É preciso profissionalizar algumas secretarias

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

É preciso que as administrações municipais profissionalizem seus indicados para cargos comissionados, para que decisões tomadas, impactando a vida de muitas pessoas, não seja uma complicação a mais. Quando o assunto é trânsito, então, a situação é mais delicada por ter consequências sérias, em caso de acidentes. Podemos citar como exemplo a Rua Pastor Meyer, atrás do restaurante Esquina Dois, no Paissandu, e que já teve o seu sentido alterado várias vezes, confundindo muito a cabeça de motoristas e pedestres.

Acho que o responsável pela Secretaria Municipal de Ordem e Mobilidade Urbana (Smomu) acorda e pensa: se os carros ao invés de seguirem em frente, dobrarem à direita da Igreja Luterana, será melhor para desafogar o trânsito do Paissandu. Meses depois chega à conclusão que não é bem assim e inverte o sentido da rua novamente voltando ao que era antes. O problema é que a circulação de veículos pelo Paissandu é muito mais complexa do que se pensa.

No bairro Cônego aconteceu a mesma coisa, agravado pelo interesse de prefeitos anteriores, na construção de um condomínio com 50 casas, o César Guinle, que é um desafio à lógica. Destaca-se que a famosa proteção ambiental que é exigida nesse tipo de empreendimento, foi uma piada de mau gosto, acobertada pelo órgão responsável para salvaguarda do meio ambiente. Em seguida, para facilitar o acesso dos moradores, alteraram a mão de duas ruas, a Presidente Kennedy que de mão dupla passou a ter o trânsito em direção à Via Expressa e a Clóvis Bevilaqua que passou a receber o fluxo de carros que entram no bairro, passando pelo Pavilhão das Artes.

A coisa se complica porque quem vem pela Clóvis Bevilaqua pode seguir três direções, uma à direita indo para a Praça de Sant´Anna, à esquerda para a Rua Barão de Lucena ou, em frente, para a Rua D.João VI. Como a placa de “Pare” da Rua D.João VI foi substituída pela placa do triângulo vermelho, que muita gente desconhece o significado e que é para alertar que a preferencial não é a sua, a circulação nessas vias passou a ser de risco, com possibilidade de colisões. Ainda mais que uma casa de esquina, com o seu muro, impede a visão de quem trafega pela Clóvis Beviláqua e tem de dobrar à esquerda.

Sem falar o poste de luz que, no meio da curva, ficou fora do calçamento. Se as mãos dessa via e a da Kennedy fossem invertidas, como era antigamente, seria muito menos perigoso. Mas, a entrada e saída dos moradores dessas 50 casas seria “prejudicada”.

O mesmo aconteceu na saída do edifício Garagem, na Rua Professor Menezes Vanderley, no Centro. Por causa de um colégio nessa rua, inverteram a sua mão e obrigaram seus moradores a acessarem a Avenida Comte Bittencourt, que margeia o Rio Bengalas, e dar uma volta muito grande, se quiserem passar para o outro lado do rio, ou seguirem em direção à Avenida Alberto Braune. Todos têm de retornar pela Rua Dante Laginestra virar à direita na praça e seguir pela avenida principal da cidade ou dobrar na Rua Augusto Cardoso. Na hora do rush, esse trajeto é complicado.

Trânsito é uma coisa séria, tanto é assim que as administrações passadas nunca deram solução para o grande nó dessa cidade que é a Praça Marcílio Dias. Claro que ao aumentar a sua dimensão que passou de um pequeno quadrado para um grande círculo, o prefeito Heródoto Bento de Melo deve ter se preocupado com o fator paisagismo, jamais com a futura expansão da cidade e seu trânsito. Mas, quadrada ou redonda, a circulação continuaria a ser o caos nosso de todo dia.

Nova Friburgo em 50 anos viu sua população aumentar cerca de duas vezes e meia, passando de 80 mil habitantes para os quase 200 mil de hoje. E, ao que me lembre a única obra de porte concluída nesse meio século foi a Via Expressa, iniciada no mandato do ex-prefeito Alencar Pires Barroso e concluída por Paulo Azevedo. Nosso material rodante triplicou e as nossas vias são as mesmas de sempre. É preciso, com urgência, repensar o trânsito da cidade, mas com pessoas que entendam do riscado.

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