito pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e divulgado, na semana passada, a partir de dados publicados pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), aponta que, dos 27 estados brasileiros, a previsão é de déficit orçamentário em 22 estados e no Distrito Federal, totalizando um saldo negativo de R$ 29,3 bilhões nas contas de 2024. 

A Firjan sinaliza que, de acordo com a dotação orçamentária do ano, as despesas apresentarão alta de 7%, enquanto a previsão é de que as receitas cresçam apenas 3,2%. O Estado do Rio de Janeiro tem a possibilidade de déficit de R$ 10,4 bilhões e é o que apresenta o pior resultado na análise, seguido de Minas Gerais (- R$ 4.212), Ceará (- R$ 3.975), Paraná (- R$ 3.531) e Rio Grande do Sul (- R$ 3.112).

“Esse é um quadro preocupante, pois afeta o crescimento sustentável do país e consequentemente o bem-estar da população e o ambiente de negócios. O Brasil precisa de estadistas que encarem o desafio de explicar para a população que é preciso cortar gastos, mas não em Saúde e Educação. A solução não pode ser um atalho, como aumento de impostos. Precisamos que o problema das contas públicas seja resolvido de forma estrutural, com medidas que possibilitem um planejamento eficaz. Dessa forma, os investimentos públicos não ficam penalizados”, destaca o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira.

No estudo, a Firjan ressalta que a alta rigidez orçamentária é um dos principais problemas que afetam a sustentabilidade das contas. De acordo com a análise, em 2023, ao menos quase 50% do orçamento dos estados brasileiros foi destinado ao pagamento de despesas com pessoal, que não podem ser ajustadas em períodos de menor previsão de receitas, ou juros e amortizações da dívida, também de caráter obrigatório. No caso do Rio Grande do Norte e do Rio Grande do Sul, esse percentual ultrapassou 70%. Com esse quadro de rigidez orçamentária, os investimentos são penalizados, como aconteceu em 2023. No Rio Grande do Norte, por exemplo, o investimento por habitante foi de R$ 171. No Rio Grande do Sul, de R$ 460.

O impacto da Previdência

A Firjan pontua que a reforma previdenciária não foi suficiente para garantir o equilíbrio orçamentário. Em 2022, o déficit previdenciário dos estados foi de R$ 86,1 bilhões. Além disso, o potencial da reforma tributária só poderá ser observado no médio prazo. Nesse sentido, ressalta a importância de regras para os regimes próprios de previdência, de acordo com a realidade de cada estado; da reforma administrativa, com a inclusão dos estados, para que seja possível adaptação dos custos com pessoal à realidade econômica e social; da discussão de uma solução eficiente para o alto endividamento de alguns entes, como o Rio de Janeiro; além de regras de responsabilidade fiscal.

“Não podemos aceitar que o desequilíbrio orçamentário seja resolvido com aumento de impostos e pedido de socorro à União, como tem acontecido nos últimos anos”, comenta o gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Jonathas Goulart. 

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