A greve dos auditores fiscais da Receita Federal completa dois meses, causando o atraso na entrega de milhares de remessas e bilhões de reais em prejuízos. Iniciado em 26 de novembro, o movimento segue a estratégia de operação-padrão. A paralisação dos auditores fiscais da Receita Federal tem provocado impactos significativos no comércio exterior e na logística nacional.
Dados do setor indicam que cerca de 75 mil remessas expressas de importação e exportação estão retidas em terminais alfandegários, causando prejuízos bilionários para empresas e consumidores. Com isso, o prazo de liberação das mercadorias para importação e exportação pode superar 30 dias. Medicamentos e cargas vivas estão entre as poucas exceções submetidas a um trâmite mais rápido – ainda assim, o prazo de despacho desses produtos subiu de um para sete dias.
O presidente da Frente Parlamentar Livre Mercado (FPLM), deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), alertou os ministérios da Fazenda e da Gestão e da Inovação para agirem para destravar as operações e evitar um colapso ainda maior no comércio exterior e na logística do país.
“Esses atrasos não afetam apenas as empresas de logística, mas destroem a competitividade do Brasil no mercado global. Produtos essenciais, como kits laboratoriais e peças industriais, estão presos nos depósitos, prejudicando as cadeias produtivas e colocando pequenas e médias empresas (PMEs) em risco”, afirmou o deputado.
Demandas sindicais e resposta do governo
A greve, que começou no final de novembro, decorre da exigência do sindicato por reajustes salariais para compensar a inflação, que ultrapassou 50% nos últimos anos. Auditores fiscais argumentam que aumentos salariais são essenciais para preservar o poder de compra e garantir uma remuneração justa.
Embora o governo tenha introduzido um plano de bônus no início de 2023, elevando os salários de alguns funcionários de alto escalão para R$ 42.700 (U$ 7.355) por mês, o Sindifisco Nacional insiste que questões salariais mais amplas permanecem sem solução. As negociações com o Ministério da Administração Pública até agora não produziram resultados positivos, aumentando as tensões.
O presidente do sindicato, Dao Real, destacou que os trabalhadores devem ser adequadamente compensados em meio ao aumento do custo de vida, apesar do orçamento limitado do governo. O impasse aumenta o risco de interrupções prolongadas na arrecadação de impostos, o que pode piorar as perspectivas fiscais do Brasil. (Fonte: Veja)
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