Prefeitura explica os critérios para a aferição das bandeiras em Friburgo

Cálculo semanal serve de base; governo municipal nega qualquer tipo de manipulação
terça-feira, 02 de março de 2021
por Guilherme Alt (guilherme@avozdaserra.com.br)
Prefeitura explica os critérios para a aferição das bandeiras em Friburgo

No ano passado, nos primeiros meses de pandemia, as atividades comerciais foram impedidas, por precaução, de funcionar a pleno vapor. Somente as atividades essenciais – que em março pertenciam a um grupo restrito – tinham permissão para abrir as portas, respeitando protocolos e regras sanitárias, sob pena de sanção para quem desrespeitasse. Aos friburguenses, ficou a responsabilidade do exercício da cidadania, evitando ir às ruas, mantendo o distanciamento, fazendo higiene adequada e não se reunindo socialmente.

Eram atividades consideradas essenciais até março de 2020: farmácias, supermercados, padarias, açougues, quitandas, hortifrutis, peixarias e centros de abastecimento de alimentos, assim como lojas de alimentos para animais, distribuidoras de gás, lojas de água mineral, postos de combustíveis, empresas de internet, TVs a cabo, telecomunicações, concessionárias de serviços essenciais como água, luz, coleta de lixo e transporte coletivo. Indústrias tiveram que paralisar atividades. Restaurantes, bares e lanchonetes funcionaram somente com entregas em domicílio. Shoppings não abriram. Em abril, indústrias e confecções foram liberadas para retomar as atividades, com restrições. Meses depois, foi a vez de óticas, panificadoras e salões de beleza poderem funcionar.

Em julho, a prefeitura permitiu a volta do funcionamento de diversas atividades. Junto a isso, surgiu um sistema de bandeiras que iria reger o que poderia e o que não poderia funcionar, com regras quanto a horário de funcionamento, dias e serviços.

Novo cálculo e ampliação das atividades comerciais

Inicialmente, eram quatro cores de bandeiras: verde (menos restrita), amarela, laranja e vermelha (mais restritas). Para definir qual cor deveria vigorar pelas próximas duas semanas, o cálculo era feito com a média da taxa de ocupação dos leitos de UTI destinados a pacientes com Covid-19. Bastou a primeira bandeira vermelha entrar em vigor para os empresários se reunirem com o então prefeito Renato Bravo e surgiu um novo decreto ampliando o funcionamento das atividades comerciais. Foi criado, na ocasião, um novo método para calcular e estabelecer o sistema de bandeiras e foi incluída a bandeira roxa como estágio mais restrito.

O cálculo para definir as bandeiras levou em conta os índices de variação da ocupação dos leitos de UTI; variação da ocupação dos leitos clínicos adultos; variação do número de óbitos, variação do número de casos confirmados e taxa de positividade para Covid-19 (%). Para chegar à bandeira que seria adotada, os números apurados em cada um dos cinco indicadores eram confrontados com os mesmos dados da semana anterior, de modo a se verificar o percentual de variação média no período. Cada resultado obtido nos cinco indicadores valem pontos que são somados e definem a bandeira adotada na semana seguinte. 

 Após o município ter entrado seguidamente em bandeira vermelha, devido ao aumento do risco de contágio e de mortos por Covid-19, a gestão Renato Bravo elaborou um novo decreto que, além de ampliar o período de vigência de cada bandeira, também estabeleceu uma nova métrica para aferição das mesmas.

 A partir daquele momento, a métrica reguladora passou a ser composta por quatro indicadores (até então, cinco eram avaliados): taxa de ocupação média dos leitos de CTI/UTI e dos leitos de enfermaria especificamente para o tratamento de casos suspeitos ou confirmados da Covid-19 no período de 14 dias; a taxa de letalidade do município e a variação do número dos novos casos positivos a cada 14 dias. Cada um desses indicadores valerá um número, de acordo com a tabela elaborada pela prefeitura. A soma dos indicadores passou a apontar a nova bandeira adotada na semana seguinte. Cabe ressaltar que, na nova métrica, excluiu-se da conta a taxa de positividade (que era calculada dividindo-se o número de casos confirmados pelo número de testes realizados no período de uma semana).

Em novembro, nova alteração

 Até então, a métrica reguladora que vinha servindo como base para aferir a bandeira era composta por quatro indicadores: taxa de ocupação média dos leitos de CTI/UTI e dos leitos de enfermaria especificamente para o tratamento de casos suspeitos ou confirmados de Covid-19 no período de 14 dias; a taxa de letalidade do município e a variação do número dos novos casos positivos a cada 14 dias. No entanto, esse cálculo sofreu uma pequena, porém significativa, alteração. A partir daquele momento, a taxa de ocupação média dos leitos de UTI e dos leitos de enfermaria destinados a pacientes com suspeita ou confirmação da Covid-19 passou a ser aferida no período de sete dias, não mais em 14 dias, como era feito até então.

“Nenhum tipo de manipulação”

Diante das reações dos friburguenses, que a cada anúncio de bandeira questionam como o cálculo é feito – apesar de amplamente divulgado por A VOZ DA SERRA em reportagens anteriores -, a prefeitura publicou no último fim de semana, no Diário Oficial, um passo a passo para afastar qualquer murmúrio de possível fraude. “A prefeitura segue rigorosamente normas técnicas para definição do embandeiramento e não pode haver nenhum tipo de manipulação. A definição das bandeiras segue uma norma técnica estabelecida pela FioCruz e, desde o início da pandemia, segue o mesmo protocolo determinado pelo Ministério da Saúde e pelo Estado”, escreveu em nota.

Como são definidas as bandeiras

1 – Vigilância Epidemiológica recebe as notificações dos setores público e privado

2 - Todas essas notificações são analisadas individualmente e compiladas em um sistema desenvolvido pela equipe de Ciência e Tecnologia.

3 – As informações registradas no sistema são comparadas em quatro sistemas: E-SUS (registro de pacientes não internados), Sivep (registro de pacientes internados), SIM (registro do número de óbitos), GAL (registro de exames laboratoriais);

4 – Comparativo de informações: taxa de ocupação de leitos, confirmação de casos positivos e quantitativo de exames realizados;

5 - Análise de cenário: análise dos dados epidemiológicos do município e ocorrências registradas pela Vigilância Sanitária;

6 – Cruzamento de dados e definição da bandeira que irá vigorar por sete dias: taxa de ocupação hospitalar de leitos clínicos e UTI (exclusivamente Covid), taxa de letalidade e variação de casos positivos (avaliados durante sete dias).

 

LEIA MAIS

Confira a origem da data e a importância do profissional na sociedade

Instituição recebeu medicamentos que deveriam ter sido descartados há dois anos

Ao todo, cerca de 18 imunizantes estarão disponíveis para todas as idades, mas especialmente para as crianças e adolescentes

Publicidade
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Apoie o jornalismo de qualidade

Há 80 anos A VOZ DA SERRA se dedica a buscar e entregar a seus leitores informações atualizadas e confiáveis, ajudando a escrever, dia após dia, a história de Nova Friburgo e região. Por sua alta credibilidade, incansável modernização e independência editorial, A VOZ DA SERRA consagrou-se como incontestável fonte de consulta para historiadores e pesquisadores do cotidiano de nossa cidade, tornando-se referência de jornalismo no interior fluminense, um dos veículos mais respeitados da Região Serrana e líder de mercado.

Assinando A VOZ DA SERRA, você não apenas tem acesso a conteúdo de qualidade, mantendo-se bem informado através de nossas páginas, site e mídias sociais, como ajuda a construir e dar continuidade a essa história.

Assine A Voz da Serra