Um dos maiores temores dos especialistas em saúde no momento é que o avanço do coronavírus no Brasil e no mundo e o consequente alarde da população com medo do Covid-19 possa ocultar e tirar a devida atenção da importância da prevenção e do combate a um inimigo mais perigoso e, certamente, mais letal que o coronavírus: o mosquito Aedes Aegypti e as doenças que ele transmite, como a dengue, zika e a febre chikungunya.
O período do verão é o mais propício à proliferação do Aedes devido às chuvas e, consequentemente, é a época de maior risco de infecção por essas doenças. A recomendação é não descuidar nenhum dia do ano e manter todas as posturas possíveis em ação para prevenir focos em qualquer época do ano – especialmente na atual. A população deve ficar atenta e redobrar os cuidados para eliminar possíveis criadouros do mosquito. Essa é a única forma de prevenção.
Por isso, o Ministério da Saúde convoca a população brasileira a continuar, de forma permanente, com a mobilização nacional pelo combate ao Aedes aegypti, transmissor de doenças que podem gerar outras enfermidades, como microcefalia e Guillain-Barré.
Ministério já alertava para riscos
Em reportagem publicada em 18 de janeiro por A VOZ DA SERRA, o Ministério da Saúde alertou que o Rio de Janeiro era um dos 11 estados do Brasil que poderiam ter surto de dengue a partir deste mês março. Exceto o Espírito Santo e o Rio, os demais estados ficam no Nordeste. O período favorável ao aumento de casos da dengue no Brasil, marcado por altas temperaturas e chuvas, começou em novembro de 2019 e vai até maio.
Em reportagem anterior, publicada em 14 de novembro do ano passado por A VOZ DA SERRA, o Ministério da Saúde alertava que o número de registros de dengue em 2019 teve um aumento de 599,5% na comparação com 2018, que somou 205.791 notificações. A média era de pouco mais de seis mil casos por dia.
Na ocasião, a Prefeitura de Nova Friburgo informou que “os dados do Ministério da Saúde não refletem a realidade do município, que registrou poucos casos nos últimos anos. O que não é motivo para descuidos na prevenção à doença, principalmente no verão, quando o risco aumenta e a população fica mais suscetível à dengue”. A prefeitura informou ainda que “em todo o ano de 2018 foram registrados apenas sete casos de dengue em Nova Friburgo. Já em 2019, até o início de novembro, também haviam sido registrados sete casos”.
Na última quinta-feira, 12, com antecedência à publicação desta reportagem, A VOZ DA SERRA solicitou à Prefeitura de Nova Friburgo a atualização desses números, já com os possíveis casos contabilizados neste ano, esclarecendo também as ações promovidas pelos agentes de endemias do município, e se seria realizada alguma ação específica, como um Dia D, por exemplo. No entanto, até o fechamento desta edição não recebemos resposta.
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