Agosto Branco: uso de cigarro é responsável por 90% das mortes por câncer de pulmão

Com fatores de risco que vão além do tabagismo, expectativa é de 32,5 mil novos casos da doença no Brasil até 2025
sexta-feira, 02 de agosto de 2024
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

A campanha Agosto Branco, iniciada na última quinta-feira, 1º, chama atenção para a importância da prevenção do tipo de câncer que mais causa mortes no mundo: o de pulmão. Foram 1,7 milhão de vítimas no mundo em 2020, mais de 30 mil mortes apenas no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

Entre os principais fatores de risco para esse tipo de câncer estão o tabagismo, a poluição do ar, o contato com substâncias químicas como o asbesto (amianto) e derivados da queima de petróleo, e histórico familiar de câncer.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), entre homens e mulheres, 5% dos tumores malignos atingem esse órgão. O instituto estima ainda que para cada ano do triênio de 2023 até 2025, surgirão cerca de 32.560 novos casos de câncer de tranqueia, brônquios e pulmão.

A boa notícia, segundo autoridades de saúde, é que esse tipo de câncer é extremamente prevenível. É o que explica o especialista em tumores torácicos, Guilherme Harada, médico oncologista do Hospital Sírio-Libanês. 

"O câncer de pulmão é um dos tipos de tumores mais evitáveis. Isso porque a principal causa associada ao câncer de pulmão é o cigarro. Ele é responsável por cerca de 80% a 85% dos casos de câncer de pulmão. Então, parar de fumar é a medida mais eficaz para evitar o risco de desenvolver o câncer de pulmão", afirma. 

O oncologista destaca que de 15% a 20% das pessoas diagnosticadas com câncer de pulmão não têm relação com o tabagismo. "Além do cigarro, a exposição a substâncias cancerígenas, como o asbesto, o radônio, e outras substâncias comumente presentes em ambientes de trabalho com fumaça, também aumenta o risco", pontua Harada. 

Foco no cigarro eletrônico

Este ano, a campanha concentra esforços para conscientizar a sociedade sobre os riscos envolvendo o cigarro eletrônico, como o vaper e o pod, cuja adesão tem crescido entre os mais jovens. 

Segundo o instituto de pesquisa Ipec, o consumo de cigarro eletrônico cresceu 600% no Brasil nos últimos seis anos. A mesma pesquisa revelou que já chega a quase três milhões o número de pessoas que utilizam esses dispositivos no país. 

Além de aumentar em mais de três vezes o risco de experimentação do cigarro convencional, de acordo com o Inca, os diferentes tipos de cigarro eletrônico também contêm substâncias tóxicas que causam câncer, doenças respiratórias e cardiovasculares, além de dependência, devido à presença de nicotina. 

Um dos objetivos é desmistificar a ideia de que o cigarro eletrônico faz menos mal à saúde do que o convencional e que, portanto, pode ser usado sem maiores consequências. 

"Muitas vezes, ele é tratado como uma alternativa segura ao tabaco convencional de forma errônea, mas esse tipo de dispositivo também apresenta riscos significativos para a saúde do pulmão", alerta o especialista. 

Diagnóstico precoce faz a diferença

De acordo com o Inca, apenas 16% dos cânceres são diagnosticados em estágio inicial. Guilherme Harada afirma que, hoje, há ferramentas que permitem a detecção precoce de tumores no pulmão, o que é importante para o sucesso do tratamento. "A gente tem exames de rastreamento, como a tomografia computadorizada de baixa dose, indicada para o diagnóstico precoce, principalmente nos pacientes com histórico de tabagismo", afirma. 

Apesar de 85% dos casos de câncer de pulmão estarem relacionados ao tabagismo, esse não é o único fator que pode desencadear a doença. "A inalação do fumo do cigarro, ativa ou passivamente, danifica o tecido pulmonar, levando a mutações celulares e, eventualmente, ao desenvolvimento de tumores malignos. No entanto, é importante destacar que o câncer de pulmão também pode afetar não fumantes, sendo associado a outros fatores que não estão conectados ao cigarro".

A poluição é um desses fatores. As partículas presentes no ar podem contribuir para o câncer de pulmão, além de predisposição genética e agentes cancerígenos no ambiente de trabalho, como profissionais que possuem contato com agrotóxicos, diesel, metais pesados e fuligem. De acordo com o Inca, entre os homens, 16% dos casos poderiam ser evitados caso os principais agentes cancerígenos fossem retirados do dia a dia, já entre as mulheres os casos correspondem a uma possível redução de 5%.

Sintomas

Os sintomas do câncer de pulmão podem variar e, muitas vezes, são confundidos com outras condições respiratórias comuns. Os sinais mais frequentes incluem tosse persistente, falta de ar, dor no peito, perda de peso inexplicável, fadiga e até mesmo tossir sangue. Quando esses sintomas são observados, é fundamental buscar atendimento médico imediatamente para um diagnóstico adequado.

Após o diagnóstico, existem diferentes terapias para o tratamento, como é o caso da imunoterapia. "Por meio de estudos e pesquisas clínicas, avançamos no cuidado com o paciente, aumentando as chances de cura e melhora na qualidade de vida dos pacientes", reforça Harada. "O estímulo do próprio sistema imunológico para o combate do tumor trazem maior conforto ", acrescentou. (Fontes: Estado de Minas / Agência Brasil)

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