Um nome no coração de Nova Friburgo

Reinaugurado Teatro Municipal Laercio Rangel Ventura
sexta-feira, 01 de março de 2024
por Jornal A Voz da Serra
Laercio Rangel Ventura (Fotos: Arquivo AVS/Henrique Pinheiro)
Laercio Rangel Ventura (Fotos: Arquivo AVS/Henrique Pinheiro)

Dos seus 82 anos de vida, Laercio Rangel Ventura dedicou 40 para contar histórias, reportar fatos, revelar fotos, falar “de” e “para” seus conterrâneos, divulgando Nova Friburgo e informando os moradores, em seu jornal A VOZ DA SERRA. 

Até seu falecimento, em 2013, o principal veículo de comunicação impresso do município e região — fundado em 1945 — contabilizava 68 anos de atividade, ininterruptos, dos quais 40 sob seu comando, desde 1973. Uma trajetória a ser comemorada, uma vida a ser respeitada, um nome para honrar o lugar onde nasceu, viveu e morreu. 

Por tudo isso, vez por outra é lembrado e não raro indicado para dar seu nome a um espaço, como em 2013, quando o vereador Joelson do Pote (PSD) apresentou um Projeto de Lei, aprovado pela Câmara dos Vereadores, para “batizar” o Teatro Municipal, reinaugurado na última quarta-feira, 28.  

Com capacidade para 564 espectadores, sendo 482 no térreo e 82 no jirau, além de estacionamento e Galeria de Arte, o Teatro Municipal é um dos principais polos culturais do Centro-Norte fluminense. Em 6 de abril de 2013, conforme a Lei 4.234, o espaço passou a se chamar Teatro Municipal Laercio Rangel Ventura. A homenagem proposta pelo parlamentar foi aprovada em sessão na Câmara Municipal, em 14 de março de 2013.

“A denominação Laercio Ventura ao Teatro Municipal, foi uma justa homenagem a quem dedicou sua vida ao jornalismo e a exaltar a cidade de Nova Friburgo. Diretor do jornal A VOZ DA SERRA, este importante veículo de comunicação escreve a história de Nova Friburgo, relatando os principais acontecimentos que são notícias no município, o que lhe dá credibilidade e o torna, sem dúvida, um formador de opinião. Além disso, A VOZ DA SERRA é uma incontestável fonte viva de consulta para historiadores e pesquisadores do dia a dia friburguense”, ressaltou o vereador.

Recapitulando: quando foi inaugurado em 2008, o teatro recebeu o nome do romancista e dramaturgo Ariano Suassuna, que prestigiou presencialmente a solenidade em Nova Friburgo. Mas, em 2011 voltou a vigorar a lei de 1977 (que fora alterada em 2008), proibindo o nome de pessoas vivas em logradouros e monumentos públicos. A homenagem a Suassuna foi anulada e dois anos depois passou a se chamar Teatro Municipal Laercio Rangel Ventura.

O teatro faz parte do Corredor Cultural, situado na Praça do Suspiro, que dispõe de anfiteatro com capacidade para 3.500 pessoas, assim como a Praça das Colônias, onde estão representadas as 10 nações que compõem a sociedade friburguense.

Referência no jornalismo local  

Ao longo dos 40 anos em que esteve à frente de A VOZ DA SERRA, Laercio Ventura foi responsável pela modernização da empresa, com a contratação de mais profissionais e aquisição de equipamentos. Foi durante a sua gestão que a publicação deixou de ser semanal para se tornar trissemanal em 1983 e diária a partir de 1995. Também sob sua liderança, o jornal foi uma das primeiras publicações fluminenses a ganhar sua versão online, em 1997.

Para os que conviveram com ele, Laercio foi uma figura inspiradora, visto como referência, por não se intimidar diante da concorrência nem com o avanço das novidades tecnológicas. Muito pelo contrário, desafiado, se fortalecia e tomava as decisões que considerava necessárias. 

Por esse espírito combativo, Ventura conseguiu a proeza de manter A VOZ DA SERRA em circulação ininterrupta por tantas décadas, com conteúdo isento e responsável. E talvez por isso, conquistar o respeito e admiração da sociedade friburguense, que reconheceu a importância de sua atividade como empresário e jornalista.

Ao noticiar em 04 de fevereiro de 2013, o falecimento do diretor, o jornal O Globo destacou: “A cidade serrana teve diversos veículos ao longo dos anos, mas o único que sobreviveu foi A Voz, que completará 68 anos no dia 7 de abril. Segundo o jornalista Zuenir Ventura, que é primo do falecido, o trabalho de Laercio foi de extrema importância devido à dificuldade de se fazer jornalismo no interior”. 

“Se já é difícil fazer jornal nas capitais, no interior é muito pior. É uma luta permanente para ter anunciantes e leitores. Quando o Laercio assumiu o lugar do pai, achava-se que o jornal iria acabar, mas ele conseguiu manter e transformá-lo na voz dos anseios de Friburgo. Isso é um feito dificílimo que exige muita vontade e disposição”, ressaltou Zuenir.

Laercio Ventura partiu, mas deixou um legado inestimável, marcado não apenas no jornalismo de Nova Friburgo e região, mas também na educação, na cultura e na arte desenvolvida no interior do Estado do Rio. 

Foto da galeria
Joelson do Pote
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