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Advento: tempo de espera e preparação
A Voz da Diocese
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Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo.
No último domingo, 29 de novembro, iniciou-se o tempo litúrgico do Advento, um momento de espera e preparação para o Natal. A cada ano a liturgia da Igreja nos faz recordar que o Senhor do Tempo entrou no tempo para dar novo significado à história da humanidade, e fez de cada instante porta para a eternidade (cf. YouCat, 184-185).
A expectativa do novo céu e da nova terra (cf. Ap 21,1) é o que sustenta e fortalece nossa peregrinação. O Advento é um convite à prática das três virtudes teologais: fé, esperança e caridade. Este tempo não pode ser compreendido apenas como uma espera estática e vazia, mas deve nos inserir na dinâmica do encontro com o Deus presente.
O catecismo da Igreja Católica leciona: “Ao celebrar cada ano a liturgia do Advento, a Igreja atualiza esta espera do Messias: comungando com a longa preparação da primeira vinda do Salvador, os fiéis renovam o ardente desejo de sua segunda vinda” (§524).
O Advento é ocasião de intensa espera pela vinda do Messias e, por isso, é também um tempo de preparação, de renovar os propósitos de conversão e de santidade. Durante as quatro semanas que antecedem a grande festa do Natal, a liturgia nos faz reviver e ansiar este grande mistério da nossa fé: a encarnação do verbo.
Assim, o Advento se apresenta como um tempo de piedosa e alegre expectativa que se reveste de traços litúrgicos e comportamentos próprios de uma vigília. Manifesta-se a expectativa cristã da implementação do reino de Deus.
Na vivência da fé, encontramos um Deus que se faz próximo de nós, que experimenta nossa fragilidade e vive a nossa dor. O Papa Francisco explicou na homilia do último domingo: “O primeiro passo da fé é dizer ao Senhor que precisamos dele, da sua proximidade. E a primeira mensagem do Advento e do ano litúrgico é também reconhecer Deus próximo” (29 nov. 2020).
O santo padre nos convida, ainda, a fazer o exercício de invocar a vinda do Senhor Jesus a todo instante, repeti-la com frequência, antes das reuniões, do estudo, do trabalho e das decisões a tomar, nos momentos importantes e de provação: Vem, Senhor Jesus! Crescer na certeza de que não estamos abandonados à nossa própria sorte.
É esta certeza que nos protege da mediocridade. Pois, segundo o papa, ela nos sobrevém quando esquecemos o primeiro amor e avançamos apenas por inércia, prestando atenção somente em viver tranquilos. “Quando orbitamos apenas em torno de nós mesmos e das nossas necessidades, indiferentes às dos outros, a noite desce sobre o coração” (idem).
A expectativa do Natal, muitas vezes, converte-se apenas em atos externos, preocupações vãs: compras, ceia, enfeites... Contudo, deveria ser próprio deste tempo e perpetuado por toda a vida a fraternidade e a prática da caridade.
Foi o que advertiu Francisco ao encerrar a meditação do início do Advento: “Quando orbitamos apenas em torno de nós mesmos e das nossas necessidades, indiferentes às dos outros, a noite desce sobre o coração” (idem).
Este é um tempo propício para renovar nossos propósitos e assumir o protagonismo na construção de um mundo mais fraterno e justo. Cuidemos para que cada gesto externo de preparação à grande festa do Natal, seja uma sincera e verdadeira manifestação da conversão de nossos corações e ações.
Um santo Advento a todos!
Padre Aurecir Martins de Melo Junior é coordenador da Pastoral da Comunicação da Diocese de Nova Friburgo. Esta coluna é publicada às terças-feiras.
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