A confiança dos comerciantes fluminenses quanto a melhora em seus negócios no próximo trimestre apresentou a primeira retração, após quatro altas consecutivas, desde maio de 2021. É o que revela pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio) realizada com 313 comerciantes do setor, realizada entre os últimos dias 1º e 6.
Mesmo com o crescente aumento no número de fluminenses vacinados, a expectativa de aumento da inflação e as projeções do PIB (Produto Interno Bruto) para 2021 estão afetando o ânimo dos empresários e as previsões de melhora da economia no estado e no país. Na avaliação do IFec RJ, o Instituto Fecomércio de Pesquisas, o índice caiu puxado pelo futuro. Já o presente mostra estabilidade, ajudado pelos resultados do emprego.
Vale ressaltar, que o período de agosto/setembro foi influenciado pelo avanço da variante Delta da Covid-19, que certamente exerceu interferência nas expectativas uma vez que a pesquisa é realizada sempre no início do mês de referência. Os resultados também foram impactados pelo avanço dos preços dos fornecedores, além da percepção da inflação no curto prazo ter voltado a acelerar.
Dessa forma, em relação às expectativas dos empresários para os próximos três meses: em setembro, 76% afirmam que esperam que a situação de seus negócios melhore ou melhore muito – este índice, em agosto, foi de 87%, em julho (86%), em junho (76,7%) e em maio (72,8%) – essa redução para o mês corrente encerra a série histórica de altas.
Neste novo levantamento, 17,3% dos entrevistados afirmam que a situação deve continuar igual, contra 8,8% em agosto, alta de 8,5 pontos percentuais. Outros 6,7% creem numa piora ou piora acentuada na situação de suas empresas - no mês passado eram 4,2%; seguidos por 5,8% (julho), junho (8,9%) e maio (11,5%), respectivamente.
Entraves
Questionados sobre os principais fatores que atualmente limitam o seu negócio, 47,1% dos empresários afirmaram restrições financeiras, contra 51,3% em agosto. Outros 45,4% apontaram ser a demanda insuficiente, no mês anterior eram 43,9%. Para 12,6% a falta de espaço e/ou equipamentos é o maior impeditivo, contra 12,3% na última sondagem. A falta de mão de obra é apontada por 6,5%, no mês passado eram 6,6%.
A pesquisa aponta, ainda, que para 20,1% dos entrevistados a situação de seus negócios melhorou ou melhorou muito nos últimos três meses, percentual menor do que o apurado em agosto (23%), julho (24,9%) e junho (20,5%), e apenas superior ao mês de maio (11,7%). Para 45,4% dos empresários, houve piora ou muita piora, no mês anterior eram 44,1%, em maio o percentual chegou a 71,1%. Outros 34,5% acreditam que a situação do seu empreendimento permaneceu igual, em agosto foram 33%.
Empregos
Em relação ao quadro de colaboradores nos últimos três meses, 21,1% afirmam que o quadro diminuiu bastante, frente aos 22,2% do mês de agosto. Outros 21,4% dos entrevistados informaram que diminuíram de alguma forma o quadro de funcionários, no levantamento anterior eram 24,9%. Para 52,7%, o número de empregados foi estabilizado, frente aos 48,3% em agosto. Apenas 4,8% disseram que houve algum tipo de aumento das contratações, contra os 4,6% apurados no mês anterior.
Neste mês, 56,2% afirmam que esperam manter o número de colaboradores pelos próximos três meses, em agosto eram 55,6%. O percentual de empresários que devem demitir se manteve em 19,2%. Outros 24,6% de entrevistados devem aumentar de alguma forma seu quadro de funcionários nos próximos meses. Em julho, eram 25,3%, redução de 0,7 ponto percentual.
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