Ao chegar nas proximidades do posto de saúde Silvio Henrique Braune, no Suspiro, na manhã desta sexta-feira, 17, sentimos um forte odor de esgoto. O cheiro se alastrou pelas proximidades e invadiu as dependências da unidade de saúde. Esse é mais um problema que é somado às centenas de pais que aguardavam desde as primeiras horas da manhã o atendimento para imunizar seus filhos com a vacina pentavalente que combate nas crianças a coqueluche, tétano, difteria, hepatite B e o vírus Influenza B.
Tinha mãe que chegou às 6h e às 13h ainda não havia sido a atendida. “Chegamos aqui e a fila já estava enorme. As informações são desencontradas. Só tem um funcionário aplicando vacina”, disse uma mãe. “Disseram que tem que cadastrar o cartão do Sistema Único de Saúde (SUS) e esperar o sistema liberar e só depois desse “ok” a criança pode vacinar. Tudo é muito lento”, reclamou outra mãe.
De acordo com a prefeitura, foram distribuídas 150 senhas no posto do Suspiro, num total de 400 doses disponíveis em todos os postos de saúde da cidade. “Estamos aqui há três horas. O meu número é 107, da outra moça é 100 e eles ainda estão na 50”, disse outra mãe. De acordo com Hélio Luiz Veronesi que estava na fila para vacinar sua neta desde às 6h, quatro profissionais ocupavam um sala e uma criança por vez entrava para ser imunizada.
“Está um absurdo isso aqui. Não dá para entender porque tão poucos funcionários e a demora diante de toda essa gente esperando. Ainda estão na casa da senha de número 50 e o meu número é 64”, disse ele, preocupado. Hélio disse também que existia uma dificuldade em obter informação.
As informações fornecidas pelo posto de saúde conflitam com o depoimento dos pais. Quem está na fila esperando afirma que apenas um funcionário aplica a vacina, já no posto, a informação é de que seis profissionais atuam na imunização das crianças. Os funcionários também informaram que o tempo de espera é alto por conta da atualização da caderneta de vacinação da criança. A criança que estiver com as doses atrasadas, precisa tomar mais de uma dose até ficar em dia.
Descarte de vacinas
Em junho do ano passado, A VOZ DA SERRA denunciou com exclusividade que mais de sete mil doses de vacina foram jogadas no lixo por conta de um defeito nos equipamentos de refrigeração onde as doses estavam guardadas. Por conta do problema que se arrastou desde abril de 2019, ao todo, 7.156 mil doses de vacinas foram jogadas fora. Dentre elas, a pentavalente. Como consequência, o município apresentou falta da vacina pentavalente nos meses seguintes e centenas de famílias não puderam imunizar seus filhos. Tentamos entrar em contato com a prefeitura, mas até o fechamento desta reportagem não obtivemos resposta.
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