Com preços nas alturas, consumo de café caiu 16% em abril

Pacote de 500g já custa mais de R$ 40 em supermercados de Friburgo
sexta-feira, 23 de maio de 2025
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

O café, uma das bebidas mais preferidas dos brasileiros, sofreu uma queda alarmante em seu consumo: quase 16% em abril. Essa diminuição significativa se deve, em grande parte, à disparada nos preços do grão, que subiram 80% nos últimos 12 meses, marcando a maior inflação registrada em três décadas, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Em supermercados de Nova Friburgo, o pacote de 500 gramas de café varia de R$ 3o a R$ 43,99, em média.  

No acumulado de 2025, entre janeiro e abril, as vendas de café também apresentaram queda, com uma redução de 5,13% no volume comercializado, que totalizou 4,7 milhões de sacas de 60 quilos. Este cenário difícil reflete não apenas a realidade do mercado, mas também as preferências e hábitos dos brasileiros, que estão se tornando mais cautelosos em relação aos gastos com produtos essenciais, como o café.

Os dados da Abic destacam as vendas do varejo, que correspondem a uma faixa entre 73% a 78% do consumo total do país. O aumento expressivo dos preços impactou de diferentes maneiras os diversos tipos de café disponíveis no mercado. O café solúvel, por exemplo, teve um aumento de 85% em seu preço em abril de 2025 em relação ao ano anterior. Outros produtos, como o café gourmet e o tradicional/extraforte, também mostraram altas consideráveis de 56% e 50%, respectivamente.

Dentre os tipos de café, o solúvel foi o que mais encareceu em abril, na comparação com o mesmo mês de 2024. O levantamento da Abic mostra as seguintes altas de preço no período:

  • Café solúvel: +85%;

  • Gourmet: +56%;

  • Tradicional/Extraforte: +50%

  • Especial: +42,3%;

  • Superior: +29%.

Por que os preços dispararam

Vários fatores contribuíram para essa alta acentuada nos preços do café. Em fevereiro de 2025, a Abic já havia alertado que os custos continuariam a subir nos meses seguintes, pois a indústria ainda não havia repassado totalmente o aumento no custo de compra de grãos.

Fatores que contribuíram para a alta

Entre os principais fatores apontados por especialistas estão:

Calor e seca: No ano passado, o clima gerou um estresse na planta, que, para sobreviver, precisou abortar os frutos, ou seja, impedir o seu desenvolvimento. Mas problemas, como geadas e ondas de calor, vêm acontecendo há quatro anos no Brasil. No período, a indústria teve um aumento de custos de 224% com matéria-prima e, para os consumidores, o café ficou 110% mais caro.

Queda de oferta global: Grandes produtores, como o Vietnã, enfrentaram problemas climáticos e sofreram quebra de safra.

Maior custo de logística: As guerras no Oriente Médio encareceram o embarque do café nas vendas internacionais, elevando também o preço dos contêineres, principal meio para a exportação.

Aumento do consumo: O café é a segunda bebida mais consumida no Brasil e no mundo, atrás apenas da água. Os produtores brasileiros têm aberto espaço em novos mercados internacionais, o que influencia na oferta da bebida internamente.

O futuro do café no Brasil

Com esse cenário alarmante, muitas questões ficam no ar sobre o futuro do café no Brasil. A indústria enfrenta o desafio de oferecer um produto que é fundamental na rotina de milhões de brasileiros, sem permitir que os preços se tornem proibitivos. Embora o gosto pelo café filtrado siga sendo apreciado, tanto no país quanto no exterior, será necessária uma revisão nas estratégias de produção e venda para manter a acessibilidade.

Além disso, a conscientização dos consumidores sobre a diferença entre café de qualidade e produtos similares, como “café fake”, se torna cada vez mais importante em tempos de crise. À medida que a indústria cafeeira busca novas soluções para enfrentar essas dificuldades, a expectativa é que o café não apenas continue a ser um elemento essencial da cultura brasileira, mas que também encontre seu lugar de destaque no mercado global de forma sustentável.

(Fonte: G1 e Metrópoles)

 

Publicidade
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Apoie o jornalismo de qualidade

Há 80 anos A VOZ DA SERRA se dedica a buscar e entregar a seus leitores informações atualizadas e confiáveis, ajudando a escrever, dia após dia, a história de Nova Friburgo e região. Por sua alta credibilidade, incansável modernização e independência editorial, A VOZ DA SERRA consagrou-se como incontestável fonte de consulta para historiadores e pesquisadores do cotidiano de nossa cidade, tornando-se referência de jornalismo no interior fluminense, um dos veículos mais respeitados da Região Serrana e líder de mercado.

Assinando A VOZ DA SERRA, você não apenas tem acesso a conteúdo de qualidade, mantendo-se bem informado através de nossas páginas, site e mídias sociais, como ajuda a construir e dar continuidade a essa história.

Assine A Voz da Serra

TAGS: