Incêndios se alastram e baixa umidade toma conta dos estados

Rio de Janeiro e Nova Friburgo amanhecem com névoa
quinta-feira, 05 de setembro de 2024
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Henrique Pinheiro)
(Foto: Henrique Pinheiro)

Incêndios incontroláveis, seca extrema, céu esfumaçado, ar difícil de respirar. Só em 2024, já foram registrados cerca de 60 mil focos de incêndio na Amazônia, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Este é o maior índice de queimadas em quase duas décadas e a pior seca na região em mais de 40 anos. Os efeitos são sentidos mais diretamente pela população que mora na Amazônia, mas as consequências das queimadas não ficam restritas ao bioma.

O fogo criminoso e descontrolado deixa um rastro de fumaça que se alastra por milhares de quilômetros, atingindo vários estados brasileiros. Como resultado, as correntes de vapor que levam umidade para o continente ficam comprometidas, intensificando ainda mais a seca típica desta época do ano.

Em Brasília, um incêndio de grandes proporções que atingiu a Floresta Nacional de Brasília (Flona), durou três dias e só foi controlado nesta quinta-feira, 5. O fogo destruiu quase 40% da área total da floresta.

A cidade do Rio de Janeiro amanheceu nesta quinta-feira, 5, encoberto com névoa misturada à fumaça das queimadas que assolam o país, com previsão de 35°C e baixíssima umidade. O Globocop gravou imagens do sol alaranjado em diferentes pontos da cidade, como a Baía de Guanabara e o Maracanã. Desde domingo, 1º, foram registrados 23 focos de incêndio no Estado do Rio, todos no interior.

Em Nova Friburgo, moradores do bairro Olaria registraram incêndio na tarde de segunda-feira, 2, inicialmente considerado criminoso. Segundo o Corpo de Bombeiros, o fogo começou por volta das 15h na Avenida José Pires Barroso (via expressa) - perto do local onde um circo estava sendo montado - e foi controlado em menos de uma hora, sem vítimas e sem atingir residências. 

Segundo o testemunho de alguns trabalhadores do circo, menores foram observados no local em atitude suspeita de ter provocado o incêndio.

Sem previsão de chuva

Segundo o climatologista do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), José Marengo, as chuvas esperadas para setembro ficarão abaixo da média histórica para este período, principalmente nas regiões Norte, Sudeste e Centro-Oeste. 

“O período de estiagem está mais seco que o normal e mais quente, com pelo menos quatro ondas de calor que elevaram o risco de queimadas na Amazônia, no Sudeste e no Centro-Oeste do Brasil”, explicou, acrescentando que não tem, no momento, uma previsão sazonal sobre as chuvas para os próximos meses. “A chegada das chuvas pode demorar”,

Marengo ressaltou que no ano passado, as chuvas deveriam ter começado, no sul da Amazônia, em outubro. “Mas isso só aconteceu em janeiro de 2024, e bem fracas, o que determinou que a seca de 2023 continuasse este ano”. 

A fumaça das queimadas é composta por gases tóxicos, como monóxido de carbono (CO), e material particulado fino (PM2.5), partículas minúsculas suspensas no ar. Todos esses componentes são altamente prejudiciais à saúde e podem agravar doenças respiratórias, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), e aumentar o risco de doenças cardiovasculares.

(Fontes: g1, O Globo)

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(Foto: Henrique Pinheiro)
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