Coronavírus: infecção se alastra rapidamente pelos quatro continentes

Segundo informou o Ministério da Saúde, o Brasil já contabiliza 13 casos suspeitos do novo coronavírus - 2019 n-CoV -, em seis estados. Ainda não há casos confirmados em território nacional, nem em outros países da América Latina. Até o momento, estão sob investigação casos nos estados de São Paulo (7), Rio Grande do Sul (2), Santa Catarina, Ceará, Minas Gerais e Paraná (1 cada).

De acordo com a Secretaria de Vigilância em Saúde (MS), até o momento houve 43 notificações ao todo, e nenhum caso provável ou confirmado. Os dados são referentes ao período de 18 a 31 de janeiro de 2020. O primeiro caso suspeito foi notificado no dia 27 de janeiro. Na última quinta-feira, 30, eram nove casos sob investigação, agora são 13, em todo o país. Destes, foram descartados dois casos; um no Rio de Janeiro e outro em São Paulo. 

Por enquanto, o governo federal contabiliza os seguintes números do novo coronavírus no Brasil: 13 casos suspeitos; 47 notificações; zero caso provável e zero confirmado; seis descartados – chegaram a ser uma suspeita, mas a investigação descartou o vírus; 28 excluídos – não apresentaram os requisitos para serem enquadrados como suspeitos.  

Família viral conhecida desde meados de 1960

Altamente contagiosa, a doença vem se espalhando rapidamente por vários países, desde a China. Trata-se de uma nova cepa da família coronavírus, que causa infecções respiratórias tanto em seres humanos como em animais. Com cerca de três mil casos confirmados, segundo o último boletim da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado na última segunda-feira, 27, todo o território chinês passou a ser considerado área de transmissão ativa da doença.

Os primeiros coronavírus humanos foram inicialmente identificados em meados da década de 1960. Dos que infectam humanos, temos:

• Alpha coronavírus 229E e NL63;

• Beta coronavírus OC43 e HKU1;

• SARS-CoV (causador da Síndrome Respiratória Aguda Grave ou SARS);

• MERS-CoV (causador da Síndrome Respiratória do Oriente Médio ou MERS).

Sintomas

Os sinais e sintomas clínicos do novo coronavírus são principalmente respiratórios, semelhantes a um resfriado. Podem, também, causar infecção do trato respiratório inferior, como as pneumonias. Os principais sintomas são: febre, tosse e dificuldade para respirar.

Como prevenir

O Ministério da Saúde dá as seguintes orientações para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus:

• evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas;

• realizar lavagem frequente das mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente;

• utilizar lenço descartável para higiene nasal;

• cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;

• evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;

• higienizar as mãos após tossir ou espirrar;

• não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;

• manter os ambientes bem ventilados;

• evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença;

• evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.

Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas, como: máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção.

Por que os humanos estão mais vulneráveis às doenças transmitidas por animais

O mundo está lutando contra uma nova emergência de saúde global, um novo tipo de coronavírus, que se espalhou da China para quatro continentes – Ásia, Europa, África e América – exceto para a Oceania. A maior concentração ocorre no continente asiático (principalmente na península arábica – Oriente Médio). Confira os países com confirmação de casos: 

• Jordânia, Arábia Saudita (KSA), Qatar, Emirados Árabes Unidos (EAU), Omã, Kuwait, Iêmen, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Tunísia, Malásia, Filipinas, Estados Unidos da América (EUA), Egito, Líbano, Holanda, Irã, Argélia, Turquia, Áustria, Grécia, República da Coréia, China, Tailândia, Reino do Bahrein.

Até o fechamento desta edição, o coronavírus já tinha infectado cerca de dez mil pessoas e o número de mortos chegava a mais de 210 pessoas, todas na China. O número de contaminados já supera o da epidemia da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) que em 2003 contaminou mais de 8.000 pessoas, sendo que naquela ocasião, o número de mortos chegou a 750. Nesta sexta-feira, 31, o governo britânico confirmou os dois primeiros casos da doença no país. 

Importante citar: o novo vírus - que se acredita ter origem na vida selvagem - lança luz sobre o risco de doenças transmitidas por animais. É provável que este seja mais um problema para se enfrentar no futuro, pois as mudanças climáticas e a globalização alteram a maneira como animais e seres humanos interagem.

(Fontes: OMS, Ministério da Saúde, Fiocruz)