Para corrigir distorções e acabar com as fraudes praticadas contra o programa de transferência de renda Bolsa Família, antigo Auxílio Brasil, o Governo Federal deu início a um processo de investigação no banco de dados do programa. O objetivo é detectar beneficiários que têm condição econômica melhor do que a maioria dos beneficiários, mas que conseguiram ser cadastrados no programa. Para tirar os fraudadores da lista de beneficiários e incluir mais pessoas realmente necessitadas que estão fora do programa, o governo vai fazer o recadastramento de cerca de dez milhões de benefícios a partir do mês que vem.
De acordo com o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, hoje há cerca de 2,5 milhões de benefícios que apresentam “indícios de problemas”.
“Começaremos com 2,5 milhões de famílias com maiores indícios de problemas, depois vamos para até dez milhões para completar informações que faltam nos cadastros. Estamos cruzando os dados para começar o recadastramento em fevereiro“, disse o ministro nesta segunda-feira, 16.
Para o programa voltar a ter o papel social restabelecido, o ministro anunciou, na semana passada, o programa Busca Ativa, que visa trazer ao Bolsa Família quem tem direito, mas está fora do programa. O objetivo, ressalta Dias, é “trazer quem precisa para a lista de beneficiários”. “São pessoas que, em todas as regiões do Brasil, têm direito ao Bolsa Família, mas ficaram de fora”.
Regularização do programa
De acordo com Wellington Dias, o Governo Federal dará prioridade no programa Busca Ativa a seis milhões de benefícios, dos cerca de dez milhões previstos para o recadastramento. “São aqueles que estamos olhando com prioridade, onde estão as famílias unipessoais, que entraram principalmente nesse último período”, disse o ministro, explicando que o foco será “garantir todo o cuidado com os que mais precisam”.
A meta principal, afirmou Dias, é tirar o Brasil do Mapa da Fome e da Insegurança Alimentar e Nutricional. O país havia saído do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2014, por meio de estratégias de segurança alimentar e nutricional aplicadas desde meados da década de 1990. Mas voltou a figurar no cenário a partir de 2015, obtendo um especial agravamento ao longo da pandemia de Covid-19 que afetou o mundo todo por dois anos a partir de 2020.
Fila de espera
O número de famílias de baixa renda que aguardavam na fila para ter direito ao benefício chegou a 1.569 mil em dezembro de 2022, segundo dados obtidos pela Folha de SP. (Com informações do CUT Brasil)
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