Nova campanha alerta sobre os perigos das doenças causadas pelo Aedes

Casos aumentaram 30% nos últimos quatro meses
sexta-feira, 05 de maio de 2023
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Pexels)
(Foto: Pexels)

Em meio ao aumento de casos de dengue, zika e chikungunya no Brasil, o Ministério da Saúde lançou na última semana uma nova campanha  de combate às três doenças. Com a mensagem “Brasil unido contra a dengue, Zika e chikungunya”, a pasta alerta para sinais, sintomas, prevenção e controle das doenças, transmitidas pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti. A reintrodução do vírus da dengue aconteceu em 1986. Já a chikungunya foi registrada pela primeira vez em 2014, enquanto a zika foi identificada no Brasil em 2015.

De acordo com a diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do ministério, Alda Cruz, o Brasil registra epidemias sucessivas de dengue com intervalos cada vez mais curtos entre os surtos, enquanto a zika e a chikungunya também se mantêm com taxas endêmicas ao longo dos anos.

Neste ano, o Governo Federal já investiu mais de R$ 84 milhões na compra de insumos para o controle vetorial do Aedes. Popularmente conhecido como fumacê, um dos inseticidas usados no combate ao mosquito será distribuído ao longo das próximas semanas. A expectativa é que sejam recebidos cerca de 275 mil litros do produto ainda neste mês.

Situação epidemiológica

Dados do Ministério da Saúde indicam que, de janeiro a abril, houve aumento de 30% no número de casos prováveis de dengue em comparação com o mesmo período de 2022. As ocorrências passaram de 690,8 mil no ano passado para 899,5 mil neste ano, além de 333 mortes confirmadas. Os estados com maior incidência são Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Acre e Rondônia. “Fatores como a variação climática e aumento das chuvas, o grande número de pessoas suscetíveis às doenças e a mudança na circulação de sorotipo do vírus são fatores que podem ter contribuído para esse crescimento”, destacou o ministério.

Já em relação a chikungunya, de janeiro a abril foram notificados 86,9 mil casos, com taxa de incidência de 40,7 casos por 100 mil habitantes. Quando comparado com o mesmo período de 2022, constata-se aumento de 40%. Este ano, até o momento, 19 óbitos foram confirmados. As maiores incidências da doença estão no Tocantins, em Minas Gerais, no Espírito Santo e em Mato Grosso do Sul.

Os dados referente a zika indicam que, até o final de abril, foram notificados 6,2 mil casos da doença, com taxa de incidência de três casos por 100 mil habitantes. De acordo com o ministério, houve um aumento de 289% nos casos se comparados com o mesmo período de 2022, quando o país registrou 1,6 mil ocorrências de zika. Até o momento, não houve mortes pela doença. Os estados com maior incidência são Acre, Roraima e Tocantins.

Sintomas e prevenção

Os sintomas da dengue, chikungunya e zika são semelhantes e incluem febre de início abrupto acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele, manchas vermelhas pelo corpo, além de náuseas, vômitos e dores abdominais. A orientação do ministério é que a população procure o serviço de saúde mais próximo de sua residência assim que surgirem os primeiros sinais de qualquer uma das três arboviroses.

“A prevenção é a melhor forma de combater a doença. Evitar acúmulo de inservíveis, não estocar pneus em áreas descobertas, não acumular água em lajes ou calhas, colocar areia nos vasos de planta e cobrir bem tonéis e caixas d’água, receber a visita do agente de saúde são algumas iniciativas básicas. Todo local de água parada deve ser eliminado, pois é lá que o mosquito transmissor, o Aedes aegypti, coloca os seus ovos”, recomenda o ministério. (Agência Brasil)

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