No mês passado, o Procon-RJ realizou pesquisas de preços e promoções de produtos mais buscados na Black Friday (campanha coletiva de descontos) e comparou com as ofertas anunciadas nos sites de diversas empresas. Entre os sites de oito grandes varejistas monitorados, os fiscais constataram problemas nas ofertas em três deles: B2W, Philips e Amazon. Todas foram notificadas e poderão ser punidas com multa de até R$ 10 milhões, dependendo do caso e do relatório econômico apresentado pela empresa.
Em um dos sites foi constatado pelos fiscais do Procon a publicidade enganosa, já que, em uma data anterior a Black Friday a smart TV Samsung Cristal UHD TU8000 4K 82” era ofertada por R$ 8.559 e no dia da promoção subiu para R$ 16.799. Para o notebook LG Gram, 1.190g, Intel Core i7-1165G7, o preço no dia da Black Friday era de R$ 13.599 enquanto que em uma data anterior, estava sendo ofertado por R$ 8.799,91. Os anúncios poderiam induzir os clientes ao erro, uma vez que os consumidores, tradicionalmente, esperam obter descontos e compras mais vantajosas na Black Friday. Além disso, não havia qualquer distinção entre os produtos que se encontravam em promoção ou não, mesmo com o website apresentando a seguinte informação: “Hoje é Black Friday – até 60% off”.
Já no site de outra varejista, no dia 16 de novembro fora anunciado o produto Smart TV 82 Samsung Crystal UHD 82TU8000 4K por R$ 8.999,99 com a informação que seria concedido desconto de 10%, ou seja, o produto sairia por R$ 8.099,99. Na semana seguinte, no dia da Black Friday, o mesmo produto estava anunciado como se o preço anterior dele fosse R$ 9.999,99, e com o mesmo desconto de 10%, passando o valor para R$ 8.999,99, induzindo o consumidor a acreditar que aquele era um excelente negócio. Ou seja, o consumidor acredita estar pagando um preço com desconto de 10%, mas leva o produto na verdade por R$ 900 mais caro.
Em outra grande rede, em publicidade patrocinada na rede social Instagram, era anunciado "Black Friday Oferta Secreta". A oferta constava com o preço promocional ao lado de uma caixa sem informar qual era produto que reduziu o valor "de: R$ 209,90 por R$ 89,90". Ao clicar e ser direcionado ao site, o consumidor continuava sem saber o que estaria comprando, portanto não há como calcular se o desconto é real, configurando publicidade enganosa por omissão.
As empresas têm 15 dias após o recebimento da notificação para apresentarem defesa. O presidente do Procon-RJ, Cássio Coelho, informou que o órgão vai continuar a fiscalizar lojas no e-commerce neste período de compras no Natal e manterá a lista de sites não confiáveis atualizada, além de divulgar dicas para que os consumidores possam fazer as compras natalinas de forma mais consciente e segura.
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