Cerca de um milhão de pessoas voltaram a buscar trabalho na segunda semana de agosto — entre os dias 9 e 15 — segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Covid-19). De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento, esse é um reflexo das flexibilizações do isolamento social. A população fora da força de trabalho, que não estava trabalhando nem procurava emprego, atingiu 75,5 milhões de pessoas – na primeira semana do mês eram 76,1 milhões.
Entre essas pessoas, cerca de 27,1 milhões relataram que gostariam de trabalhar, um recuo ante a semana anterior quando o número era de 28,1 milhões. O resultado da segunda semana de agosto é estável na comparação com a primeira semana da pesquisa, entre 3 a 9 de maio, quando 27,1 milhões disseram que gostariam de trabalhar.
A pandemia ou a falta de trabalho no local onde vivem foram os motivos para que 17,7 milhões dessas pessoas que gostariam de trabalhar não chegassem a procurar emprego – uma queda em relação à semana anterior, quando esse número tinha chegado a 18,3 milhões.
Situações em números
Ocupada - A população ocupada do país foi estimada em 82,1 milhões em meados de agosto, o que mostra estabilidade em relação ao período anterior, quando eram 81,6 milhões de pessoas. O número, entretanto, é menor que o registrado na primeira semana da pesquisa, de 3 a 9 de maio, quando 83,9 milhões de pessoas estavam ocupadas. Segundo a pesquisa, a população ocupada e não afastada do trabalho ficou em 75,1 milhões de pessoas, uma estabilidade se comparado à semana anterior, 74,7 milhões, e um crescimento na comparação com a semana de 3 a 9 de maio: 63,9 milhões. Nesse grupo, 8,3 milhões trabalhavam remotamente – estabilidade ante a semana anterior em que havia 8,6 milhões em homeoffice.
Desocupada - A Pnad Covid-19 indicou que a população desocupada chegou a 12,9 milhões de pessoas, pouca diferença em relação à semana anterior. Apesar disso, foi maior que a da primeira semana da pesquisa: 9,8 milhões. Para a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, embora pouco significativo, houve um leve aumento tanto na população ocupada, como na desocupada e uma discreta diminuição da população fora da força de trabalho, o que representa, além da retomada das atividades econômicas, uma recuperação do emprego. “O que mostra sinais de recuperação do mercado de trabalho, principalmente, quando a gente olha a população fora da força de trabalho, que também teve uma variação não significativa, mas negativa desse contingente”, comentou.
Na informalidade - Os dados de informalidade também mostraram recuperação. Mesmo estatisticamente estável, o total de pessoas que estava trabalhando de forma informal, 28 milhões, foi pouco acima do registrado na semana anterior, 27,9 milhões. No início de maio, eram 30 milhões de trabalhadores informais, que são os empregados do setor privado sem carteira; trabalhadores domésticos sem carteira e trabalhadores que não contribuem para o INSS. “O trabalho informal, desde o início da pesquisa, vinha caindo e agora nas últimas duas, três semanas ele vem apresentando variações positivas”, afirmou a coordenadora.
Em isolamento - As pessoas que estavam afastadas do trabalho por causa do isolamento social somaram 4,3 milhões na segunda semana de agosto, ficando estável. No entanto, aumentou para 2,7 milhões o grupo que estava distante do trabalho por outro motivo, como licença-maternidade ou doença.
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