Cometa do Século poderá ser visto até o próximo dia 20

Ele aproximou-se da Terra no último sábado. Veja como observá-lo
quarta-feira, 16 de outubro de 2024
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

O cometa C/2023 A3, também chamado de "Cometa do Século", teve a máxima aproximação com a Terra no último sábado,12, e poderá ser visto, a olho nu, logo após o pôr do sol, até o próximo dia 20. O corpo celeste já vem sendo observado no céu ao amanhecer desde o último dia 22 de setembro.

Segundo o Observatório Nacional, na última segunda-feira, 14, o cometa chegou a 10 graus de altura, e, desde então, tornou-se mais fácil observá-lo até por volta das 19h. A partir do próximo dia 20, o cometa ficará cada vez mais alto em relação ao horizonte oeste, contudo cada vez menos brilhante e só avistável com o auxílio de instrumentos. Até o próximo dia 28, ainda deverá ser bem notado, com o uso de um binóculo ou luneta simples. Seu nome técnico é C/2023 A3 Tsuchinshan-ATLAS.

O que é o “Cometa do Século”

O cometa C/2023 A3 foi descoberto em janeiro de 2023 pelo Observatório Chinês de Tsuchinshan e, posteriormente, confirmado pelo sistema Atlas (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System) em fevereiro do mesmo ano. A órbita retrógrada e parabólica faz com que ele se mova na direção oposta à maioria dos corpos celestes do sistema solar. Formado por poeira, pedras, gelo e gases, ele percorre uma trajetória independente ao redor do Sol, proporcionando uma rara oportunidade de observação da Terra.

Os cometas brilhantes visíveis da Terra são, na verdade, poucos, e é por isso que Tsuchinshan-Atlas foi chamado de “cometa do século”. Diferente dos asteroides, que são feitos exclusivamente de rochas, os cometas são feitos de gelo, rocha e gás. À medida que se aproximam do Sol, o calor faz com que o gelo se transforme em gases e liberte partículas de poeira presas no gelo, o que causa a famosa “cauda”.

Pouco depois de sua localização, em janeiro de 2023, especulou-se que se tratava de um dos cometas mais brilhantes dos últimos anos. A expectativa vem diminuindo, mas ainda tem boas condições de ser visível. Alguns fotógrafos capturaram imagens impressionantes de seu brilho com técnicas de longa exposição. 

Segundo a Nasa, nos últimos 300 anos apenas nove cometas foram brilhantes o suficiente para serem vistos durante o dia, sendo os últimos o West, em 1976, e o Hale-Bopp em 1997.

“O brilho dos cometas é medido com a mesma escala que usamos para as estrelas, uma escala que tem sido usada desde aproximadamente 150 a.C., quando foi idealizada pelo antigo estudioso Hiparco e aperfeiçoada pelo astrônomo Ptolomeu”, explicou a Nasa. Nesta escala logarítmica, quanto mais baixo for o seu log, maior será a probabilidade de o objeto ser visto claramente, seja com um telescópio ou a olho nu.

Como observar o “cometa do século”

O cometa deve ficar visível a olho nu nestes dias em todo o Brasil novamente, mas é recomendado que o observador esteja em um lugar distante das luzes da cidade, onde o céu noturno fique escuro, com o horizonte oeste completamente livre. Para conseguir encontrar o C/2023 A3, basta olhar para o céu logo após o pôr-do-sol, na direção oeste (a mesma que o Sol se põe) e procurar pelo cometa próximo às constelações de Serpente e Ofiúco.

O astrônomo Rodolfo Langhi, coordenador do Observatório Didático de Astronomia da Unesp, aponta que, mesmo que o cometa fique visível a olho nu, isso depende muito das condições do local onde está o observador. O uso de binóculos ou de um telescópio pode facilitar a observação. O maior desafio é encontrar um ponto de observação no qual seja possível ver a linha do horizonte livre de prédios, construções ou montanhas na direção oeste. A poluição, as luzes da cidade ou a presença de nuvens também podem atrapalhar.

Cometas: mensageiros do Sistema Solar

Os cometas são corpos celestes únicos, vindos da borda do sistema solar. Embora muitas vezes imprevisíveis, eles despertam a curiosidade e o fascínio das pessoas. A expectativa em torno do “Cometa do Século” é alta, mas vale lembrar que nem sempre a natureza entrega o espetáculo prometido. 

Assim como ocorreu com o cometa Halley, em 1986, que gerou enorme expectativa, mas não brilhou tão intensamente quanto esperado. Independentemente do resultado, o mais importante é o convite para olhar para o céu e aproveitar a experiência de contemplar o universo.

 

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