Alerj lança livro sobre a história de sua sede, o Palácio Tiradentes

Publicação com curadoria especializada e imagens inéditas da sede histórica celebra o bicentenário da Constituição de 1824
sexta-feira, 23 de agosto de 2024
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

Em comemoração aos 200 anos da Constituição de 1824, a primeira do Brasil como país independente, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) lançou nesta quinta-feira, 22, o livro "Palácio Tiradentes: Arte e Política no Brasil Republicano". O evento aconteceu no salão nobre da sede histórica do Legislativo fluminense: o Palácio Tiradentes, na Cinelândia, no centro da capital.

A nova obra sobre o prédio quase centenário oferece uma análise inédita da Primeira República brasileira (1889-1930) a partir da construção do Palácio, reformado para ser a sede da Câmara dos Deputados e inaugurado em 1926. Escrito por Douglas Libório, professor da Escola do Legislativo (Elerj), que é vinculada à Alerj, o livro destaca o papel do prédio como um símbolo do protagonismo parlamentar à época e traz novos olhares para a relação entre arte, boemia e política ao se deter no Carnaval.

Entre os temas abordados, a publicação revela pesquisas inéditas que mostram a contribuição de artistas negros como Modestino Kanto e João Timótheo da Costa na decoração do prédio. Também é explorado o fato de que todos os envolvidos na ornamentação da fachada do Palácio tinham experiência na criação de carros alegóricos para o Carnaval carioca.

Outra curiosidade que pode ser conferida no livro é que até a construção de Brasília, o Palácio Tiradentes era a única sede que nasceu com a função de parlamento e mantém essa utilização nos dias atuais. Destaca-se, também, o fato de o palácio ter presenciado diversos momentos de Getúlio Vargas - o político esteve na inauguração do histórico edifício como deputado federal pelo Rio Grande do Sul. Ressalta-se, ainda, a passagem que fala sobre a história da estátua de Tiradentes, que é a única obra em bronze da fachada e foi inspirada no monumento a Balzac de Rodin, em Paris.

“O livro é feito sobre três pilares: a trajetória do Legislativo brasileiro; a transformação da arquitetura carioca na década de 1920; e as múltiplas histórias que transformaram o Palácio Tiradentes no principal espaço da cidadania fluminense. Pensar este Palácio é pensar a vida urbana carioca, das manifestações na escadaria ao Carnaval”, destacou Libório.

Relíquias da história

Algumas relíquias da história do Palácio estão espalhadas pelo Brasil: no Museu da República encontra-se a pá de prata utilizada por Epitácio Pessoa para lançar a pedra fundamental do prédio; o livro da ata de sua inauguração está na Câmara dos Deputados, em Brasília; e há na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da UFRJ, uma série de pranchas de Archimedes Memoria detalhando o planejamento do edifício.

Irmão mais novo do Palácio Pedro Ernesto, a sede histórica da Alerj somente veio a se chamar Tiradentes em 1936, por um projeto de resolução de um parlamentar paulista. Ele quis ligar o parlamento ao passado do inconfidente, com o prédio sendo tombado pelo (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1993, por ocasião do bicentenário da morte de Tiradentes no ano anterior. Duas placas em mármore no palácio abordam essas datas.

“A importância da cultura, política e a história do país, sem dúvida, é mais uma vez evidenciada nesta publicação sobre o Palácio Tiradentes. É uma honra realizar este lançamento na Casa do Povo”, comentou a diretora de Cultura da Alerj, Fernanda Figueiredo.

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