Vou tocar num tema que para muitos é “mais do mesmo” ou “chover no molhado”. Pode até ser. Mas segue sendo rotina para muita gente: o enfrentamento do desafio do equilíbrio entre vida profissional e pessoal no mundo de hoje. Como se fossem duas vidas, quando na verdade, somos uma pessoa só. Somos um todo. E conciliar as múltiplas vertentes dos seres complexos que somos poderia ser simples, mas não é.
Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana
Paula Farsoun
Com a palavra...
Paula é uma jovem friburguense, advogada, escritora e apaixonada desde sempre pela arte de escrever e o mundo dos livros. Ama família, flores e café e tem um olhar otimista voltado para o ser humano e suas relações, prerrogativas e experiências.
A prosa começa com o grande Rubem Alves: “Todo jardim começa com um sonho de amor. Antes que qualquer árvore seja plantada ou qualquer lago seja construído, é preciso que as árvores e os lagos tenham nascido dentro da alma. Quem não tem jardins por dentro, não planta jardins por fora e nem passeia por eles...”
Algo grandioso pode acontecer quando a empatia nasce. E cresce. Desenvolve. Engrandece. Uma energia tão imponente e que não sabe a força que tem. Transforma, reequilibra, renova. A sintonia se faz. E daí pode surgir o afeto. Os afetos.
Chegamos em dezembro. Vivemos e sobrevivemos a mais um ano e o que mais tenho ouvido nos últimos dias se refere à sensação de velocidade com que o tempo está passando... uns desejando que o ano difícil termine logo, outros lamentando que está correndo demais. É como se o inconsciente coletivo na realidade estivesse consciente de que precisamos de um pouco mais de calma e que a vida não para mesmo não, como diz a música.
O mercado de trabalho, como um organismo vivo, está em constante evolução, moldado por transformações econômicas, sociais, históricas, culturais e tecnológicas. À medida que novas gerações entram nesse cenário, enfrentam inúmeros desafios, alguns deles inéditos, mas também encontram oportunidades que, para seus predecessores, eram praticamente inimagináveis.
O conceito de "tempo" se transformou em uma moeda preciosa, e o relógio, um tirano implacável. As agendas lotadas, a busca incessante por produtividade e a constante sensação de estar correndo contra o tempo tornaram-se características quase onipresentes do nosso cotidiano. A ideia de desacelerar, por mais simples que pareça, passou a ser vista como um luxo – ou, em muitos casos, uma utopia distante.
É inegável que somos seres gregários, vivendo e convivendo em sociedade, partes de um organismo coletivo, mas dotados de individualidade, necessidades, desejos, desafios vontade própria. Mas para além desse fato óbvio, também identificamos que em tempos de incerteza e desafios, quando o individualismo parece tomar conta da sociedade, é fundamental que nos lembremos de algo essencial à nossa humanidade: a importância de ajudar uns aos outros.
Em um mundo cada vez mais voltado para a produtividade, a eficiência e a constante busca pelo sucesso, o conceito de felicidade parece, para muitos, estar entrelaçado com a ideia de liberdade. Ser feliz, afinal, é ter liberdade: liberdade para escolher, para ser quem se é, para agir sem amarras. Mas, se pensarmos bem, será que a felicidade e a liberdade são, de fato, os objetivos que pensamos que são? Ou será que nossa busca incessante por essas duas coisas está, paradoxalmente, nos aprisionando ainda mais?
Hoje, esta coluna tem um quê especial e peço licença para me dirigir a toda a equipe do Jornal A Voz da Serra e a todos os leitores que me acompanham por aqui. Sou pura gratidão por toda atenção dispendida, todas as sextas-feiras, todas as semanas, há sete anos. Esta semana celebro mais um marco significativo, pois completamos sete anos da coluna "Com a Palavra". Ao longo desse tempo, tivemos a oportunidade de explorar uma diversidade de temas que compõem a rica tapeçaria da nossa sociedade.
A vida é um mosaico de experiências, onde cada peça, cada cor, representa momentos de alegria, tristeza, desafios e superações. A jornada é repleta de obstáculos, e a verdadeira essência da humanidade reside na capacidade de se reerguer, mesmo quando as circunstâncias parecem insuperáveis. Superação não é apenas um ato de coragem; é um processo transformador que nos molda, nos ensina e nos prepara para novos horizontes.
Nos últimos anos, a expressão "cultura do cancelamento" tornou-se cada vez mais presente em nossas conversas, especialmente nas redes sociais. Inicialmente vista como uma forma de responsabilizar indivíduos por comportamentos considerados inaceitáveis, a prática levanta questões profundas sobre ética, justiça e liberdade de expressão. Afinal, podemos “cancelar” alguém? A cultura do cancelamento se manifesta quando uma pessoa, normalmente uma figura pública, é alvo de críticas e boicotes, muitas vezes em resposta a declarações ou ações consideradas ofensivas.