27 de novembro - Dia Nacional de Combate ao Câncer

A importância do diagnóstico precoce
terça-feira, 26 de novembro de 2024
por Liz Tamane
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)
Neste 27 de novembro, Dia Nacional de Combate ao Câncer, o Brasil reflete sobre os avanços e desafios no enfrentamento de uma das principais causas de morte no país. A data, instituída em 1988 pelo Ministério da Saúde, busca conscientizar a população sobre a relevância do diagnóstico precoce, da prevenção e da ampliação do acesso aos tratamentos oncológicos. Embora os avanços na área sejam inegáveis, ainda há muito a ser feito para reduzir a incidência e melhorar o prognóstico dessa doença.

Brasil registra anualmente cerca de 704 mil novos casos da doença, segundo o Inca
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o país registra anualmente cerca de 704 mil novos casos de câncer. Entre os tipos mais comuns estão o câncer de pele não melanoma, mama, próstata, pulmão e intestino. A mortalidade associada à doença é alta, especialmente em estágios avançados, o que reforça a necessidade do diagnóstico precoce e tratamentos eficazes.

Fatores de risco como tabagismo, sedentarismo, alimentação inadequada, exposição excessiva ao sol e histórico familiar contribuem para o aumento das taxas de incidência. Paralelamente, as disparidades regionais no acesso à saúde revelam desigualdades que impactam diretamente a detecção e o tratamento. Enquanto regiões mais desenvolvidas contam com maior infraestrutura para exames, diagnósticos e tratamentos, áreas menos favorecidas enfrentam desafios como falta de equipamentos e profissionais especializados.

Nos últimos anos, o Brasil tem avançado no campo da oncologia com a adoção de tecnologias como terapias alvo e imunoterapia, além de inovações em exames de imagem e genética. Essas abordagens oferecem tratamentos mais precisos e individualizados, que aumentam as chances de sucesso e reduzem os efeitos colaterais.

Outra conquista importante é a ampliação de campanhas de conscientização e vacinação, como a do HPV, que reduz a incidência de câncer do colo do útero. Ainda assim, a adesão à vacinação e aos exames preventivos, como mamografia e colonoscopia, continua abaixo do esperado.

O diagnóstico precoce é um dos pilares mais importantes no combate ao câncer. Identificar a doença em estágios iniciais aumenta significativamente as chances de cura, além de reduzir os custos do tratamento. Exames de rotina, campanhas de rastreamento e acesso facilitado a consultas médicas são estratégias fundamentais para atingir esse objetivo.

Desafios e perspectivas

Apesar dos avanços, o Brasil ainda enfrenta desafios significativos. Entre eles, destacam-se a falta de investimentos consistentes no Sistema Único de Saúde (SUS), as filas de espera para tratamentos e a insuficiência de centros especializados em oncologia. A lei 12.732/2012 garante aos pacientes com câncer o direito ao primeiro tratamento no SUS em até 60 dias. Porém, o número de pessoas nas filas de espera é tão grande, que a espera quase sempre é maior do que de dois meses.

O tratamento contra o câncer no Brasil, por ser classificado como de alta complexidade, é de responsabilidade federal, sendo oferecido por meio de uma rede que integra hospitais próprios, universitários e conveniados ao SUS. Contudo, a realidade revela desafios significativos no acesso a esse atendimento. Pacientes diagnosticados com câncer costumam enfrentar longas filas de espera, muitas vezes aguardando meses para consultas e procedimentos iniciais. Essa demora impacta diretamente o prognóstico da doença, que depende de intervenções rápidas e eficazes. A ampliação da rede de atendimento, bem como investimentos em infraestrutura e na formação de profissionais especializados, é crucial para superar esse gargalo e garantir o direito à saúde de forma equitativa.

As políticas públicas voltadas para a saúde precisam ser mais inclusivas e eficazes. O aumento no orçamento destinado ao tratamento do câncer, o fortalecimento de parcerias com ONGs e a ampliação da conscientização da população sobre hábitos saudáveis são ações indispensáveis para o avanço no enfrentamento da doença.

A prevenção ainda é a melhor estratégia para reduzir a incidência de câncer no Brasil. Mudanças no estilo de vida, como adotar uma alimentação equilibrada, praticar atividades físicas regularmente, evitar o consumo de tabaco e álcool em excesso e usar protetor solar, são medidas eficazes. Além disso, a adesão a exames de rastreamento, como Papanicolau, mamografia e PSA, pode salvar vidas.

O Dia Nacional de Combate ao Câncer é uma oportunidade para unir esforços entre governos, organizações de saúde, profissionais médicos e a sociedade. A luta contra o câncer é coletiva e requer ações integradas, que vão desde a prevenção e o diagnóstico até o tratamento e o acolhimento dos pacientes.

Com o avanço da ciência, o fortalecimento do SUS e a conscientização de toda a população, o Brasil tem a chance de transformar essa realidade e oferecer um futuro mais saudável para todos. O caminho é desafiador, mas a mobilização neste dia reafirma o compromisso de que cada passo é um avanço na batalha contra o câncer.

Hospital do Câncer de Nova Friburgo: uma longa espera 

(Foto: Governo do Estado)

O tão sonhado Hospital Regional de Oncologia Francisco Faria, o Hospital do Câncer de Nova Friburgo, ganhou nova data para ter as obras concluídas: o primeiro trimestre de 2025. Inicialmente, o prazo seria o final deste ano, mas houve atrasos para instalação e readequação de todo o complexo que será adaptado nas antigas instalações do Centro Adventista de Vida Saudável (Cavs), no bairro Ponte da Saudade. A nova data foi anunciada pelo governador Cláudio Castro, em julho, durante visita às obras.   A pedra fundamental do hospital foi lançada em 2012, mas desde então, o projeto teve diversas alterações para adaptações. Além disso, a obra foi paralisada algumas vezes, sofreu embargos e até foi alvo de saques, tendo sido retomada em 2022.

Com investimento previsto de R$ 50,6 milhões, o Hospital do Câncer de Nova Friburgo terá 48 leitos de enfermaria e dez de UTI exclusivamente para tratamento oncológico. A unidade terá ainda consultórios para triagem de pacientes, dois leitos de estabilização, cinco leitos de urgência referenciada, serviços de imagem, consultórios ambulatoriais, fisioterapia e quimioterapia e, em um anexo, o setor de radioterapia. O hospital terá perfil assistencial de atendimento a pacientes oncológicos adultos, com emergência regulada. 

(Foto: Henrique Pinheiro)

Para muitos, principalmente os pacientes com câncer, ter um hospital de oncologia em Nova Friburgo tem sido um sonho difícil de tornar-se realidade. Segundo dados disponibilizados recentemente pela Prefeitura de Nova Friburgo ao portal de notícias G1, cerca de 120 pacientes oncológicos do município fazem tratamento no Rio de Janeiro, Teresópolis e Petrópolis. Eles relatam que relatam que as viagens são extremamente desgastantes, já que as vans partem do centro de Nova Friburgo diariamente às 5h da madrugada e retornam por volta das 19h.

*Colaborou a estagiária Laís Lima sob supervisão de Henrique Amorim

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