O Campeonato Carioca da Série A2 vai começar. A partir do próximo sábado, 13, entra em campo o sonho de figurar entre os principais times de futebol do Estado do Rio de Janeiro. Contudo, apenas o campeão da divisão de acesso à elite poderá integrar o grupo de clubes que irão disputar a Série A1 em 2024. Dentre essas equipes que buscam o acesso está o Friburguense, acostumado a estar entre os maiores na maioria do tempo nos últimos 25 anos.
Além dos adversários dentro das quatro linhas, o Tricolor da Serra já teve que superar alguns momentos de indefinição. Como a proposta apresentada para gerir o clube foi rejeitada pela maior parte do Conselho Deliberativo – foram 22 votos a 6 -, o gerente de futebol José Eduardo Siqueira, o Siqueirinha, segue à frente.
Segundo o dirigente, mesmo com a instabilidade criada, falaram mais alto o carinho pelo Tricolor e o pouco tempo para um possível trabalho iniciado do zero, às vésperas do início da competição, algo que não foi colocado durante a reunião para apresentação da possível nova gestão.
“Eu continuo fazendo o futebol porque a gente sabe que não foi apresentado, na reunião, nenhum tipo de trabalho para a Série A2. Quando se fala de uma pessoa como o Conca, logo se imagina melhorias físicas, dentro do seu patrimônio, ou melhorias com uma grande comissão técnica e nomes de alguns jogadores. E isso não foi apresentando em momento nenhum. E esse possível grande trabalho poderia angariar votos para a nova gestão, com uma chance de chegar à série A1. Ela que dará tranquilidade para trabalhar e colocar a gente na vitrine. Continuo no trabalho porque eu vi a possibilidade de o Friburguense ter derrotas por W.O., cair para uma Série B1 disputada neste mesmo ano e até cair para uma B2. Esse é o trabalho que estou fazendo para tentar evitar isso. Se tem contrato ou não, discutimos depois. Eu nunca me preocupei com isso. Não quero deixar o Friburguense ser entregue sem critério”, comentou Siqueirinha.
Dentro deste contexto, mesmo com a possibilidade de mudança, já havia um trabalho sendo feito – que na verdade nunca parou. Com as divisões de base ativas, o Friburguense manteve a base que foi no Carioca da Série A2 Sub-20 do ano passado, e apostou em Gerson Andreotti, um dos maiores técnicos da história recente do Frizão. Através de parcerias com outros clubes, reforços foram contratados para somarem aos garotos e a outros jogadores que já passaram anteriormente pelo Eduardo Guinle.
“A gente tinha uma base muito boa, fizemos um excelente campeonato Sub-20 no ano passado, e temos alguns garotos daquele time. Inclusive, alguns já jogaram dentro do profissional no ano passado. Trouxemos de volta a sabedoria do Gerson Andreotti, em especial na forma de conduzir o trabalho com os garotos e alinhar o pensamento na forma de o time jogar. Briguei bastante para trazê-lo e, graças a Deus, tivemos sucesso. Em cima do que foi produzido e tivemos de resultados, trouxemos o Dionata, o Maurício e, provavelmente, o Lucas Mineiro, que são mais experientes. Temos sempre aqueles que nos disponibilizam alguns jogadores, e o Volta Redonda vai nos mandar três atletas. O Serra Macaense, outros dois. Tudo numa velocidade que mais de 20 anos de mercado pode te dar”, explica o dirigente.
É desta forma que o Friburguense se prepara para buscar o tão sonhado acesso. Sem nomes famosos, mas com o trabalho sendo feito diariamente, o Tricolor pensa grande na competição. Em que pese a fuga de possíveis investidores, após o cenário de instabilidade criado a pouco tempo do início da Série A2.
“O torcedor sempre pergunta: vai ser um time para subir ou para cair? Quando a gente coloca isso, é falta de amadurecimento de nossa parte. O que parece ser ruim pode subir, e o que parecer bom, cair. A questão é o trabalho, como fizemos em 2019, e efetivamente eu preciso de gente que entenda onde e como queremos chegar, que entenda o nosso momento financeiro. O grande problema é exatamente esse: o desafio de trazer os jogadores sem ter muito a oferecer, pois nos foi tirado o espaço e o investidor para este ano. Não escondo de ninguém que tenho o Evandro, que já fez o Kennedy para a gente, quando conseguimos pagar dívidas. Lá atrás, essa gestão assumiu com uma dívida muito grande, com a responsabilidade de fazer um grande trabalho e chegamos até aqui. Mas o Evandro perdeu a confiança a partir de tudo o que aconteceu, e não posso falar que ele estará junto com a gente efetivamente. Tem outro empresário, o Felipe, que ano passado apostou bastante. Ele trocou o que investiu, através da parceria com o Maycon Douglas”, disse Siqueirinha.
Mesmo diante de um contexto diferente em relação aos últimos anos, o gerente de futebol do Friburguense mantém a confiança. E mais do que isso: tenta blindar os jogadores de qualquer tipo de divergência entre as partes gestoras, buscando motivá-los a competirem para buscar a taça do Carioca Série A2 e, consequentemente, o acesso.
“Esse é um assunto que eu trouxe à tona para o torcedor entender, mas eu não falo muito com os jogadores sobre isso. Problema de gestão, de ser A ou B, eu deixei bem claro e o conselho vai decidir. Mas o fato é que eu não posso parar, se não o Friburguense não disputa a Série A2. Pode até se dizer que o Friburguense tinha um time montado, mas não foi colocado isso em momento nenhum na apresentação da proposta. E a minha preocupação é disputar a Série A2 de maneira forte, sem deixar que os jogadores percebam que existe um desequilíbrio, que não podemos esconder. O trabalho já vinha sendo feito. Mas de maneira alguma, se for campeão, vou chegar, bater no peito e dizer que estava certo. Da mesma forma, se cair, vou assumir qualquer tipo de culpa ou responsabilizar. Hoje você tem uma chance de ser campeão e duas possibilidades de queda. Mas o futebol, por melhor que seja o projeto ou investimento, o trabalho é que vai nos direcionar. E estamos trabalhando para chegar na Série A1 É o que quero passar ao torcedor: a força, que parece que poderia ter sido tirada do grupo, ela continua”, completa Siqueirinha.
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