O jornal londrino "The Telegraph" noticiou que, de acordo com um protocolo elaborado por uma unidade de gerenciamento de crises em Turim, vítimas com mais de 80 anos ou com problemas de saúde poderão ter acesso negado a tratamento intensivo se precisarem. Médicos temem que pacientes nessas condições sejam, na prática, deixados para morrer.
Segundo o "The Telegraph", o protocolo orienta quais pacientes receberão tratamento em terapia intensiva e quais não, se não houver espaço nos hospitais, numa espécie de "escolha de Sofia". O texto diz que "os critérios para acesso à terapia intensiva em casos de emergência devem incluir idade inferior a 80 anos ou uma pontuação no Índice de comorbidade de Charlson (que aponta quantas outras condições médicas o paciente tem) menor de 5."
Conselheiro de saúde em Piemonte, Luigi Icardi deu ao jornal a seguinte declaração: "Eu nunca quis ver esse momento. O documento será vinculativo e estabelecerá, no caso de saturação das enfermarias, um código de precedência para o acesso à terapia intensiva, com base em certos parâmetros, como a sobrevivência potencial".
Nas palavras do "The Telegraph", o documento precisa ainda ser aprovado por um comitê técnico-científico antes de ser enviado a todos os hospitais italianos.
A Itália registra, nesta terça-feira, 17, mais de 2.500 mortes por coronavírus. O número de casos confirmados da doença supera 26 mil. Desde o início da crise, a Itália registrou mais de 31 mil casos entre mortos (2.503), curados (2.941) e pacientes em terapia intensiva (2.060).
Em entrevista à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, Giorgio Gori, prefeito de Bergamo, cidade de 122 mil habitantes no Norte da Itália com 3.400 infectados até 15 de março, a mais afetada pelo coronavírus no país, lamenta que a gravidade da situação tenha sido subestimada.
Mais de dez padres foram mortos pelo Covid-19 na Itália, informou o Vaticano.
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