Almoço da Sexta-feira da Paixão aquece o mercado de pesca

Com a proximidade da Sexta-feira da Paixão, aumenta no comércio a procura por peixes para o tradicional almoço deste dia santo quando os católicos abstém-se do consumo de carne vermelha. De acordo com o diretor de Desenvolvimento e Inovação da Secretaria Nacional da Aquicultura do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), Paulo Faria, a Semana Santa movimenta, todos os anos, uma cadeia produtiva, desde os pescadores e aquicultores, até supermercados e restaurantes. “A cada ano, com as pessoas consumindo mais pescado, o mercado fica cada vez mais aquecido”, afirmou.

Mesmo com o crescimento do consumo de peixe na Semana Santa, a expectativa é que a demanda continue a aumentar ao longo do ano. Segundo a Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR), o consumo do pescado cresceu mais de 53% na última década.

Para Paulo Faria, o incremento no consumo se deve a diversos fatores, como a qualidade do pescado brasileiro e o fato de ser uma carne mais saudável. “O peixe de modo geral é muito recomendado por médicos e nutricionistas. E nós temos no Brasil uma variedade muito grande de espécies para agradar a diferentes gostos. Além disso, temos diversos tipos de frutos do mar, como crustáceos, moluscos e o camarão”, ressaltou.

Destaque 

Com o bacalhau custando a partir de R$ 99,90, o quilo, o destaque deste ano é a tilápia, que vem substituindo o bacalhau no cardápio da Sexta-Feira da Paixão. A espécie que custa, a partir de R$ 29,90, o quilo, se tornou uma das queridinhas dos brasileiros, representando mais da metade da produção do pescado nacional, com mais de 400 mil toneladas, de um total de 790 mil. É uma espécie saborosa, que se adapta a vários tipos de ambientes, por isso ela é bem aceita no mercado. O Brasil é o quarto maior produtor de tilápia do mundo e a demanda só vem crescendo.

Cinco dicas para comprar o peixe certo 

Por ser um alimento que se degrada facilmente - exigindo temperatura e condições de armazenamento ideais, o peixe é capaz de estar impróprio para o consumo em questão de horas. Para não correr o risco de errar, o consumidor deve verificar a qualidade do produto, as condições de armazenamento e a higiene do local.

Cuidado com as manchas

Durante a Páscoa, o peixe mais consumido é o bacalhau. Para apreciar esse belo prato português, vale tomar alguns cuidados: os peixes não devem apresentar manchas escuras ou avermelhadas na sua superfície. Os consumidores devem dar preferência para a peça inteira, sem estar desmanchada. O sal espalhado na superfície deve ter aparência homogênea.

Quando mais "vivo" melhor

Quando estiver no mercado ou na feira, procure por peixes frescos com aspecto externo semelhante ao dos peixes vivos. O ideal é um corpo firme e resistente com o ventre normal, "nem murcho e nem inchado". A rigidez da carne é um excelente indício de que o peixe está fresco. É preciso, porém, observar se a rigidez não é consequência do congelamento.

Procure por olhos brilhantes e brânquias vermelhas

Como dizem por aí, o "segredo está nos olhos". E, no caso dos peixes, isso não poderia ser mais real. Olhos "esparramados" e turvos indicam deterioração, então a melhor opção é adquirir peixes com olhos brilhantes. Outro fator que mostra má conservação são as brânquias de coloração pálida.

Tem que ter cheiro de peixe

Cuidado para não confundir o cheiro de peixe com o odor de podre. Cheiro ácido ou azedo indica que o pescado é impróprio para o consumo. Ele deve ter o cheiro característico de peixe. As escamas não devem se soltar com facilidade. O peixe fresco deve ser colocado à venda sobre gelo, na proporção de pelo menos um quilo de gelo para cada um quilo de pescado

E o bacalhau?

No caso do consumo de bacalhau salgado, as orientações de compra são do Ministério da Agricultura e Pecuária. Por se tratar de um peixe conservado em sal, outros fatores devem ser observados na hora da compra. O Ministério da Agricultura e Pecuária recomenda comprar bacalhau já embalado e com informações obrigatórias descritas no rótulo, com atenção especial à data de validade.

Uma dica rápida e simples para fazer a escolha é observar se o produto está bem seco, sem traços de umidade ou de bolor na embalagem. Manchas amareladas ou avermelhadas na pele do peixe também podem indicar a presença de bactérias por um processo malfeito.

 

* Reportagem da estagiária Laís Lima com informações dos portais Gov.br e Metrópoles. Supervisão de Henrique Amorim