Novo levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio) feito com empresários do comércio em diversos municípios fluminenses, revela que há leve queda nas expectativas dos comerciantes para seus negócios nos próximos três meses. Cerca de 76,8% dos empreendedores esperam que a situação econômica melhore ou melhore muito. Em fevereiro esse percentual era de 77,8%, ou seja, houve uma redução de um ponto percentual. Foi possível observar também um pequeno aumento na proporção de empresários que acham que vai piorar ou piorar muito, de 8,3% em fevereiro, para 12,3% agora. Portanto, a Fecomércio conclui que houve um equilíbrio no otimismo para os próximos três meses em relação ao próprio negócio. O indicador que captura a informação caiu de 169,5 pontos em fevereiro para 164,5 em março.
Por outro lado, o estudo mostra que houve variação negativa, por parte dos comerciantes, com relação aos últimos três meses. Para 17,8% dos entrevistados a situação de seu negócio melhorou ou melhorou muito. O percentual é inferior ao registrado em fevereiro (20,4%), segunda queda consecutiva. Além disso, o número de comerciantes que acreditam que seus negócios estão estabilizados caiu de 26,6%, no mês anterior, para 23,2% em março. O número de empreendedores que afirmam que o quadro do seu negócio piorou subiu de 31,7% no mês de fevereiro, para 35,8%, assim como os que acreditam que piorou muito: de 21,3% para 23,2%. No final das contas, houve variação negativa no indicador que mede a situação do negócio nos últimos três meses em março relativamente a fevereiro (67,4 para 58,7). O índice apresentou redução de 62,8 em fevereiro para 58,2 em março. Os dois indicadores já refletem possivelmente o resultado da suspensão do pagamento do auxílio emergencial e cenário de incerteza sobre a economia fluminense.
Contratação de trabalhadores
Perguntados sobre o quadro de funcionários, o levantamento mostrou uma retração entre os que disseram que o número de trabalhadores em suas empresas aumentou nos últimos três meses: de 5,3% para 3,1%. Já para 45,4% o quadro foi estabilizado, seguido pelos que responderam que houve redução (25,6%) e muita diminuição (25,3%). Apenas 0,5% informaram que aumentou muito. O resultado mostra que houve diminuição do indicador que mede a contratação nos últimos três meses: 58 em fevereiro para 52,7 em março.
Houve uma pequena redução também da expectativa de contratação entre fevereiro e março de 2020, puxada fundamentalmente pelo aumento da proporção de empresários que disse que o quadro de funcionários diminuiria ou diminuiria muito (26,4%) em março, frente aos 22% do mês anterior. O percentual dos empregadores que afirmou que aumentará ou aumentará muito caiu de 25% em fevereiro, para 21,9% em março. O indicador caiu de 103 em fevereiro para 95,6 em março.
Preço dos fornecedores
A sondagem também abordou a opinião dos empresários sobre os preços praticados por fornecedores. Para 59,5%, os valores aumentaram muito, no mês anterior eram 51,4%. Outros 33,2% consideram que houve algum aumento, em fevereiro eram 36,9%. Entre os entrevistados, 4,2% responderam que os preços ficaram estáveis e 2,3% afirmam que houve redução. Para 0,8% os valores diminuíram muito. O indicador que analisa a informação subiu de 184,4 em fevereiro para 189,6 em março.
Inadimplência
A pesquisa também mostra que ocorreu uma pequena diminuição no percentual de empresários que responderam que não estão inadimplentes: 43,6% frente a 44,3% em fevereiro, contra 22,7% que afirmam que suas empresas estão inadimplentes, seguidos por 22,5% que informaram que seus negócios estão com poucas restrições. Os que se consideram muito inadimplentes correspondem a 11,2%, mesma porcentagem de fevereiro. Em relação ao tipo de inadimplência, o aluguel (37,7%) lidera o ranking, seguido por fornecedores (37,2%), conta de luz (29,6%), telefone celular/fixo (28,6%), entre outros.
Estoque
Mais da metade dos empresários (57,5%) afirmam que o estoque de seus estabelecimentos ficou abaixo do planejado. Em fevereiro esse percentual era de 54,2%. Para 30,7% dos entrevistados, ficou igual e para 11,9% o abastecimento foi acima do projetado. A sondagem ocorreu entre os últimos dias 2 e 7 de março, contou com a participação de 383 empresários do estado do Rio e tem por objetivo acompanhar e avaliar o comportamento dos empresários do comércio de bens, serviços e turismo.
Páscoa e Dia das Mães são apostas para aquecer as vendas
Sem o Carnaval, a atenção do comércio friburguense está voltada para a Páscoa e Dia das Mães, nos dias 4 de abril e 9 de maio, respectivamente. Para alavancar as vendas, o e-commerce e as vendas por aplicativo são a grande aposta. Na indústria não é diferente. De acordo com uma reportagem da CNN sobre as expectativas para a Páscoa, por exemplo, milhares de trabalhadores foram contratados ainda no ano passado, para dar conta da produção nas grandes fábricas de chocolate, como Lacta, Garoto e Nestlé.
Ainda segundo a reportagem, uma pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Chocolate mostra que mais da metade dos brasileiros compram chocolates todos os meses. Em 2020, de janeiro a setembro, houve retração de 14,3% na produção, mas o faturamento aumentou 9% em comparação ao ano anterior.
Um estudo da Assertem (Associação Brasileira do Trabalho Temporário), revelou que o número de contratações temporárias no primeiro trimestre deste ano deve crescer 25%. A expectativa da associação é de que sejam criadas 805 mil vagas no trimestre – enquanto no ano passado foram contabilizadas 644.500 contratações.
Em outra reportagem, do portal Uol, o setor industrial é o principal responsável pela retomada desse crescimento, em seguida aparecem os setores de agronegócio, serviços e comércio. Somente em janeiro deste ano foram feitas 178.640 novas contratações temporárias. Do total, 65% das contratações temporárias de janeiro foram impulsionadas pela indústria para atender a demanda nos segmentos de alimentos, farmacêutica, embalagens, metalúrgica, mineração, automobilística, agronegócio e óleo e gás. Desse total, 25% foram destinadas a serviços e 10% ao comércio.
Ainda de acordo com a matéria, o presidente da Assertem, Marcos Abreu, afirmou: “A Páscoa teve um papel importante no resultado de janeiro, já que a indústria de chocolates acelerou as contratações temporárias. Isto aconteceu porque está com uma demanda de trabalho 31% superior à de 2020 e a produção de chocolates começou com antecedência”.
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