Brasil é destaque na atual epidemia global de ANSIEDADE

Recentemente, foi eleita a palavra que definiu o ano de 2024 para os brasileiros
sexta-feira, 31 de janeiro de 2025
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
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Ela invadiu de forma sorrateira os corações e mentes da nação, até ganhar súbita notoriedade no dia a dia dos brasileiros — não por bons motivos. “Ela” é a ansiedade, uma emoção que, na definição clássica, consiste no temor acentuado com os desígnios do futuro e na sensação de impotência diante de ameaças do presente. Preocupações nesse sentido, infelizmente, sempre existiram aos montes na vida humana — mas atingem o mundo, e os brasileiros em especial, com contundência singular na atualidade.  

Abuso de redes sociais, polarização política, inflação, guerras, desastres ambientais — sobram preocupações
Recentemente, ansiedade foi eleita a palavra que definiu o ano de 2024 para os cidadãos do país, numa pesquisa que ouviu 1.538 pessoas. Para onde quer que se olhe, de fato, lá está ela marcando presença. Acossado por aflições que vão da inflação às rinhas ideológicas nas redes sociais, passando por dilemas de alcance global como guerras, extremos climáticos e a ascensão de líderes mundiais desafiadores, ou mesmo hostis, o brasileiro nunca foi tão ansioso — e pede socorro como pode. 

Em 2019, a Organização Mundial de Saúde (OMS) apontou que o Brasil é o país mais afetado por essa crise que mexe com os nervos do planeta. Em dados mais recentes da pesquisa Covitel, de 2024, foram contabilizados 56 milhões de pessoas (ou 26,8% da população) padecendo do transtorno psíquico em algum grau no país.

Segundo novo levantamento do Ministério da Saúde, o SUS contabilizou 671.305 atendimentos ambulatoriais relacionados à ansiedade entre janeiro e outubro de 2024 — 14,3% a mais que o registrado em todo o ano de 2023. No final do ano passado, 73 milhões de brasileiros disseram estar endividados. E dois em cada três acharam que isso poderia piorar no horizonte próximo.

A crise em números: 
  • 328 milhões de pessoas no mundo, ou 4% da população global, têm transtorno de ansiedade;
  • apenas 1 em cada 4 pessoas afetadas recebe tratamento;
  • 26,8% da população, 56 milhões de brasileiros, sofrem de transtorno de ansiedade;
  • mulheres e jovens, de 18 a 24 anos são os mais afetados;
  • 11,5 bilhões de dólares foi o valor movimentado no mercado global de tratamento dos transtornos de ansiedade em 2024 — cifra que deve chegar a 15,9 bilhões em 2032. (Fontes: OMS, Covitel 2023, Towards Healthcare).

Limites sobre normalidade

Charles Darwin descreve no livro “A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais”, a ansiedade como uma expectativa de sofrimento futuro ligada ao desespero, ao luto e à desesperança. 

Essa expectativa levou a uma série de mudanças na história da humanidade: temendo acabar sem alimento, por exemplo, o ser humano desenvolveu a agricultura e a pecuária. “O homem, ao longo de inúmeras gerações, lutou para escapar de seus inimigos ou dos perigos, fugindo ou lutando violentamente. Esses esforços imensos faziam o coração bater mais rápido, a respiração acelerar, o peito e as narinas se dilatarem”, descreve o pai da teoria da evolução. 

O problema, portanto, não é a existência da ansiedade em si, mas quando ela extrapola os limites da normalidade e se torna patológica — uma situação que hoje afeta 328 milhões de pessoas no mundo, fazendo dela a doença mental mais prevalente no momento. 

“Todos podem se sentir ansiosos às vezes, mas pessoas com transtornos de ansiedade frequentemente sentem medo e preocupação intensos e excessivos”, diz um relatório da OMS, alertando ainda que esse sentimento costuma vir atrelado a tensões físicas e sintomas comportamentais que “causam sofrimento significativo, interferem nas atividades diárias e podem prejudicar a vida familiar, social, escolar ou profissional”. 

(Fonte: veja.abril.com.br Por Amanda Capuano) 

 

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