Caso Rodrigo Martti: São Pedro da Serra terá protesto contra decisão da Justiça

Entidades, familiares e amigos das vítimas pedem a anulação do julgamento e que o reú vá a novo júri popular
sábado, 12 de fevereiro de 2022
por Jornal A Voz da Serra
Caso Rodrigo Martti: São Pedro da Serra terá protesto contra decisão da Justiça

Um ato em repúdio a sentença judicial que livrou Rodrigo Marotti da acusação de duplo feminicídio está marcado para acontecer neste domingo, 13, a partir das 10 horas, no distrito de São Pedro Serra. O protesto está sendo convocado por entidades da sociedade civil, familiares e amigos das vítimas, Alessandra Vaz e Daniela Mousinho, que estão inconformadas com a decisão do júri popular e o desfecho do julgamento.

A manifestação terá concentração no Largo do Estrela (ponto final do ônibus), com a produção de cartazes para o cortejo, que este previsto para começar por volta das 11 horas, descendo até o coreto, na Praça João Heringer. Para a segurança dos manifestantes em tempos de pandemia, os protocolos sanitários contra a Covid-19 serão seguidos, sendo obrigatório uso de máscaras e manter o distanciamento.

De acordo com a convocação, que está circulando pelas redes sociais, o objetivo do ato é chamar a atenção da sociedade para a “injusta sentença do crime de feminicídio e o precedente de impunidade que ela abre” e exigir “a anulação do julgamento e a constituição de uma novo Júri Popular”, diz que convocação, que está sendo feita principalmente pelas redes sociais.

O post que circula pela internet traz informações sobre o crime, ocorrido em outubro de 2019, as investigações e o julgamento do caso, que aconteceu no dia 8 deste mês, no Fórum de Nova Friburgo. “...Rodrigo Marotti, após diversos episódios de violência psicológica, trancou sua ex Alessandra Vaz e a amiga Daniela Mousinho no banheiro, colocou fogo num colchão em frente a porte e fugiu com o carro de uma das vítimas, que vieram a óbito...”, diz um trecho do post. “... No julgamento (...), o júri emitiu a sentença apenas como incêndio sem intenção de morte, rejeitando a pena de homicídio/feminicídio”, continua o texto que vem sendo divulgado pela internet.

Levante feminista

Nas redes sociais e outras plataformas da web, as entidades da sociedade civil, os familiares e amigos das vítimas estão divulgando as hastags #justicapopularpeladani e #penamaximapararodrigomarotti, mobilizando também os internautas para aderirem ao manifesto digital “Nem pense em me matar! Quem mata uma mulher mata a humanidade”. O abaixo-assinado foi criado pelo movimento Levante Feminista contra o Feminicídio e já tem mais 110  mil assinaturas. A meta é chegar 150 mil até o dia 12 março.

Manifesto

Mais de 20 coletivos do Estado do Rio também redigiram e assinaram uma nota de repúdio contra a decisão do júri popular, que não reconheceu dolo de matar e condenou Rodrigo Marotti apenas por crime de incêndio com morte. As instituições estão colhendo mais assinaturas e o documento será entregue a organizações da Justiça e de Direitos Humanos.

A organização Tecle Mulher foi uma delas. "O Tecle Mulher se indigna com a sentença dada para Rodrigo Marotti. A sociedade friburguense se posiciona ao lado dos assassinos de mulheres. É feminicídio, sim! Um ato de extrema covardia, sim! Nós, mulheres, corremos perigo sempre, até depois de mortas”, diz a publicação postada nas redes sociais logo nas primeiras horas da quarta-feira, 9, ao fim do julgamento.

O coletivo Império das Negas também se posicionou nas redes sociais: "Nossos corpos ainda não são prioridade, nossas vidas ainda não valem a justiça, e mais uma vez, nossa morte não comove a sociedade! Transformaremos nosso luto em luta para que a justiça seja feita por nós. Nossa solidariedade aos amigos e familiares de Alessandra e Daniela".

Além da Tecle Mulher e do Império das Negas, assinaram o manifesto as seguintes instituições: Rede de Mulheres de Nova Friburgo, REDEH – Rede de Desenvolvimento Humano, Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário do Estado do RJ, AMB RIO – Articulação de Mulheres Brasileiras, Apartida/RJ, Sindicato dos Modelos Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, Instituto Social Black Brasil ,Centro Cultural Afro – Brasileiro Ysum Okê, 8M Nova Friburgo, Coletiva Mulheres na Serra, Núcleo Popular de Mulheres Leny Reis, Associação dos Agentes de Saúde de Nova Friburgo, Biblioteca Comunitária do Vale dos Peões, Fórum Popular Permanente do Alto Rio Macaé, CFCAM – Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, Rede de Mulheres em Comunicação Amarc Brasil, Ama_Lumiar – Associação de Moradores de Lumiar, Maiara Felício Vereadora PT/NF e UJC – Nova Friburgo.

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