Câncer de mama: aumento no índice de cura reflete avanços na prevenção e tratamento

Entenda quais são os avanços e os desafios na corrida contra a doença que mais mata mulheres em todo o mundo
quarta-feira, 16 de outubro de 2024
por Liz Tamane
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

O mês de outubro, marcado pela campanha de conscientização Outubro Rosa, coloca em destaque a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Apesar desse tipo de câncer ser a primeira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil, uma das grandes vitórias na luta contra essa doença, que atinge milhões de mulheres ao redor do mundo, é o aumento expressivo nas taxas de cura. 

Atualmente, segundo a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), o índice de cura do câncer de mama pode chegar a 95% quando detectado precocemente, graças a uma combinação de avanços médicos e ao fortalecimento da conscientização.

Nos últimos anos, o diagnóstico precoce tem sido um dos pilares no combate ao câncer de mama. O acesso ampliado a exames como a mamografia e a maior divulgação sobre a necessidade de autoexames contribuíram significativamente para que a doença fosse identificada em fases iniciais, quando o tratamento é mais eficaz. 

Além do diagnóstico precoce, o tratamento também evoluiu, oferecendo abordagens mais individualizadas. A medicina personalizada, com a análise do perfil genético de cada tumor, permite que os tratamentos sejam mais direcionados, aumentando as chances de sucesso e diminuindo os efeitos colaterais. 

Antes desse tipo de medicina, os pacientes com o mesmo tipo de câncer costumavam receber o mesmo tipo de tratamento generalizado, mas, com o tempo, os médicos perceberam que cada pessoa recebia o tratamento de uma forma diferente. Por isso, começaram a avaliar as diferenças genéticas, que tinham capacidade de indicar por que para alguns pacientes o tratamento era efetivo e para outros não.

Outro fator que impulsionou o aumento nas taxas de cura foi o avanço nos tratamentos de suporte, que ajudam a reduzir os danos colaterais das terapias tradicionais, como a quimioterapia e a radioterapia. Esses cuidados são prestados antes e durante o tratamento, e são adaptados às necessidades individuais de cada paciente. 

As terapias de suporte envolvem uma equipe multidisciplinar de profissionais da saúde, como médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e psicólogos. Além disso, algumas estratégias que podem ajudar no alívio da dor oncológica são: distração, presença de familiares, posicionamento no leito, colaboração para realizar procedimentos e manutenção de pensamento positivo.

Ainda há muitos desafios

Embora os números sejam otimistas, a conscientização e o acesso à saúde ainda são grandes desafios, principalmente em áreas menos desenvolvidas. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), mulheres em regiões com menor infraestrutura de saúde ainda enfrentam obstáculos para realizar exames de rotina e ter acesso ao tratamento adequado. 

Segundo dados do Observatório de Oncologia, o diagnóstico do câncer de mama no Brasil ainda é tardio em cerca de 40% dos casos. E esse atraso no diagnóstico tem relação direta com a classe social da mulher atingida pela doença. Além disso, em pelo menos 30% dos casos, há uma demora de mais de três meses entre o diagnóstico e o tratamento, o que reforça o acesso à saúde desigual.

Ainda segundo dados compilados pelo Observatório de Oncologia, a situação é ainda mais grave quando se trata de mulheres negras. Nas mulheres brancas com câncer de mama, 43% dos diagnósticos ocorreram tardiamente e 28% precocemente. Em mulheres pardas e pretas, a descoberta em quadros mais avançados ocorreu em 52% dos casos, e em apenas 19% o diagnóstico foi no início da doença. 

O Outubro Rosa 

A campanha Outubro Rosa continua sendo uma poderosa ferramenta para informar a população sobre o câncer de mama. Neste mês, organizações, hospitais e entidades de saúde promovem ações que incentivam as mulheres a realizarem exames preventivos, como mamografias e ultrassonografias, fundamentais para a detecção precoce.

O aumento nas taxas de cura é, sem dúvida, um reflexo de uma sociedade mais informada e de uma medicina em constante evolução. No entanto, a luta contra o câncer de mama está longe de ser vencida, e a continuidade das pesquisas e do acesso à informação permanece fundamental para que esses números continuem crescendo e beneficiando mais mulheres.

Em Nova Friburgo, a Associação das Mulheres Mastectomizadas (Amma) também realiza durante todo o ano, uma série de atividades voltadas a conscientização das mulheres para estimular os exames de rotina e a prevenção à doença. No próximo sábado, 19, e domingo, 20, a entidade vai compartilhar com friburguenses e turistas  um pouco de suas ações em uma mostra na Casa do Artesão, no bairro Cônego, das 10h às 17h, e no próximo dia 26, promove no centro da cidade, a tradicional Caminhada Rosa. 

Ao longo deste mês, a Secretaria Municipal de Saúde promove rodas de conversa para incentivar a prevenção e detecção precoce do câncer de mama e de colo do útero nos postos de saúde e unidades do programa Estratégia de Saúde da Família (ESF). Nesta quinta-feira, 17, por exemplo, a atividade acontecerá nas ESFs do bairro Nova Suíça, às 9h, e do distrito de Campo do Coelho, às 13h.           

Saiba como se prevenir

    •    Realize o autoexame regularmente.

    •    A partir dos 40 anos, faça mamografia anualmente ou conforme recomendação médica.

    •    Mantenha hábitos saudáveis, como praticar exercícios físicos e ter uma alimentação equilibrada.

    •    Esteja atenta aos fatores de risco, como histórico familiar de câncer de mama.

 

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