Às vésperas do Carnaval 2020, a reportagem de A VOZ DA SERRA foi recebida pelo comandante do 11º Batalhão de Polícia Militar de Nova Friburgo, tenente-coronel Alex Marchito Soliva, que assumiu o comando do Batalhão Tiradentes no último dia 31 de janeiro e terá nos próximos dias seu primeiro desafio à frente do policiamento na cidade e região.
O comandante Soliva falou sobre suas origens na corporação, sua ligação com Nova Friburgo e deu detalhes sobre o esquema de policiamento que será implantado durante os quatro dias de folia na cidade. Confira a entrevista:
A VOZ DA SERRA: Em primeiro lugar, gostaria que o senhor se apresentasse à população friburguense. Desde quando está na PM e qual foi sua trajetória até chegar ao comando do 11º BPM?
Tenente-coronel Soliva: Estou na PM desde 1997. Essa semana completei 23 anos na instituição. Já tive passagens em Nova Friburgo e em outras unidades operacionais e administrativas. Tive um período um pouco mais longo no 11º BPM, quando fui chefe do Serviço Reservado por sete anos. Depois tive uma participação em unidades do Rio, passei pelo Batalhão de Choque e estou vindo do comando do 38º BPM (Três Rios).
Na solenidade de passagem de comando o senhor disse que não é nascido em Nova Friburgo, mas escolheu viver aqui. Há quanto tempo mora na cidade e por que a escolheu para viver com sua família?
Já estou aqui há 18 anos. Sou absolutamente apaixonado por Nova Friburgo. Como falei naquela oportunidade, a gente não escolhe onde nasce, mas escolhemos onde viver. E eu me apaixonei por Friburgo em menos de um mês. Logo depois que cheguei ao 11º BPM, me encontrei e decidi que era aqui que eu queria viver.
O senhor teve uma passagem marcante pelo Serviço Reservado, a P2, que em Nova Friburgo faz um trabalho que traz bons resultados, especialmente no combate ao tráfico de drogas. O Grupamento de Ações Táticas (GAT) é outra equipe que tem feito um policiamento ostensivo nas comunidades. O senhor pretende fortalecer a atuação dessas equipes?
Fizemos algumas mudanças no início do nosso comando. A agência de inteligência não pode perder força jamais. Sabemos da eficiência e dos resultados positivos que esse tipo de ação nos traz, acompanhando e mapeando os locais onde os marginais estão transgredindo o ordenamento jurídico. Não vamos baixar a guarda em hipótese alguma. Com relação ao GAT, não vemos a necessidade de manter esse grupamento fazendo incursões rotineiras e diárias nas comunidades. Existiu um período do ano passado que se fez necessária a atuação de um grupo um pouco mais forte e numeroso, o que não significa que agora ele esteja menos forte ou menos numeroso. Só que essas incursões não serão mais realizadas somente pelas equipes do Patamo.
Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), em 2019 houve um aumento no número de apreensões de drogas e de armas em comparação com 2018. Isso é resultado de um policiamento mais rigoroso ou reflete o aumento da criminalidade?
O que já apurei com a nossa agência de inteligência é que houve um período em que alguns marginais ficaram um pouco mais audaciosos, enfrentando o Estado através da Polícia Militar, mas foram imediatamente repelidos. Esse acréscimo no número de apreensões de armas e drogas e de prisões em flagrante ocorreu em função do intenso trabalho que foi realizado pelo comando anterior, que fez um trabalho exemplar.
Sobre o carnaval, recentemente o senhor se reuniu com autoridades municipais para tratar do esquema de segurança em Nova Friburgo. O que ficou definido? Vai haver reforço no policiamento?
A população pode esperar um trabalho da PM em sua plenitude durante todos os dias do carnaval. Não haverá policial de folga em hipótese alguma. As pessoas perceberão um efetivo muito maior nas ruas, principalmente nos locais onde ocorrerão as festas de carnaval. Cabe ressaltar que nosso policiamento ostensivo ordinário não será prejudicado. Os policiais de folga irão trabalhar na escala de serviço extra e ainda contaremos com uma força de choque pronta no quartel para caso haja a necessidade de uma intervenção um pouco mais enérgica.
A prefeitura também vai disponibilizar uma equipe de segurança particular, além do auxílio da Guarda Municipal. Será um trabalho em conjunto entre as forças de segurança?
Sim. Faremos um trabalho integrado com o apoio do Governo Municipal. Assim vamos conseguir trazer uma segurança mais qualificada. Sem falar na integração entre as polícias Militar e Civil, especialmente a inteligência de ambas. Estamos unidos nesta causa e o delegado da 151ªDP, Henrique Pessoa, tem sido um parceiro ímpar.
Um problema comum no carnaval é o não cumprimento de horários e a falta de autorização para blocos desfilarem. Isso será fiscalizado pela PM?
Com certeza. Isso passa pela PM, pela Polícia Civil e pelo Corpo de Bombeiros. Existe uma série de regras e de cuidados que se tem que ter para a realização de eventos públicos. Quem promover uma festa dessa natureza sem o consentimento do poder público incorre numa irregularidade e pode responder, inclusive, judicialmente. Carnaval é festa, mas não pode ser bagunça.
Para finalizar, deixe uma mensagem ou orientação à população friburguense, para que todos conheçam um pouco mais sobre o senhor e sua maneira de trabalhar?
Primeiramente, peço que confiem no trabalho da Polícia Militar e no trabalho dos policiais dessa unidade. Todos têm um carinho e um amor enorme por essa cidade. Peço também à população que se divirta, mas com responsabilidade. Que os vendedores ambulantes e barraqueiros não vendam bebidas alcóolicas para menores de idade, que é proibido por lei. E que todos realmente curtam o carnaval de forma pacífica e ordeira. Mas caso haja necessidade, basta entrar em contato com o 11ºBPM através do telefone 190 ou o disque-denúncia 2523-4590, cujo sigilo é totalmente garantido.
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